segunda-feira, 24 de junho de 2013

Dilma convoca governantes e começa a tecer Pacto Nacional após protestos

Dilma convoca governantes e começa a tecer Pacto Nacional após protestos

 
Dilma convoca governantes e começa a tecer Pacto Nacional após protestos
 
Rio de Janeiro, 23 jun (EFE).- Os protestos que ocorrem no Brasil há duas semanas seguem perdendo intensidade e participação em um momento no qual a presidente Dilma Rousseff começa a tecer o Pacto Nacional por melhores serviços públicos proposto na sexta-feira, em pronunciamento em rede nacional, como resposta às manifestações.

Dilma se reunirá na segunda-feira com os governadores dos 27 estados do país e com os prefeitos das capitais regionais para começar a discutir as medidas do Pacto Nacional destinado a atender as reivindicações dos manifestantes, disseram à Agência Efe porta-vozes da Presidência.

Apesar das manifestações contarem com 75% de apoio da população segundo as últimas pesquisas, os brasileiros só saíram às ruas neste domingo em 17 cidades e a maioria destas manifestações não contaram com mais de 500 pessoas.

O maior protesto deste domingo foi realizado no Rio de Janeiro, onde 4 mil pessoas se reuniram para criticar uma emenda constitucional discutida no Congresso para reduzir os poderes de investigação do Ministério Público, o que, segundo os manifestantes, pode favorecer a impunidade de políticos corruptos.

Os manifestantes se concentraram na praia de Copacabana e marcharam pela orla até as vizinhas Ipanema e Leblon, onde se juntaram a um pequeno grupo que acampa há dois dias na frente da residência particular do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral.

Uma manifestação convocada em Fortaleza para protestar contra as elevadas despesas do Governo na organização da Copa do Mundo de 2014 só reuniu 500 pessoas e praticamente nem se aproximou do estádio Castelão, onde a Espanha derrotou a seleção nigeriana por 3 a 0, em jogo válido pela Copa das Confederações.

As manifestações vêm perdendo intensidade desde quinta-feira, quando cerca de 1,2 milhão de pessoas saíram às ruas.

Os líderes das organizações que convocaram os protestos aproveitaram o domingo para discutir seus próximos passos e as reivindicações que apresentarão caso que sejam convidados pelo Governo para discutir o Pacto Nacional.

As manifestações em Brasília, Fortaleza e São Paulo foram aproveitadas pelos movimentos sociais para refletir sobre as conquistas e as próximas convocações.

Apesar da aparente redução das manifestações, alguns grupos preveem para próxima quinta-feira uma jornada nacional de protestos que pode ser marcada por greves convocadas por diferentes sindicatos, segundo anunciam nas redes sociais.

Os protestos no Brasil começaram na semana passada em São Paulo, exclusivamente contra o aumento das passagens, mas ganharam outras reivindicações, como maiores investimentos em saúde e em educação, e críticas contra a corrupção e as elevadas despesas do Governo para organizar eventos como o Mundial de 2014.

O encontro convocado pela governante para amanhã no Palácio do Planalto, onde estará presente grande parte do Gabinete, será o primeiro para discutir o Pacto Nacional pela melhoria dos serviços públicos que Dilma propôs na sexta-feira em um pronunciamento em resposta às manifestações.
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Vou receber os líderes das manifestações pacíficas, de sindicatos e associações populares', assim como governadores e prefeitos, pois 'precisamos de todas suas contribuições, reflexões e experiências', afirmou então.

Segundo a governante, o principal objetivo do pacto será a elaboração de um Plano Nacional de Mobilidade Urbana que privilegie o transporte coletivo, principal reivindicação dos protestos.

A presidente também citou em seu pronunciamento outras medidas que adotará para atender demandas pontuais dos manifestantes.

Sobre a saúde, Dilma assegurou que seu Governo 'trará imediatamente os milhares de médicos do exterior para ampliar o atendimento', e quanto à educação disse que insistirá perante o Congresso na aprovação de um projeto que destina o 100 % dos royalties petrolíferas exclusivamente a este setor.
EFE

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