sexta-feira, 27 de abril de 2012

Domésticas brasileiras estão mais velhas, têm mais estudo e oportunidades

Domésticas brasileiras estão mais velhas,
têm mais estudo e oportunidades

Em dois anos, Brasil conta 98 mil trabalhadores domésticos a menos Amanda Mont'Alvão Veloso
Mais velhas, com maior tempo de estudo e mais oportunidades de trabalho. O perfil das domésticas brasileiras, celebradas nesta sexta-feira (27) pelo Dia do Trabalhador Doméstico, passou por mudanças significativas nos últimos dez anos.

De 2009 para 2011, o número de trabalhadores domésticos caiu de 1.652.000 para 1.554.000 nas seis regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Isso significa 98 mil empregados a menos nos lares brasileiros.

O crescimento econômico vivenciado pelo País nos últimos anos e a elevação da escolaridade da população, principalmente das mulheres e dos mais jovens, são os responsáveis por essa redução de trabalhadores, explica Patrícia Lino Costa, economista do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).

— Novas oportunidades são abertas em outros setores, e as mulheres mais jovens tendem a migrar. Elas vão procurar emprego nas áreas de comércio, serviços, até mesmo na limpeza em escritórios porque terão carteira de trabalho assinada, jornada definida, direito a aposentadoria, o que não acontece no trabalho doméstico.

De fato, o trabalho doméstico tem se tornado uma profissão de mulheres mais velhas, segundo um estudo comparativo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). Em 2009, a maioria delas (69%) tinha de 30 a 59 anos e apenas 22,2% eram moças de 18 a 29 anos. Em 1999, a faixa de idade dos 18 aos 29 anos respondia por 33,9% do total de trabalhadoras, enquanto 53,4% tinham entre 30 e 59 anos.

As mulheres são a grande maioria dos trabalhadores domésticos. Segundo pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2009, do total de 7,2 milhões de pessoas ocupadas em serviços para famílias ou particulares (como motorista e acompanhante de idosos), 93% são do sexo feminino.

O envelhecimento não é a única alteração ocorrida no perfil dessas trabalhadoras ao longo das últimas décadas. Elas também estão mais instruídas e passaram mais tempo na escola. Em 2009, a média foi de 6,1 anos de estudo contra os 4,7 anos registrados em 1999.

Com o tempo, mais direitos foram conquistados. Se antes elas tinham apenas garantias como salário mínimo, 13º salário e licença-maternidade de 120 dias, instituídos pela Constituição Federal de 1988, leis criadas nos anos 2000 acrescentaram férias de 30 dias, estabilidade para gestantes, direito aos feriados civis e religiosos e a proibição de descontos de moradia, alimentação e produtos de higiene pessoal utilizados no local de trabalho.

Porém, nenhum direito é assegurado se a empregada não trabalhar com a carteira assinada, o que ainda é pouco comum no trabalho doméstico. Atualmente, a cada cem trabalhadores domésticos, 73 exercem a função sem carteira assinada, de acordo com o IBGE

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