terça-feira, 16 de julho de 2013

Polícia investiga extração de 18 mil árvores

Polícia investiga extração de 18 mil árvores em área preservada no RS

Empreendimento para extração de areia será construído em Santa Maria.
Corte de vegetação nativa e animais silvestres preocupam a polícia.



A Polícia Civil investiga a emissão de uma licença ambiental para a construção de um empreendimento de extração de areia às margens da BR-392, na localidade de Passo do Arenal, em Santa Maria, na Região Central do Rio Grande do Sul. Conforme a delegada Roberta Bertoldo da Silva, cerca de 18 mil árvores nativas teriam de ser derrubadas em uma área de preservação ambiental permanente e não há um plano de compensação estabelecido pela prefeitura, que autorizou o procedimento. Além disso, segundo a polícia, a fauna na região também estaria ameaçada, já que o local serve de habitat para “inúmero animais silvestres”.
“O empreendedor da área apresentou uma autorização para a extração de 18 mil árvores nativas. Mas não encontramos no documento informações sobre a compensação ambiental, não há definição do local exato de onde essas árvores serão extraídas. Então solicitamos a cópia integral desse documento”, afirmou a delegada em entrevista à Rádio Gaúcha nesta terça-feira (16).
“É um número bem expressivo, expressivo até demais. O que nós queremos saber é se são 18 mil árvores ou são mais? Foi feito um estudo completo? Onde será feita a extração da vegetação? Nossa observação inicial é de que possa haver, no mínimo, uma irregularidade na liberação da licença. Também nos preocupa sobremaneira a questão da fauna. A Brigada Militar nos informou que existem inúmeros animais silvestres naquela área. Para onde irão estes animais?”, questiona.
A delegada disse ainda que a Policia Civil fará uma vistoria na área nesta semana, em conjunto com o Ministério Público. “Atuamos junto com o MP no sentido de investigar essas licenças. Nosso objetivo é suspender esta atividade”, ressaltou a delegada. O MP informou que já entrou com uma ação contra a prefeitura de Santa Maria pedindo a suspensão de licenças ambientais.
A Prefeitura de Santa Maria, por sua vez, afirmou que mantém um convênio regular com a Fundação de Proteção Ambiental (Fepam) que permite explorar áreas de extração de areia que não estejam próximas a rios. “Essa área toda já havia sido licenciada para esta atividade. E para que fique claro, a média do diâmetro dessas árvores é de 15 centímetros. Não são árvores tão grandes”, disse, em entrevista à Rádio Gaúcha o secretário Municipal de Proteção Ambiental de Santa Maria, Luiz Alberto Carvalho Junior.
“O plano de compensação que nós temos são 15 mudas por árvore cortada. O empreendedor coloca em crédito para a prefeitura e a medida que os planos são executados, nós vamos utilizando este material e entregando para a cidade. É um crédito que vai sendo abatido aos poucos”, explicou o secretário. “O papel da polícia é este, de investigar. Nós não temos nada a esconder”, afirmou.

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