terça-feira, 29 de maio de 2012

Faça o que eu digo, mas não o que eu faço

Faça o que eu digo, mas não o que eu faço: as piores atitudes de um gestor

Líderes se esquecem do time e mostram que podem até ser bons de discurso, mas que na prática ainda precisam melhorar

Infomoney
O dia de trabalho começa e seu gestor já chega com a corda toda: pede urgência na entrega dos relatórios e impõe prazos um tanto quanto absurdos para a execução de suas tarefas. E por mais chatas ou estressantes que tais solicitações possam parecer, nenhuma delas seria um problema, se não fosse por um pequeno detalhe: após delegar as atividades, seu supervisor tranquilamente toma um café, perde alguns minutos batendo um papo sobre amenidades com outro líder e se distrai na internet.

De enfurecer, não?

“A maioria não percebe quando faz isso e acha que está trabalhando de forma correta, pois não entende que as próprias atitudes costumam ser avaliadas de uma forma diferente pelos contratados”, alerta a consultora associada da Muttare, Roberta Yono Ebina.

Identifique

O gestor “folgado” como é popularmente conhecido, é o líder que adota o “faça o que eu falo, mas não o que eu faço” em seu dia a dia. Para ele, tudo pode. Já para os outros, não.

É dele, inclusive, a astúcia de sair do trabalho no meio da tarde de uma véspera de um feriado, por exemplo. “Existem gestores que, em feriados, já começam a emendar a folga com um dia de antecedência para evitar o trânsito”, comenta Roberta.

Imagem: Thinkstock

E acredite, esse tipo de comportamento não favorece nenhum pouco a reputação do líder. “Ao tomar essa atitude, ele entra em descrédito com a própria equipe que passa a não enxergá-lo com admiração”, diz a especialista em Soluções de RH da De Bernt Entschev Human Capital, Rosanne Martins, que afirma ainda que esse tipo de comportamento costuma resultar em uma insatisfação geral e até em uma insubordinação.

Comportamentos trágicos

E engana-se quem imaginar que apenas essa atitude costuma se mostrar inadequada à um gestor. Outros exemplos, como a falta de cuidado com o dinheiro da empresa e a humilhação de alguns colaboradores, também são inaceitáveis.

“Existem gestores que afirmam o tempo todo que os colaboradores são peça-chave para o desenvolvimento da empresa, mas não perdem a oportunidade de humilhá-los quando é possível”, exemplifica.

Outro caso também comum costuma ser a falta de comedimento com os gastos da empresa, afinal, muitos pensam apenas no bem-estar próprio e não poupam um centavo da organização.

"Na compra de passagens aéreas é possível observar esse pensamento, já que muitos líderes não se preocupam em economizar nada e querem mesmo é viajar na melhor companhia", diz Roberta, que lembra que este comportamento também prevalece na reserva de hotéis.

“Os eventos para diretores acontecem em centros de convenções caríssimos, enquanto que os dos coordenadores e gerentes são programados para locais de qualidade inferior”, conta a consultora da Muttare.

Impactos

Hoje, os impactos de atitudes como as descritas anteriormente são diversos e não só contribuem para a piora do clima organizacional, mas também desmotivam a equipe e afetam os resultados da empresa.

“O colaborador passa a não se esforçar em suas tarefas, pois percebe que quem deveria ser o seu exemplo [o gestor] não faz o mesmo”, explica a consultora da Muttare.

Hora da vingança

Como consolo, saiba que essa política costuma prevalecer na empresa por muito tempo, afinal, os colaboradores sempre estão de olho em seus superiores e, não raro, têm a chance de dar o troco.

“Eles sempre se vingam dos chefes na avaliação de clima da empresa. Para identificar os gestores com esse perfil, basta avaliar os que estão bem abaixo da média. Quem pratica os valores da companhia, costuma ter um resultado positivo”, conta Roberta.

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