Em chamada de capa na edição que acaba de chegar às bancas do Reino Unido, a publicação promete explicar 'o que há de errado com o Brasil'. No miolo da revista, traz duas reportagens que, em linhas gerais, afirmam que ainda existem oportunidades no País apesar da desaceleração econômica e que são necessárias reformas para que o ritmo de crescimento seja retomado.

A recomendação final da reportagem, emprestada de um analista da Explorador Capital Management, é 'ser seletivamente otimista ['bullish', no original] com o Brasil'. Esse mesmo administrador, Joseph Harper, diz que está gradativamente trocando parte de seus investimentos no País por outras nações latino-americanas, como Peru, Colômbia, Chile, Panamá e México.

A preocupação dele é o com risco político. Na sua visão, a Petrobrás e a Vale estão priorizando o alinhamento com o governo em detrimento dos demais acionistas.

Estejam os investidores certos ou não em suas avaliações de risco político, o fato é que anteontem (terça-feira, 15) a Petrobrás deixou de ser, por um dia, a maior empresa da América Latina em valor de mercado, ficando atrás da colombiana Ecopetrol, também estatal do setor de petróleo e gás. Depois, a brasileira recuperou a posição.

O semanário nota que existe um grupo de analistas que passaram a enxergar problemas no Brasil. 'Os dias em que se dava um passe livre para o Brasil se foram', afirmou Ivan de Souza, da Booz & Company, à reportagem.

Para a revista, algumas pessoas têm manifestado cautela excessiva com o Brasil, onde o desemprego é baixo, os salários estão em alta, o investimento estrangeiro direto ainda é significativo, a agricultura é altamente produtiva, as reservas de petróleo são grandes e a combinação de democracia com estabilidade econômica permanece.

'O que há de errado com o Brasil', na opinião da revista, é que a presidente Dilma Rousseff tem feito 'esforços tímidos demais' para cortar gastos, foi responsável pelo 'novo e infeliz' regime de exploração de petróleo e a impressão é de que ela está preparada para estabelecer um crescimento econômico abaixo de 4%.