SÃO PAULO – Após subir por 10 dias consecutivos - sua maior sequência desde janeiro de 1.999 -, o dólar comercial fechou esta quinta-feira (15) com queda de 0,82%, cotado a R$ 1,7089 na venda. A divisa refletiu primariamente as notícias do mercado externo, principalmente o cenário europeu, que animaram parte do mercado e esfriaram o rali de alta da moeda frente ao real.

A forte sequência de altas contribuiu para que o Banco Central deixasse de realizar leilões de compra de dólares no mercado cambial à vista novamente, após deixar de fazer essa operação na véspera pela primeira vez desde 21 de fevereiro deste ano.

Europa

Boas referências contribuiram para que o dólar recuasse pela primeira vez em 11 sessões. O Conselho de Governadores do BCE (Banco Central Europeu) decidiu, em coordenação com o Federal Reserve, o BoE (Banco da Inglaterra), o BoJ (Banco do Japão) e o Banco Nacional da Suíça, realizar três leilões de venda de dólar, com vencimento de três meses até o final do ano, com o objetivo de aumentar a liquidez da divisa-norte americana no mercado, especialmente o Europeu.

Além disso, a afirmação do vice-diretor da comissão de desenvolvimento nacional da China de que o país pretende comprar papéis dos países europeus afetados pela crise também chamou a atenção.

Por outro lado, a Comissão Europeia cortou nas previsões de crescimento econômico da Zona do Euro para o segundo semestre do ano. Segundo o comunicado da instituição, a região do euro mostrará expansão de 0,2% no terceiro trimestre e 0,1% no quarto trimestre, números menores que as expectativas de aumento de 0,4% para ambos os períodos.

Por fim, o FMI (Fundo Monetário Internacional) advertiu que os países emergentes não estão imunes aos impactos da crise econômica internacional, aumentando o sentimento de aversão ao risco nesses mercados.

Agenda norte-americana

Nos Estados Unidos, destaque para a divulgação o CPI (Consumer Price Index), índice de preços ao consumidor, que registrou inflação de 0,4% em agosto, contra alta de 0,2% projetados pelo mercado. Por sua vez, o Core CPI, que exclui os custos relativos à alimentação e energia, apontou avanço de 0,2%, em linha com as projeções do mercado.

Ainda por lá, foram informados os dados da conta corrente norte-americana, o Current Account, que no primeiro trimestre marcou um déficit menor do que o esperado no segundo trimestre. Já o Initial Claims mostrou que o número de pedidos de auxílio-desemprego foi maior que o previsto na última semana. Por fim, a atividade industrial na região de Nova York em setembro chegou a 8,8 pontos negativos, bem abaixo do esperado.

Dólar comercia, futuro e Ptax

O dólar comercial fechou cotado a R$ 1,7081 na compra e R$ 1,7089 na venda, forte baixa de 0,82% em relação ao fechamento anterior. Apesar desta queda, o dólar acumula valorização de 7,28% em setembro, frente à alta de 2,64% registrada no mês passado. No ano a valorização acumulada da moeda norte-americana já chega a 2,56%. 

Na BM&F, o contrato futuro com vencimento em outubro segue o dia cotado a R$ 1,716, forte baixa de 0,90% em relação ao fechamento de R$ 1,731 da última quarta-feira. O contrato com vencimento em novembro, por sua vez, opera em forte baixa de 0,89%, atingindo R$ 1,727 frente à R$ 1,742 do fechamento de ontem.

Já o dólar Ptax, que referencia os contratos futuros na BM&F Bovespa, fechou cotado a R$ 1,7106 na venda, queda de 1,05% na sessão.

O dólar pronto, que é a referência para a moeda norte-americana na BM&F Bovespa, registrava R$ 1,7111000.

FRA de cupom cambial

Por fim, o FRA de cupom cambial, Forward Rate Agreement, referência para o juro em dólar no Brasil, fechou a 3,01 para novembro de 2011, 0,02 ponto percentual acima em relação ao que foi registrado na sessão anterior.