quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Congresso anula sessão que tirou Jango da Presidência

Congresso anula sessão que tirou Jango da Presidência

 
Declaração de 'vacância' de João Goulart em 1964 abriu caminho para institucionalizar a ditadura militar
 
 
Congresso anula sessão que tirou Jango da Presidência
 
 
Brasília - Quase 50 anos após o golpe militar, o Congresso Nacional aprovou no início da madrugada desta quinta-feira um projeto de resolução que anula a sessão do Poder Legislativo que declarou vaga a presidência da República e destituiu do cargo o então presidente João Goulart. A matéria foi tratada pelos parlamentares como uma "reparação" e "desculpa" histórica à decisão do Parlamento que, entre a noite dos dias 1º para 2 de abril de 1964, retirou formalmente Goulart da chefia do Executivo e abriu caminho para institucionalizar a ditadura militar.
 
O presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), anunciou que futuramente vai realizar uma sessão solene em homenagem. A sessão foi acompanhada por parentes de João Goulart, como seu filho João Vicente Goulart. Na semana passada, os restos mortais do ex-presidente foram exumados a fim de se determinar se ele foi envenenado ao morrer no exílio na Argentina, no dia 6 de dezembro de 1976.

Durante os debates, o deputado federal e militar da reserva Jair Bolsonaro (PP-RJ) foi o único a criticar a proposta. Segundo ele, a medida tem por objetivo tentar, com a anulação do ato de vacância, "apagar um fato histórico de modo infantil". "Isso é mais do que stalinismo, quando se apagavam fotografias, querem apagar o Diário do Congresso", disse o deputado.

O senador Pedro Simon (PMDB-RS), um dos autores do pedido e amigo de João Goulart, afirmou que o momento é de se exaltar o "momento histórico". Ele lembrou que Jango, como era conhecido, ainda estava dentro do país quando foi apeado do poder. "Não vamos reconstituir os fatos. A história apenas vai dizer que, naquele dia, o presidente do Congresso usurpou a vontade popular de maneira estúpida e ridícula, depondo o presidente da República", declarou, no discurso mais aplaudido em plenário.

O deputado Domingos Sávio (PSDB-MG), relator do projeto de resolução, defendeu que o Congresso precisa ter "coragem" para admitir que naquela noite de 1964 ocorrera uma das "páginas sombrias da sua história". "Eu fico muito feliz que nós estamos vendo uma das páginas mais lindas deste país", disse o tucano, ao dar parecer favorável ao pedido.

Desta vez, o presidente do Senado conseguiu derrubar a tentativa de Jair Bolsonaro de derrubar a sessão por falta de quorum, como ocorreu na sessão anterior. Renan Calheiros usou artigos do regimento interno da Câmara e da Constituição para barrar a iniciativa do deputado do PP. "Vossa Excelência, contra todos os lideres, todas as bancadas, não pode paralisar os trabalhos do Congresso Nacional, contrariando a Constituição Federal", afirmou.

Após a derrota, Jair Bolsonaro disse ter ficado "satisfeito" com a decisão do Congresso que, na opinião dele, reconhece que o golpe não teria partido dos militares, mas sim pelo próprio Poder Legislativo.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Brian Epstein: o verdadeiro líder dos Beatles

Brian Epstein: o verdadeiro líder dos Beatles

Responsável pela profissionalização dos Beatles, Brian Epstein foi o grande mediador de conflitos na banda, o que garantiu a unidade do grupo

 
 
 
Ele nunca apareceu em capas de discos, não compôs refrões famosos nem arrancou gritos e suspiros de fãs ensandecidas. Sem Brian Epstein, entretanto, talvez você jamais tivesse ouvido falar em John Lennon e “iê, iê, iê” continuaria sendo uma simples expressão sem sentido. Empresário que internacionalizou a marca Beatles, o britânico profissionalizou e construiu a imagem engomadinha dos quatro garotos de Liverpool.

Epstein nasceu em 19 de setembro de 1934, lá mesmo em Liverpool, e começou a ganhar a vida trabalhando em uma loja de discos. Foi em um dia de trabalho nesse primeiro emprego, inclusive, que ele se interessou pelos Beatles. Certo dia, um jovem chegou perguntando se havia algum disco da banda para vender, mas ninguém lá sequer havia ouvido falar no grupo. Curioso, Epstein anotou o nome e foi procurar informações. Logo descobriu que se tratava de um conjunto que estava fazendo um razoável sucesso tocando em bailes na região.

Já atuando como empresário, Epstein procurou e se uniu aos Beatles em 1961, quando conseguiu para a banda um teste em Londres, na gravadora Decca, selo de alguns dos artistas mais famosos da época. Os garotos foram recusados (feito do qual a gravadora se arrependeu amargamente um pouco mais tarde). Mesmo assim, assinaram com o ex-vendedor de discos, que se tornou o administrador oficial da banda em 1962.

Estratégico, Brian Epstein conseguiu que John, Paul, George e Ringo deixassem de lado as jaquetas de couro, proibiu o jeans e convenceu os garotos a usar suéteres nos shows (que, posteriormente, deram lugar aos ternos). Epstein vetou também o uso de drogas durante e antes das apresentações. “Acho que os tornei mais profissionais. Os Beatles são muito inteligentes, sagazes, mas não eram requintados. Trouxe isso para eles: elegância, habilidade organizacional e dinheiro”, disse o empresário em uma entrevista à revista Veja, em fevereiro de 1964.

Com a imagem de bons moços feita, veio o passo mais largo: ganhar a América. Epstein investiu pesado na divulgação dos garotos nos EUA, fazendo propaganda em cidades estratégicas. As canções logo caíram no gosto do público no lado de cá do Atlântico e meteoricamente os Beatles se tornaram um fenômeno mundial.

Com o sucesso, surgiram também as desavenças e as disputas de egos entre os músicos. Mas com uma capacidade de liderança indiscutível, Epstein sempre mediou os conflitos e conseguiu manter a estabilidade da banda durante anos. O empresário, no entanto, embarcou de forma tão intensa na pandemia beatlemaníaca que acabou sendo vítima dela. Para conseguir encarar a maratona de shows e se manter acordado, começou a usar anfetaminas. Com o tempo, tornou-se dependente e passou a sofrer cada vez mais com a falta de sono. Em 1967, aos 32 anos, foi encontrado morto. O laudo apontou overdose de carbitol, medicamento utilizado justamente para combater a insônia.

Sua partida prematura é apontada como um dos principais motivos para o fim da banda. Sem ele, as brigas internas ficaram mais intensas e as relações com os empresários seguintes não foram nada saudáveis. Em 1970, finalmente, os já não mais tão garotos de Liverpool anunciaram o fim da banda.

Linha do tempo

1934 – Nasce Brian Epstein
1961 – Epstein conhece os Beatles
1962 – Os Beatles aparecem na TV pela primeira vez
1963 – Os artistas geridos por Epstein ocupam 85 posições no TOP 100 britânico
1964 – Os Beatles conquistam os EUA
1967 – Morre Brian Epstein

Dirceu, Genoino e Delúbio vão para o regime semiaberto

Dirceu, Genoino e Delúbio vão para o regime semiaberto

 
Os três estavam provisoriamente numa prisão em regime fechado na Papuda; situação foi alvo de críticas



Dirceu, Genoino e Delúbio vão para semiaberto


BRASÍLIA - Os ex-dirigentes do PT condenados no processo do mensalão, José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares foram deslocados nesta segunda-feira, 18, para o Centro de Integração e Reeducação (CIR), que fica dentro do Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal, onde já estavam desde sábado passado. A decisão foi tomada pela Vara de Execuções Penais do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) após críticas de que eles estavam sendo submetidos a regime fechado de prisão, embora o Supremo Tribunal Federal (STF) tivesse determinado o regime semiaberto.

Dirceu e Genoino se apresentaram à Polícia Federal na sexta-feira passada; Delúbio se entregou no sábado. Desde então, os três estavam provisoriamente numa prisão em regime fechado na Papuda. Eles foram transferidos com o ex-tesoureiro do PL (atual PR) Jacinto Lamas e o ex-deputado federal (PTB-MG) Romeu Queiroz para o Centro de Internamento e Reeducação (CIR), também na Papuda, sem benefícios externos, até a homologação desses pedidos pelo juiz.

Os empresários condenados Marcos Valério, Cristiano Paz, José Roberto Salgado e Ramon Hollerbach continuarão na Papuda no regime fechado.

O CIR é um estabelecimento prisional dotado de oficinas de trabalho - marcenaria, lanternagem, funilaria, serigrafia, panificação - e abriga ainda os internos com trabalho agrícola; possui, por isso mesmo, características assemelhadas às de colônia agrícola e industrial.

Os advogados de Delúbio, Dirceu e Genoino devem entrar hoje com pedido para que eles sejam transferidos do CIR, no complexo da Papuda, para o Centro de Progressão Penitenciária (CPP), no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA), também no Distrito Federal. O CPP é destinado ao recebimento de sentenciados em regime semiaberto de cumprimento de pena e que já tenham efetivamente implementado os benefícios legais de trabalho externo e de saídas temporárias.

Pressão Horas antes da transferência, o diretório nacional do PT, Estou aguardando que a lei seja cumprida o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, saíram em defesa da mudança do regime para o semiaberto. "e, quem sabe, que eles fiquem em regime semiaberto" disse Lula em São Paulo.

Ex-chefe da Secretaria de Comunicação Social, Franklin Martins, que acompanhava Lula, foi mais enfático: "Quem julga também será julgado". Cardozo considerou, em entrevista concedida a uma rádio em Porto Alegre, "incorreta" e "ilegal" a prisão em regime fechado.

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