sexta-feira, 9 de agosto de 2013

IBM está criando cérebro humano

IBM está criando uma arquitetura computacional baseada no cérebro humano

 
A IBM participou de um projeto onde desenvolveu um chip incluindo as inter-relações entre 530 bilhões de neurônios
 
Reprodução
 
 
O cérebro é um núcleo computacional incrivelmente rico e complexo que não não entendemos por completo — mas isso não impede a IBM de criar um novo tipo de arquitetura computacional em torno do que acontece em nossas cabeças.

Construído como parte da colaboração que fez ao programa SyNAPSE, da DARPA, em 2011, onde ela desenvolveu um chip computacional neurosináptico, a empresa está dando um passo adiante ao criar um ecossistema computacional completo inspirado no cérebro. Aquele chip original simulava algumas funções do cérebro — incluindo as interrelações entre 530 bilhões de neurônios –, mas a ideia agora é criar algo ainda mais realista.

Isso significa criar uma arquitetura computacional completamente nova — exatamente o que a IBM está fazendo. Como há pouco anunciado, ela está construindo todo tipo de coisas esquisitas e maravilhosas: simuladores de software multithread que replicam a maneira com que o cérebro processa dados; um modelo de neurônio que usa computação determinística e estocástica para dar sentido ao mundo; e programas que geram matrizes de “corelets”, cada um representando um núcleo discreto neurosináptico. Isso é coisa de ficção científica.

Há muito para se imaginar, mas as aplicações são de explodir cabeças: os computadores podem pensar e processar dados exatamente (ou pelo menos, um pouco) como humanos. Ele ainda está um pouco longe, considerando que mesmo um super computador de 83 mil processadores consegue se igualar a apenas 1% do seu cérebro no momento.

Mas isso não detém a IBM. Aparentemente, sua meta a longo prazo é construir uma versão em silício do cérebro. Como eles dizem, isso significa que é preciso um sistema em chip com 10 bilhões de neurônios e centenas de trilhões de sinapses, que consuma 1 kW de energia e ocupe menos de 2 litros de volume. É isso que eu chamo de desafio.

Senador Ivo Cassol é condenado

Senador Ivo Cassol é condenado a 4 anos e 8 meses de prisão

 
Supremo Tribunal Federal condenou Cassol (PP-RO) por crime de fraude a licitações quando era prefeito da cidade de Rolim de Moura (RO)
 
 
Senador Ivo Cassol é condenado a 4 anos e 8 meses de prisão
 
 
BRASÍLIA - O Supremo Tribunal Federal (STF) condenou, por unanimidade, o senador Ivo Cassol (PP-RO) pelo crime de fraude a licitações quando era prefeito da cidade de Rolim de Moura (RO). O tribunal definiu que a pena aplicada ao senador será de 4 anos e 8 meses de prisão (regime semiaberto).

A relatora do processo, ministra Cármen Lúcia, havia estabelecido em seu voto pena de cinco anos, seis meses e 20 dias de detenção em regime inicial semiaberto.

O Ministério Público acusou Ivo Cassol de direcionar licitações de pavimentação e obras de engenharia para empresas cujos sócios eram seus parentes ou amigos. De acordo com o MP, os valores das obras eram artificialmente fracionados para que a licitação fosse feita por meio de convite às empresas. Por intermédio dessa metodologia, as empresas - ligadas, de alguma forma, a Cassol - eram privilegiadas.

O senador foi absolvido da acusação de formação de quadrilha, sendo vencidos os ministros Joaquim Barbosa e Marco Aurélio Mello. Os dois entendiam que Ivo Cassol, integrantes das comissões de licitações e diretores das empresas teriam formado uma quadrilha para a prática dos crimes. De acordo com os ministros do Supremo, não há indícios de que o senador tenha se beneficiado financeiramente das fraudes. Após a conclusão do julgamento, o senador poderá recorrer da decisão ao próprio STF.

Uma das possíveis consequências do julgamento é a discussão sobre a perda do mandato em razão da condenação, tema que já colocou em conflito a Câmara dos Deputados e o STF, no julgamento do mensalão. Na ocasião, deputados federais foram condenados e Supremo determinou que eles perdessem imediatamente os mandatos.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Humanizar a ciência

Humanizar a ciência pode fazer com que apareça mais gente apaixonada pelo conhecimento

Apesar de vivermos numa sociedade conectada e de sabermos que a ciência é o sustentáculo de tantas maravilhas eletrônicas, o saber científico parece algo a ser contemplado à distância

 
Para muitos de nós, desde o início de nossa alfabetização, a ciência parece um campo distante e completamente hermético em relação à nossa vivência cotidiana. Nossos estudantes – crianças e adolescentes – simplesmente não conhecem de fato os cientistas e, apesar de estudarem um componente curricular chamado “Ciências”, provavelmente não têm a dimensão do que seja essa prática humana. Sabemos que existiu um Galileu, um Newton e um Darwin, mas nos contentamos em nos encantarmos com seu brilhantismo.
Ciência é atividade humana e humano erra. Na maior parte dos casos, um cientista que se tornou célebre por um invento ou descoberta apenas concluiu um trabalho com idas e vindas.

Ainda assim, o aluno vê o cientista como ser iluminado, acima e além de seu tempo, e a ciência como um campo quase sagrado quando, na verdade, cientistas, filósofos, artistas e atletas é gente do povo, pessoas iguais às outras.

Ciência é atividade cotidiana, necessária e própria de quem tem dúvidas, inquietações e necessidades materiais. Fazer ciência é desenvolver conhecimento. Daí estas palavras serem sinônimos em muitas situações. E, o que é melhor, poder acontecer na sala de aula - não como pura repetição de feitos famosos, mas como empreitada do dia a dia.

É preciso mostrar aos alunos que o conhecimento que desenvolvem ali na sala de aula, hoje, pode gerar futuramente grandes descobertas ou invenções que melhorem a vida das pessoas - ou as alegre ou entretenha, não importa! É necessário criarmos momentos em que discorram sobre situações da natureza, tentando interpretá-las e propondo teorias que validem tais interpretações. É preciso desenvolver um grupo que investigue o mundo ao invés deste que apenas o cataloga e repete “verdades”. Afinal, será que as verdades conceituais são mais importantes para o estudante do que a postura de investigador que ele pode desenvolver?

Como professor, as oportunidades que tenho vivenciado de falar a alunos de ensinos fundamental e médio mostram-me claramente que podemos, sim, despertar um interesse maior pelas coisas do conhecimento. Talvez, mais do que mitos fantásticos, nossos jovens apreciem pessoas de carne e osso, que se imortalizaram justamente porque, não sendo gênios absolutos, eram grandes trabalhadores.

João Luiz Muzinatti é engenheiro, mestre em História da Ciência. Dirige a ABC Dislexia, entidade de atendimento a alunos, consultoria, cursos e palestras em Educação

Lei anticorrupção empresarial é sancionada

Lei anticorrupção empresarial é sancionada


A presidente Dilma Rousseff sancionou ontem lei que endurece as regras para punição de empresas envolvidas em atos contra a administração pública. O texto cria novos mecanismos de responsabilização de pessoas jurídicas, nas esferas civil e administrativa, mas não altera, contudo, a legislação criminal.

As normas, já chamadas pelo governo de "lei anticorrupção", também atingem empresas, fundações e associações estrangeiras.

As companhias ficam passíveis de multas de até 20% de seu faturamento bruto (ou de até R$ 60 milhões, caso o faturamento não possa ser calculado), dependendo da gravidade e dos valores envolvidos nas infrações.

A lei estabelece novos atos lesivos à administração pública, passíveis de punição direta da empresa, além das eventuais responsabilizações de seus dirigentes.

Entre eles: oferecer vantagem indevida a funcionário público ou pessoas a ele relacionada, como parentes; uso de laranjas; e fraude em licitações, incluindo acordos prévios com concorrentes.

A lei também cria o "acordo de leniência", uma espécie de delação premiada a empresas que identificarem outros envolvidos nas ilegalidades e ajudarem no fornecimento de documentos que ajudem a acelerar a investigação.

Caso cooperem, as empresas ficam livres da possibilidade de terem seus bens bloqueados ou mesmo de terem suas atividades suspensas. Além disso, a multa é reduzida em dois terços.

A lei sancionada por Dilma cria, ainda, o Cadastro Nacional de Empresas Punidas, que dará publicidade às pessoas jurídicas enquadradas na lei.

Atendendo recomendações da CGU, a presidente vetou três pontos do texto aprovado pelo Congresso depois de alterações de parlamentares.

Todos os vetos evitam brechas para punições mais brandas a empresas envolvidas em irregularidades.
O principal deles derruba um dispositivo que impedia a aplicação de multas acima do valor do serviço contratado. Assim, uma empresa poderia cometer série de irregularidades em um contrato de R$ 100 mil, e a multa não poderia exceder esse valor. Com a derrubada do veto, fica garantida a possibilidade de multa equivalente a 20% do faturamento bruto da empresa.

A presidente também derrubou pontos que exigiam a comprovação de dolo da empresa, que é incoerente com o espírito de responsabilização objetiva da lei. Para comprovar o dolo, teria que ser provado a intenção de pessoa jurídica, o que é impossível.

Outro ponto vetado possibilitava atenuar sanções contra a empresa, dependendo do grau de contribuição do servidor público para a fraude.

Companhias brasileiras investem no Iraque

Companhias brasileiras investem no Iraque

Evento no Curdistão terá participação de empresários do Brasil; região é vista como promissora pelos investidores

 
A Câmara de Comércio Árabe Brasileira, em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), vai levar empresas brasileiras para participar da 9ª Feira Internacional de Erbil, no Iraque, que ocorre de 23 a 26 de setembro, na região do Curdistão. As inscrições estão abertas e esta é a terceira participação da entidade na mostra.
Entre outros, já está confirmada a participação da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) e de gigantes brasileiros do setor, como Marfrig e JBS, bem como a Cibal, certificadora de produtos halal. A importação de carne brasileira pelos países da Liga Árabe foi recorde no primeiro semestre de 2013, aumentando mais de 10% em relação ao mesmo período do ano anterior e atingindo um total de mais de US$ 2 bilhões.

O evento é multissetorial e oferece oportunidades para empresas nas áreas de alimentos, construção civil, moda (vestuário e calçado), equipamentos médicos e hospitalares, móveis, energia e eletroeletrônicos, entre outras. O pavilhão brasileiro terá 100 metros quadrados e as empresas participantes terão apoio das equipes da Câmara Árabe e da Apex.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Mussum inspira marca de cerveja

Mussum inspira marca de cerveja

“Biritis” será o nome do primeiro título da cervejaria que está sendo lançada por um dos filhos do humorista

 
 
 
O humorista Mussum, falecido em 1994, será o mote de uma nova linha de cervejas artesanais, que será lançada neste mês pela cervejaria criada pelo filho do eterno trapalhão. E o primeiro título já tem nome: “Biritis”.
A proposta é ter Mussum como referência da marca, que deve abusar do humor em sua comunicação. A “Biritis” deve ser o carro-chefe da Brassaria Ampolis, criada pelo filho de Mussum, Sandro Gomes, e outros dois empreendedores, Diogo Mello e Leonardo Costa.

A cerveja deve começar a ser vendidas em São Paulo e no Rio de Janeiro, em pontos específicos que ainda vão ser divulgados. A ideia dos empreendedores é produzir cerca de 50 mil litros da bebida nos primeiros seis meses e trabalhar uma expansão cautelosa.

Com informações do Estadão.

Encontrado novo vírus-espião que ataca Android

Encontrado novo vírus-espião que ataca Android

Ameaça pode ser encontrada em dispositivos como o Google Play

 
A F-Secure anunciou a descoberta de um novo malware apresentado como “altamente nocivo”, capaz de roubar dados, alterar configurações e deixar dispositivos vulneráveis a ataques. O vírus, conhecido como Dessert Strike, foi descoberto pelo analista sênior da F-Secure Zimry Ong, no mês passado, segundo a empresa.
A ameaça foi encontrada em dispositivos como o Google Play e tem o poder de coletar informações como o modelo do telefone, fabricante, versão do Android utilizada no aparelho, identificação do IMEI, localização do dispositivo e informações do usuário como nome e país de origem. O vírus pertence à família de malwares e também pode ser conhecido como Ropin, Leadbolt, Airpush ou PotentiallyUnwanted.

O Dessert Strike pode ser instalado nos equipamentos através de falsos anúncios de publicidade. Ao abrir o dispositivo da loja online, o vírus envia um alerta de notificação pra a assinatura de um falso sistema de varredura. Ao ativar o serviço, o malware invade o sistema e permite obter qualquer arquivo do aparelho infectado.

Segundo os experts da F-Secure, os usuários com Android 4.2 podem desabilitar notificações de aplicativos no campo “Gerenciamento de Aplicativo” disponível no sistema e evitar a infecção.

Brasil terá mais MEIs do que MPEs a partir de 2014

Brasil terá mais MEIs do que MPEs a partir de 2014

Pode se enquadrar como microempreendedor individual aquele que trabalha por conta própria, com faturamento máximo anual de até R$ 60 mil, e não participa em outra empresa como sócio ou titular

 
A partir dos dados do Portal do Empreendedor, que aponta que estão cadastrados 3,127 milhões de pessoas como microempreendedores individuais (MEIs) no país, a perspectiva do Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa (Sebrae) é que, em 2014, esse número chegue a 4,3 milhões, ultrapassando o número de micro e pequenas empresas (MPEs).
Pode se enquadrar como microempreendedor individual aquele que trabalha por conta própria, com faturamento máximo anual de até R$ 60 mil, e não participa em outra empresa como sócio ou titular. Ao se legalizar, o MEI também pode ter um empregado contratado que receba o salário mínimo ou o piso da categoria.

Entre as vantagens oferecidas pela Lei Geral das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte – que criou condições especiais para o trabalhador informal poder se tornar um MEI ou MPE legalizado –, está o registro no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ), o que facilita a abertura de conta bancária, o pedido de empréstimos e a emissão de notas fiscais.

“A Lei Geral da Micro e Pequena Empresa permite que o trabalhador legalize sua situação profissional a um baixo custo tributário e burocrático. Essa facilitação é positiva porque os pequenos são grandes geradores de renda, riqueza e oportunidades de trabalho. Assim, além de ter direito a emitir nota fiscal, acessar crédito mais barato e deixar seu negócio totalmente formalizado, esses profissionais ainda têm auxílio-doença ou reclusão, aposentadoria por idade ou por invalidez, licença maternidade e pensão por morte”, aponta Glauco Pinheiro da Cruz, diretor do Grupo Candinho Assessoria Contábil.

Além disso, o MEI é enquadrado no Simples Nacional e fica isento dos seguintes tributos federais: Imposto de Renda, PIS, Cofins, IPI e CSLL. Em vez disso, paga um valor fixo mensal de 5% do salário mínimo (R$ 33,90), R$ 5 de ISS (Imposto sobre Serviços) e R$ 1 de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços). As atividades que se enquadram no MEI são comércio e indústria em geral e serviços de natureza não intelectual sem regulamentação legal, como é o caso dos mecânicos, doceiros, cabeleireiros, manicures, costureiras, pintores, feirantes, vendedores de roupas e cosméticos e fotógrafos, entre outros.

“O que começa como um pequeno negócio pode virar uma média ou grande empresa no futuro. Então nada mais justo do que investir cada vez mais no seu fortalecimento, já que os menores são maioria não só aqui, mas em todo o mundo, e são grandes geradores de renda, riqueza e oportunidades de trabalho”, destaca Glauco.

Além dos empreendedores individuais, também podem recolher impostos pelo Simples as microempresas com receita bruta anual de até R$ 360 mil e as pequenas empresas que faturam até R$ 3,6 milhões. Ambas não têm limite para a contratação de funcionários. É também permitido contabilizar as receitas com os produtos exportados separadamente daquelas conseguidas no mercado interno. Assim, uma empresa de pequeno porte pode faturar até R$ 7,2 mi por ano e permanecer enquadrada no regime se tiver faturado ao menos a metade com exportações.

O Simples é um regime diferenciado de tributação, menos burocrático e com impostos reduzidos, o que facilita a entrada e permanência no mercado formal. Nele, os oito tributos (IRPJ, IPI, CSLL, Cofins, PIS, INSS, ICMS e ISS) são pagos em um só documento de arrecadação mensal. Para ingressar nele, é necessário solicitar a opção pelo sistema no site da Receita Federal (www.receita.fazenda.gov.br/SimplesNacional).

“Investir em uma ideia de negócio exige muita pesquisa, preparo e planejamento para uma gestão correta e atualizada, de acordo com as tendências do mercado. Muitas vezes, um grande problema deste empresário é que ele entende muito sobre o produto ou serviço que oferta, mas não tem noção de administração, o que é fundamental. Com esse planejamento é possível se programar para períodos menos favoráveis, como de queda nas vendas, por exemplo, tendo capital de giro e mantendo as obrigações em dia, sem misturar as contas pessoais com as da empresa”, conclui o consultor.

O pop ataca as salas de aula


O pop ataca as salas de aula

As universidades estão sendo invadidas por zumbis, games, cantoras pop e desenhos animados. Calma, ainda não se trata de um apocalipse! Apenas uma revolução no meio acadêmico

 
 
 
“Não existem fatos, apenas interpretações”. Se você não entendeu o que Nietzsche quis dizer, talvez uma frase de Bart Simpson explique melhor: “eu não fiz. Ninguém me viu fazer. Então você não pode provar nada”. Explicar a filosofia por meio do episódio de um dos desenhos mais queridos do mundo foi a ideia da Universidade de Berkeley, na Califórnia, ao montar um curso chamado “Os Simpsons e a Filosofia”.
E não é apenas a família de Homer que está presente no meio acadêmico. A cultura pop e os games estão invadindo as salas de aula e revolucionando o ensino tradicional. O objetivo é proporcionar um melhor entendimento sobre essa geração que vive bombardeada por informações e tecnologia. “Hoje possuímos com mais facilidade a internet, o YouTube, as redes sociais, blogs e as TVs por assinatura. Como negar todo esse cenário no processo educacional? O professor, hoje, deve ser midiático, estar em constante atualização e sempre que puder experimentar os mais variados ambientes virtuais, até porque, é neste universo que provavelmente seus alunos já estarão presentes há mais tempo”, explica Pablo Laranjeiras, especialista em Novas Tecnologias Educativas e Mestre em Comunicação e Culturas Midiáticas.

Foi pensando nessas mudanças na mídia e entretenimento que a Universidade de Baltimore desenvolveu o curso “Gêneros Midiáticos: Zumbis”. O criador da matéria e entusiasta do universo dos mortos vivos, Arnold Blumberg, explicou ao Washington Post que se baseou na onda de zumbis para elaborar o programa das aulas. O curso analisa 16 filmes sobre o tema, desde o clássico de 1932 O Zumbi Branco até Zumbilândia, lançado em 2009. “Nós estudamos como evoluiu o personagem do zumbi com o passar dos anos e como isso reflete na nossa cultura”, afirma Blumberg. Ele ainda explica que antes de se tornarem conscientes e artísticos, os filmes que traziam os zumbis com personagens centrais retratavam os grandes medos da sociedade em cada época.

E não são apenas as séries e os filmes que proporcionam o aprendizado. Os jogos também têm sido utilizados tanto no cotidiano das aulas, como em atividades extracurriculares. Segundo Pablo Laranjeiras, os jogos podem ser selecionados a partir do contexto e da temática da aula. Ele explica que o ato de jogar faz com que os estudantes desenvolvam um conhecimento prévio sobre o conteúdo histórico daquele game e abre espaço para que sejam inseridas diversas esferas do saber: Matemática, Geografia, Literatura, Sociologia, Filosofia e etc.

“O jogo é uma maneira de emular situações reais ou fictícias, permitindo ao homem fazer descobertas, desenvolver sua criatividade, ir ao encontro do eu e do outro. Através dos jogos, o individuo aprende a agir, a questionar, desenvolve o raciocínio lógico, cognição, concentração e a autoconfiança. Sempre utilizo jogos diferentes, dependendo do contexto e da temática da aula. Se quero focar em um jogo com conteúdo histórico, eu pesquiso e levo aos alunos um jogo com essas características”, explica o professor.

Para Pablo, os games se diferenciam das outras formas de entretenimento como o cinema, o teatro, ou um livro, porque proporcionam um nível maior de imersão. O jogo é formado por regras, recompensas, delimitações de espaços e práticas que simulam comportamentos. Nele, o jogador deve tomar decisões que influenciam todo o desenvolvimento da narrativa. “Nos videogames, as linguagens computacionais permitem a criação segura dos ambientes e a da simulação de comportamentos. Nesse contexto, os jogos digitais são uma forma de experiência fictícia que mais aproxima o usuário a uma experiência de saltar entre prédios, dirigir um veículo em alta velocidade, ou até mesmo salvar o mundo das ameaças do mal”, completa.

Um exemplo de como esse conhecimento foi bem aplicado está na Universidade de Berkeley e na Universidade da Flórida, onde os alunos podem desvendar a arte da competitividade a partir de Starcraft. Os cursos são voltados para pessoas que administram negócios, fábricas e hospitais e precisam usar habilidades diferentes para lidar com os desafios da carreira.

Os pré-requisitos para cursar a matéria incluem um conhecimento prévio do jogo, cálculo e equações diferenciais. Além disso, é exigida a leitura de A arte da guerra, de Sun Tzu. Segundo o programa dos cursos, os estudantes desenvolvem habilidades a partir da teoria do jogo, como pensamento crítico e decisões rápidas.

“Ao sintetizar o game com um programa de MBA, o estudante ganha experiência na atividade que ele irá exercer”, afirma Nate Poling, responsável pela inclusão do curso na Universidade da Flórida.

domingo, 4 de agosto de 2013

Desigualdade de renda cai em 80% das cidades do País

Desigualdade de renda cai em 80% das cidades do País

Na década anterior, a desigualdade medida pelo índice tinha aumentado em 58% das cidades brasileiras

 
Dinheiro: moedas sobre notas de Real
 
 
São Paulo - De 2000 a 2010 aconteceu algo inédito no Brasil: em 80% das cidades, a desigualdade de renda entre seus habitantes diminuiu. O fato é ainda mais relevante porque reverteu uma tendência histórica. Na década anterior, a desigualdade medida pelo índice de Gini aumentara em 58% das cidades brasileiras.
 
A maior queda da desigualdade aconteceu numa cidadezinha do interior de São Paulo. No extremo oeste, perto de Presidente Prudente, Emilianópolis viu seu índice de Gini cair pela metade, de 0,76 para 0,38 em 2010. A escala varia de zero a 1. Se os 3 mil emilianopolenses ganhassem igual, o índice seria 0. Se um deles concentrasse toda a renda da cidade, o Gini seria 1.

Emilianópolis é um bom exemplo, uma vez que as condições em que se deu a redução da desigualdade são representativas do que aconteceu em outros 4.431 municípios brasileiros. O Gini da cidade crescera nos anos 1990, de 0,43 para 0,76. A reversão na década seguinte ocorreu com o enriquecimento da população em geral: a renda do emilianopolense foi de R$ 373 para R$ 585.

Na maior parte do Brasil foi igual. De 2000 a 2010, o rendimento domiciliar per capita cresceu 63% acima da inflação, na média dos 5.565 municípios. Foi um enriquecimento mais intenso do que nos dez anos anteriores, quando o ganho havia sido de 51%.

Isso é importante porque uma forma perversa de reduzir a desigualdade é via empobrecimento geral. Se os ricos perdem mais do que os pobres, a desigualdade também cai. Foi o que aconteceu em grande parte do Brasil nos anos 1980, por causa da recessão.

Nos dez anos seguintes, o alto desemprego comprometeu o salário dos trabalhadores e a renda voltou a se concentrar no topo da pirâmide. O índice de Gini do País cresceu, e a desigualdade aumentou em 58% dos municípios brasileiros. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Mauricio de Sousa

Mauricio de Sousa conta como deu a volta por cima após dívidas com parque da Mônica


Mauricio de Sousa, no estúdio da Turma da Mônica, em SP



Todo mundo tem altos e baixos, a vida toda. De tanto que já apanhei, me acostumei com a ideia de que pode não dar certo. Só acidentalmente você tem 100% de resultado.

Várias vezes arregacei as mangas, investi, e não foi para frente. O negócio é você atirar com espingarda de chumbinho. Se jogar mais bolinhas no cano, algo você acertará.

O que sempre deu certo foram as histórias em quadrinhos. Cinema, nem sempre. Tivemos problemas sérios nos anos 90 e decidimos parar. Os planos econômicos nos tiraram o chão dos pés.

Os parques temáticos foram um sucesso, sempre operaram no azul. Muita gente até hoje me diz ter saudade.

Mas esbarramos em outros problemas. O Parque da Mônica se pagava. Mas o custo da dívida que acumulei ao comprá-lo, no final do século passado, não.

O parque era uma parceria com a Globo. Mas ela não foi adiante. Houve um pouco de má administração de nosso lado, e a Globo saiu do negócio.

Um parque vive de renovação. Era preciso importar brinquedos, a taxas e juros proibitivos. É difícil convencer investidores quando a conta não fecha, quando há outras coisas que rendem mais. O shopping que abrigava o parque também já não nos queria.

Acuado, desfiz o negócio em 2010 e decidi que não seria mais dono de parques temáticos. É um investimento muito grande para nosso esquema. Saí endividado.

De repente, tinha uma dívida que chegaria a R$ 40 milhões --à dívida do parque se somaram as fiscais que eu não fazia a menor ideia. Outras áreas da empresa estavam contaminadas. Houve confusão de documentação e fui castigado pela má administração de meu pessoal.

Então troquei toda minha administração. Primeira coisa que pedi para o novo rapaz que veio cuidar das contas: saber o que custa cada coisa, como estamos cobrando.

Cheguei a receber uma proposta de aporte de R$ 2 bilhões de um grupo estrangeiro, cinco anos atrás. Nem tive dúvida, antes de mais nada porque não quero sócios. "Estou mal das pernas, nem sei o que tenho para vender, espera eu arrumar a empresa e voltamos a falar", respondi.

Eu não sabia o que ganhava nem o que sobrava, uma confusão danada. Nem sabia se teria dinheiro pra pagar o pessoal no mês seguinte.

Veio o Refis [programa de recuperação fiscal da Receita], ajeitamos as contas. Logo a gente se livra dos rabichos que sobraram. Boa parte dos que estão comigo hoje diz que não acreditava que conseguiríamos sair dessa. O bom desempenho de alguns produtos, como Mônica Jovem e "graphic novels", ajudou.

Hoje nosso foco é exportação. De três anos para cá, temos investido o dinheiro que sobra nisso, pois a Turma da Mônica é universal e tem público cativo em países como China, Itália, Portugal. Agora entraremos com Neymar em quadrinhos na Espanha.

Exportar desenhos animados não rende muito, mas abre caminho para o licenciamento internacional, e aí sim vejo ótimas possibilidades.

De toda forma, nunca perdi o sono. Hora de dormir é hora de dormir. No início da carreira, eu trabalhava como repórter policial na Folha. Além das reportagens, em meio à gritaria do fechamento --e da barulheira das máquinas de datilografar--, eu tinha que fazer HQs para o dia seguinte. Foi a melhor escola para eu aprender a não ficar estressado no meio do Carnaval.

Eu era tudo que um repórter policial não devia ser. Não suportava ver sangue e desmaiava. Lia um livro por dia e escrevia de forma clássica, inspirado em Eça e Machado. Na Redação aprendi a utilizar uma linguagem mais concisa... ideal para o balão de HQ.
Hoje tenho seis filhos, de quatro casamentos, e mais de vinte familiares trabalhando na empresa. É uma mistura que deu certo. Mônica, minha filha, é uma diretora comercial que sabe tudo. Minha mulher, Alice Takeda, diretora de arte, é mais exigente que eu.

Trabalho praticamente todo o tempo. Ainda leio todos os roteiros, e estou treinando minha filha Marina, 27, para me ajudar --e com ela aprendo a linguagem das novas gerações. Trabalhar com familiares é ótimo. A não ser na hora de mandar embora.

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