As fraudes em convênios com organizações não governamentais (ONGs) e desvios de dinheiro público, que derrubaram o ministro do Turismo, Pedro Novaes, e levaram dirigentes da pasta à prisão, produziram um prejuízo estimado em R$ 67 milhões. Foi a conclusão a que chegou a auditoria do Controladoria-Geral da União (CGU), após quase quatro meses de análise dos convênios e contratos celebrados com 22 entidades, no âmbito do programa 'Turismo Social no Brasil: Uma viagem de Inclusão'.

As denúncias assumiram proporção de escândalo em agosto, quando a Operação da Voucher, da Polícia Federal, prendeu 38 pessoas envolvidas nas fraudes, entre as quais o secretário executivo Frederico Silva da Costa, número 2 do ministério, o secretário de Desenvolvimento Turístico, Colbert Martins e o ex-presidente da Embratur, Mário Augusto Moysés. A CGU incluiu no pente fino tanto os fatos denunciados na operação como outros processos voltados para infraestrutura e eventos turísticos.

Ao todo, foram examinados 54 convênios e cinco contratos, que movimentaram R$ 281,8 milhões. Foram identificadas, entre as principais falhas, deficiências estruturais nos processos de gestão e irregularidades nos atos de aprovação, pela pasta, dos planos de trabalho apresentados pelas entidades e empresas contratadas. A CGU detectou fraudes nas prestações de contas e falhas na execução das metas contratuais.

Nas obras de infraestrutura, a CGU identificou 'um número expressivo de projetos não iniciados ou paralisados'. Na promoção de eventos 'foram constatados desde a falta de comprovação das despesas até vícios em processos de contratação', que comprometeram 'a oferta de preços competitivos e a regular aplicação dos recursos'.