quinta-feira, 18 de julho de 2013

Os desafios do administrador Papa Francisco

Os desafios do administrador Papa Francisco

O argentino assumiu o trono em um momento difícil e tem a difícil tarefa de renovar o modus operandi administrativo da maior organização do mundo; visita ao Brasil será termômetro de como a Igreja está sendo vista em um dos seus principais redutos, em termos de fiéis

 
 
Convicções religiosas à parte, ser papa vai além de cuidar da fé de um povo. Estar à frente da Igreja Católica Apostólica Romana é também administrar uma grande organização, que, ao mesmo tempo em que precisa manter suas tradições “organizacionais”, tem de se renovar para enfrentar os novos contextos pelos quais, ao longo de séculos, vem tendo de se adequar.
Para o papa Francisco, que assumiu o trono em um momento conturbado para a Igreja, que vinha sofrendo uma crise de imagem devido a denúncias de corrupção e pedofilia, esse desafio acaba se tornando ainda maior. Além de ser um líder cuja origem não está nos círculos que tradicionalmente elegeram os mais altos cargos da instituição, precisa governar sob um regime atípico, dividindo – mesmo que apenas simbolicamente – seu posto com o antecessor, Bento XVI, que renunciou.

“O papado de Francisco teve início em um momento crucial na história da Igreja Católica Romana (ICAR) em suas relações com a sociedade que a cerca. São muitas as questões que demandam a atenção do novo papa. Um primeiro desafio diz respeito a como a igreja vai lidar com o mundo ao seu redor, a perda de fiéis e de credibilidade por causa de tantos escândalos recentes, e os caminhos para achar uma voz que comunique com o mundo”, afirma o professor Rodrigo Franklin de Sousa, coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Religião.

O professor afirma ainda que, internamente, Francisco “precisará renovar a administração do Vaticano, buscando maior transparência, ética e um melhor funcionamento de sua máquina burocrática. As recentes reformulações no Código Penal do Vaticano podem ser vistas como um passo concreto nessa direção. Mas ainda são muitas as questões a ser enfrentadas”.

Visita ao Brasil será termômetro

Para Rodrigo Franklin, a visita do papa Francisco ao Brasil será um termômetro importante. “Quando o Papa Francisco chegar ao Brasil para a Jornada Mundial da Juventude, desembarcará em um país recentemente mobilizado por manifestações que foram desencadeadas por um amplo processo de transformação da sociedade brasileira, sua cultura, suas tradições políticas e ideológicas. A visita do papa ao Brasil permitirá aferir qual a situação da ICAR perante a sociedade brasileira e indicará que possíveis rumos essa relação tomará no futuro”, complementa.

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