segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Chevron será indiciada por novo crime ambiental

Empresa americana, que há 13 dias provocou vazamento de petróleo no Campo do Frade, afundou o óleo com areia em vez de retirá-lo

AFP/Getty Images/Arquivo/Justin Sullivan
Posto da Chevron
A ANP autorizou a Chevron a tomar medidas para acabar com o vazamento

A Polícia Federal vai indiciar a empresa Chevron pelo vazamento de petróleo no Campo do Frade, na Bacia de Campo, e por afundar o óleo derramado no mar com areia em vez de retirá-lo. As informações são do jornal O Globo deste domingo, que atribui ao delegado Fábio Scliar, da Delegacia de Meio Ambiente e Patrimônio Histórico da PF, a afirmação de que o procedimento de dispersão mecânica está sendo feito de forma errada. Ainda de acordo com Scliar, essa prática é crime um ambiental que será incluído no inquérito.
 
Especialistas ouvidos pelo O Globo dizem que o país não está preparado para conter vazamento de petróleo. O Plano Nacional de Contingencia não é aplicado e o investimento em tecnologia de prevenção é mínimo. O ocorrido no Campo do Frade é um alerta vermelho para os órgãos de fiscalização e das empresas envolvidas na exploração, sobretudo agora com a descoberta do pré-sal. Uma saída poderia ser a autonomia de um órgão de controle que fosse independente das informações fornecidas pelas empresas.
Assim que houve o derrame de óleo, as declarações sobre as dimensões do problema variaram. A Agencia Nacional do Petróleo (ANP) disse que o vazamento era cinco vezes maior do que o estimado pela Chevron. Em entrevista ao O Globo, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, disse que ainda não se sabe a dimensão exata do vazamento causado pela empresa americana no Campo do Frade.

A Polícia Federal no Rio de Janeiro instaurou na quinta-feira inquérito policial para apurar o acidente ambiental. Os responsáveis pelo incidente poderão ser indiciados pelo crime de poluição e, se condenados, estão sujeitos a penas que variam de um a cinco anos de reclusão.

O óleo poderá afetar os animais, como baleias jubarte, minke-antártica, baleia-de-bryde e entre 20 e 25 espécies de golfinhos e pequenos cetáceos que usam a Bacia de Campos como rota migratória. Estima-se que o óleo tenha chegado a cobrir uma superfície de 163 quilômetros quadrados, o que seria equivalente a 16,3 mil campos de futebol. O secretário de Estado do Ambiente, Carlos Minc, viu três jubartes nadando perto da mancha - uma a menos de 300 metros de distância. Em relação à aves, o probelma também é grande. Acredita-se que elas confundam a mancha de óleo com cardumes e, por isso, mergulhem no petróleo.

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