SÃO PAULO – O quadro executivo do FMI (Fundo Monetário Internacional) aprovou na última segunda-feira (21) uma série de reformas com o objetivo de “apoiar a flexibilidade e o escopo das ferramentas de empréstimo do fundo, para prover liquidez e assistência emergencial mais efetivas aos membros globais do fundo”, declarou o órgão em comunicado nesta terça-feira.

Tal reforma substitui a linha de crédito precaucionária por outra, mais flexível, intitulada por linha precaucionária e de liquidez, a qual pode ser utilizada como uma janela de liquidez de curto prazo em tempos de estresse econômico global e de riscos de contágio, assim como uma garantia contra choques futuros.

“Eu recomendei ao quadro executivo uma rápida resposta para apoiar os membros nesses tempos difíceis”, afirmou Christine Lagarde após o encontro com tais membros, segundo o comunicado. “Foi pedido ao fundo para aumentar a sua ferramenta de empréstimos para ajudar os membros a lidarem com crises”, complementou, ao afirmar que tais medidas permitirão uma resposta mais rápida e eficiente.

Linhas de até dois anos
Os elementos chaves indicados no comunicado revelam que tal linha de crédito terá acordos de seis meses para garantir o balanceamento das necessidades de pagamento no curto prazo, sendo que o valor não pode exceder 250% da cota do membro. No entanto, em casos de um choque exógeno de curto prazo, - tal como condições de estresse econômico global ou regional – que afete a capacidade de pagamento, a ajuda pode se elevar a 500% da cota do membro.
A nova linha de crédito também prevê acordos com duração de 12 a 24 meses, nos quais o acesso ao empréstimo pode ser de 500% da cota do membro no primeiro ano e de 1000% no ano seguinte.

O valor de uma cota
As cotas são definidas em SDRs (um título que pode ser trocado nos bancos centrais e definido com base em uma cesta de moedas), sendo diferentes para cada país membro, de acordo com sua economia. Segundo dados atualizados nesta terça-feira, o Brasil possui 4,25 bilhões de SDRs e, conforme cotação do próprio site do FMI do dia 15 de novembro (um SDR equivalente a R$ 0,362), a cota brasileira equivaleria a R$ 1,54 bilhão.