terça-feira, 1 de abril de 2014

Pesquisa aponta quais diplomas são mais valorizados no mercado

Pesquisa aponta quais diplomas são mais valorizados no mercado

Vagas que exigem MBA completo elevam média salarial em até 15%, aponta pesquisa

 
 
Um levantamento realizado pelo indexador de vagas online Adzuna analisou mais de 320 mil anúncios de emprego e indica que quem possui um diploma universitário pode receber até 50% a mais do que os profissionais com apenas ensino médio, em análise que comparou as médias salariais informadas nos anúncios que exigem nível superior completo contra as médias salariais informadas nos anúncios que exigem o ensino médio completo.

Os diplomas que atraem as melhores médias salariais são: Engenharias (R$3.690) Tecnologia da Informação (R$2.850) e Economia e Finanças (R$2.843). Os diplomas que atraem as menores médias salariais são: Pedagogia (R$900,00), Letras (R$870,00), Artes e Serviço Social com médias salarias entre R$800,00 a R$1000,00.

As especializações também fazem diferença no mercado de trabalho. A análise de vagas que exigem MBA completo mostra que a média salarial anunciada para estes profissionais chega a ser 15% maior do que das vagas que exigem apenas graduação. A análise levou em consideração anúncios para administração, marketing, economia e finanças.

A análise regional aponta as cidades que estão oferecendo a melhor média salarial para profissionais de nível superior: Porto Alegre (R$ 2.569,00), Brasília (R$2.831,00), São Paulo (R$2.418,00) e Curitiba (R$2.303).

Apesar da diferença salarial entre nível superior e ensino médio as vagas que não exigem diploma universitário lideram a criação de postos no Brasil desde dezembro. Os setores de comércio, administrativo (nível operacional) e industrial, juntos, agregam mais de 180 mil oportunidades que não exigem nível superior e somam mais da metade de cargos abertos no portal.

A lista de cargos mais anunciados que não exigem nível superior com melhores médias salariais incluem:

1) Auxiliar administrativo e de almoxarifado, com vencimento entre R$1.000,00 e R$1.500,00 reais.

2) Vagas no setor industrial: mecânico de manutenção, retificador e controlador de produção, com vencimentos acima de R$2.000,00.

3) vagas no comércio, para vendedor e operador de caixa, com vencimento entre R$900,00 e R$1.500,00. Para a maioria destes postos exige-se ensino médio completo e, em alguns casos, qualificações.
“Os dados mostram que a economia brasileira está gerando mais vagas para profissionais sem nível superior. É um fator importante que garante a taxa de desemprego nos patamares mais baixos hoje e reflete os setores que estão liderando a economia. Ensino médio e técnico e outras qualificações específicas podem garantir a empregabilidade. Mas a diferença salarial ainda é alta para quem tem diploma superior e maior ainda para quem tem especialização” comenta João Francisco, gestor do site Adzuna para o Brasil.

segunda-feira, 31 de março de 2014

31 de março: militares consumam golpe

31 de março: militares consumam golpe contra Jango e a democracia

O temor dos militares de que o comunismo aflorasse no Brasil foi uma das justificativas para o golpe

 
 
Tanques nas ruas, população dividida e um presidente da República acuado e sem apoio. Nesse cenário, há 50 anos, se iniciava no Brasil o mais longo e duro período de ditadura do país, que perduraria 21 anos. Nas primeiras horas do dia 31 de março de 1964, tropas comandadas pelo general Olímpio Mourão partiram de Juiz de Fora (MG) em direção ao Rio de Janeiro consumando um golpe há muito tempo planejado pelas forças militares. Isolado, o então presidente da República João Goulart, conhecido como Jango, pouco pôde fazer para evitar o golpe.

Com a economia do país em crise e sem forças para promover as reformas de base, principal bandeira de seu governo, ele deixa Brasília rumo ao Rio Grande do Sul no dia 1º de abril. Alguns dias depois, e dando o golpe como irreversível, o presidente parte com a família rumo ao Uruguai em um carro preto, escoltado por militares que ainda mantinham lealdade à Constituição.

Jango morre na Argentina 12 anos depois. Inicialmente apontada como infarto, a causa da morte de João Goulart é investigada até hoje. Para o doutor em história e professor da Universidade de Brasília (UnB) Antonio Barbosa, os militares já haviam orquestrado uma espécie de golpe contra a democracia brasileira três anos antes.

Com a renúncia de Jânio Quadros, em 1961, os militares atuaram para impedir a posse do vice, Jango, e o Congresso Nacional aprovou a mudança de sistema de governo, que passou do presidencialismo para o parlamentarismo, no qual o presidente da República não detém a chefia de governo. “[Os militares] permitiram que João Goulart chegasse ao poder [em 1961], mas tiraram os poderes dele. Por isso, do dia 7 de setembro de 1961 até janeiro de 1963, quando houve o plebiscito e o não [ao parlamentarismo] venceu, Jango teve os poderes limitados”, relembra.

Depois das eleições gerais de 1962, cujos resultados foram influenciados pela injeção de recursos norte-americanos que buscava eleger parlamentares favoráveis aos interesses daquele país e ainda influenciar os meios de comunicação em favor das teses conservadoras, Jango fica isolado, sem conseguir levar adiante as reformas de base.

“Você não imagina o que foi o país naquele período, a partir de 1963, depois que os eleitos tomaram posse no Congresso Nacional, até 31 de março de 1964. Foram coisas que os jovens de hoje nem conseguiriam imaginar”, conta Barbosa. “Nos últimos dois meses que antecederam o 31 de março, era muito comum no país inteiro as aulas serem interrompidas, especialmente nas escolas públicas, para as professoras levarem os alunos para rezar o terço. A cada conjunto de dez Ave-Marias, se fazia uma exortação, que naquela época era 'Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, livrai-nos do comunismo, Amém'. Era esse o ambiente, o clima.”

O temor dos militares de que o comunismo aflorasse no Brasil foi uma das justificativas para o golpe. No entanto, para o professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp) Paulo Ribeiro da Cunha, o golpe foi sendo construído ao longo dos anos pelos comandantes das Forças Armadas. “Em 1954, já foi uma tentativa, um preâmbulo, abortado, principalmente, pelo suicídio de Getúlio Vargas. Mas, em seguida, tivemos várias tentativas de golpe”, explica.

A tese é reforçada por Antonio Barbosa: “Jango era um homem de centro-esquerda, não era comunista, não era socialista”. Dois momentos foram cruciais para fortalecer a linha golpista das Forças Armadas e precipitar a derrubada da democracia: o comício de Jango na Central do Brasil, na sexta-feira 13 de março de 1964, com o palanque montado em frente ao Ministério da Guerra. Na ocasião, João Goulart fez um discurso duro em defesa do mandato e das reformas de base, o que soou como uma afronta aos militares.

Uma semana depois, a resposta da direita veio com a Marcha da Família com Deus pela Liberdade. “Os militares se sentiram apoiados. Mais de 500 mil pessoas foram às ruas em São Paulo. Isso há 50 anos, sem internet e redes sociais. E ali sim, se radicaliza, e os líderes, que há muito tempo preparavam um golpe, perceberam que era o momento”, analisa Barbosa.

“O curioso é que foi em nome da democracia que se suprimiu a democracia no país”, ressalta o coordenador do Curso de Especialização em Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB), Pio Penna. Segundo Antonio Barbosa, ninguém se levantou para defender João Goulart. “Foi uma revolução absolutamente sem sangue e sem tiro.

O país completamente mobilizado, ideologicamente falando. Mas não podemos esquecer que o Brasil era um país de população com mais de 75% de analfabetos e mais de 95% de religiosos que seguiam a Igreja Católica. E a igreja, naquele momento, estava completamente imbuída da luta anticomunista. Padres, no país inteiro - por dez anos eu vi isso - procurando alertar as pessoas de que o comunismo estava chegando.”

O golpe definiu a vitória da opção conservadora em um país que se desenvolvera ao longo do século 20, mas não havia modernizado suas relações sociais. “Diria que, no Brasil, no início dos anos 1960, havia dois projetos em luta: um reformista, capitaneado por Goulart, que queria, na minha opinião, oferecer uma face mais humana para o capitalismo brasileiro. De outro, um projeto de modernização do capitalismo brasileiro, inserindo-o em escala global, pela via politicamente autoritária. E quem venceu foi esse grupo.

Então, o regime de 1964 começa sem enganar ninguém: é um regime de exceção”, lembra Barbosa. Ao longo de 21 anos, cinco generais se sucedem no comando do país, no que ficou conhecido como “anos de chumbo”. Uma geração política foi suprimida pela ditadura, milhares de pessoas foram torturadas e mortas e o país é devolvido à sociedade economicamente quebrado, vítima do endividamento acumulado no período militar.

Jango só voltaria ao Brasil morto, no dia 7 de dezembro de 1976, para ser enterrado em São Borja, sua cidade natal. É o único presidente da República que morreu no exílio. Em 1985, o colégio eleitoral elege Tancredo Neves como o primeiro presidente civil desde 1964.

Legislação tributária brasileira é resumida em livro de 7,5 toneladas

Legislação tributária brasileira é resumida em livro de 7,5 toneladas

Advogado tributarista custeou publicação com recursos próprios; 30% do valor total foram só de impostos

 
Todo empresário brasileiro sabe o pesadelo que é a nossa legislação tributária e os inúmeros entraves que ela gera. Não apenas o valor dos impostos, mas o tempo gasto para declarar os valores passam os limites do aceitável. Mas você não imaginava que a toda a legislação tributária brasileira reunida daria um livro de 7,5 toneladas e 41 mil páginas.
Esse foi o projeto do advogado tributarista Vinícius Leôncio, 54, que vive em Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte (MG). Nos últimos 23 anos, ele dedicou seu tempo livre a reunir em uma única obra toda a legislação tributária do país. O resultado foi um livro com 2,10 metros de espessura (lombada) e 1,4 metros de largura, intitulado "Pátria Amada".
Projeto foi custeado pelo próprio advogado, que diz ter gasto cerca de R$ 1 milhão para publicar "Pátria Amada". Desse dinheiro, ironicamente, 30% foram gastos com impostos
(imagem: Fabiana Aragão/Fotos Públicas)
O gigantismo não é em vão. Em entrevista ao G1, ele afirma que o objetivo é mostrar para a sociedade a necessidade de uma ampla reforma tributária, e que a legislação atual é repleta de insegurança jurídica. "Um entrave na vida do cidadão", disse. Segundo Leôncio, o livro irá fazer um "tour" pelo Brasil, principalmente pelos centros universitários, para conscientizar os estudantes. No último dia 25, a obra foi exposta no Congresso Nacional, à Frente Parlamentar de Desburocratização.
O projeto foi custeado pelo próprio advogado, que diz ter gasto cerca de R$ 1 milhão para publicar "Pátria Amada". Desse dinheiro, ironicamente, 30% foram gastos com impostos. Para ser impresso um livro tão grande (com páginas de 1,4 metro de largura), foi necessário importar uma máquina da China feita para imprimir outdoors. Leôncio também alugou um galpão para realizar o trabalho. A impressão teve início em 2008.
Todos os dias, a legislação tributária é inchada com pelo menos 35 novas normas (imagem:Fabiana Aragão/Fotos Públicas)
O mais impressionante é que o compêndio, que reúne leis federais, dos estados e dos municípios, é apenas um resumo. O advogado explica que fez uma coletânea parcial: todos os dias, a legislação tributária é inchada com pelo menos 35 novas normas. Essa complexidade absurda atrapalha a vida dos empresários, da Justiça e do próprio Estado, que é incapaz de realizar cobranças nos termos da lei.
Para Leôncio, o Brasil deve terminar 2014 com 95 milhões de processos de julgamentos pendentes sobre o assunto. "O empresário hoje em dia, trabalha 30 anos, acorda e descobre que deve o patrimônio todo da vida dele por questões burocráticas", afirmou ao G1.
"Pátria Amada" está concorrendo ao Guinness Book como o maior livro do mundo. Se vencer, o Brasil conquistará mais um título vergonhoso.

Vai sair de linha em 2019

Vai sair de linha!  Confira quais carros serão retirados do mercado em 2019 Listamos sete automóveis que deverão sair do mercado ou ganha...