domingo, 11 de março de 2012

Cinquenta anos depois, pílula ainda é anticoncepcional mais usado

Cinquenta anos depois, pílula ainda é anticoncepcional mais usado


Segundo o Ibope, cada vez mais mulheres recorrem à pílula do dia seguinte


 

Cinquenta anos depois, pílula ainda é anticoncepcional mais usado Divulgação/stock.xchng
Foto: Divulgação / stock.xchng

A ordem de prioridades na vida das mulheres se inverteu nas últimas décadas: hoje, elas pensam primeiro na carreira, deixando a formação da família em segundo plano. E, como adiam o momento de ter filhos, usam e exigem cada vez mais dos métodos de contraconcepção. Estas são algumas das conclusões de uma pesquisa do Ibope sobre métodos anticoncepcionais, na qual o comportamento das mulheres nascidas até 1965 (baby boomers) foi comparado ao das gerações posteriores (X e Y).

O estudo mostrou que as novas gerações começam a vida sexual mais cedo (80% das entrevistadas iniciou-a antes dos 16 anos) e por iniciativa própria (39%). Apesar disso, a maior parte de suas representantes não conhece todos as opções de contraceptivos disponíveis no mercado: eles se queixam da pílula tradicional, pela obrigatoriedade de precisar lembrar de tomá-la todos os dias, mas não recorrem a outros métodos por saber pouco a respeito deles. Como consequência dos dois fatores, um grande número afirma recorrer cada vez mais à pílula do dia seguinte — o que é preocupante, segundo especialistas.

— Diferentemente das baby boomers, a mulher de hoje sai de casa sem saber se vai fazer sexo, e, se acontece, recorre à pílula do dia seguinte, o que é alarmante — diz a psiquiatra Carmita Abdo, coordenadora do programa de estudos em sexualidade da USP. — Esta pílula foi projetada para ser excepcional, e, nestes casos, dá resultados excelentes. Mas, se usada como rotina pode levar a um grande desequilíbrio do ciclo da mulher, por ter uma alta carga hormonal. E, dependendo do caso, até desencadear um quadro de câncer. Hoje em dia há muitas opções. A mulher deve buscar a que mais se adéqua ao seu estilo de vida. Se não o faz, pode ser por desinteresse ou por receio de que o método falhe. Mas ela deve se lembrar de que novos métodos só chegam ao mercado depois de largamente testados.

A falta de conhecimento sobre os benefícios e inconvenientes de métodos mais modernos foram realmente os motivos alegados pelas mulheres das gerações X e Y para justificar sua preferência pelas já muito conhecidas pílulas hormonais em detrimento de alternativas como implante subcutâneo, injeções, DIU com hormônio e adesivos, bem mais novas. Muitas explicam a pouca informação dizendo não terem sido informadas por seus médicos sobre a conveniência destas formas de evitar a gravidez.

Feita por encomenda de uma empresa do ramo farmacêutico, a pesquisa aplicou questionários a mil mulheres de dez grandes cidades brasileiras (Rio, São Paulo, Fortaleza, Salvador, Belo Horizonte, Belém, Curitiba, Brasília, Porto Alegre e Recife), com idades entre 18 e 65 anos. As representantes das gerações X e Y disseram que se informam sobre métodos anticoncepcionais recorrendo a amigas e à internet, mas também ouvem seu ginecologista — desde que o método recomendado por ele médico atenda a suas preferências (52%).

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