domingo, 15 de julho de 2012

Dólar alto ajuda vinhos brasileiros

Dólar alto ajuda vinhos brasileiros

Indústrias esperam que governo aprove a criação de cotas para limitar entrada de produto importado nos próximos meses

Dólar alto ajuda vinhos brasileiros Tadeu Vilani/Agencia RBS
Reajuste no valor de rótulos estrangeiros deverá ser repassado ao consumidor em um mês, quando acabarem os estoques antigos Foto: Tadeu Vilani / Agencia RBS


Com apenas 20% do mercado nacional, os vinhos brasileiros deverão ficar mais competitivos diante do aumento de preço dos importados, reajustados pela alta do dólar. O setor vinícola ainda poderá ser impulsionado com a possível criação de cotas para a entrada da bebida no país no próximo mês.
De janeiro a maio deste ano, as importações de vinho aumentaram mais de 30% no país, enquanto a comercialização de rótulos nacionais avançou apenas 1,2%. O ritmo de crescimento dos importados, porém, tende a ser freado no próximo mês.

— Ainda estamos com os estoques comprados antes da alta do dólar. Mas nos próximos 30 dias o reajuste deverá chegar às prateleiras — diz Antônio Cesa Longo, presidente da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), acrescentando que os vinhos gaúchos respondem por 60% das vendas no Estado.

A valorização da moeda norte-americana, que se mantém acima de R$ 2, irá se refletir em um aumento de 5% a 10% da bebida importada, conforme o diretor-comercial da Importadora Porto a Porto, Hugo Roberto Sola Junior.

Para os próximos meses, a indústria vinícola nacional aposta também na criação de salvaguardas para o vinho brasileiro — em análise pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). A expectativa é de que o órgão emita um parecer no final de agosto.

— Estamos confiantes na adoção de medidas, que não serão aumento do imposto de importação, mas sim cotas para limitar a quantidade de garrafas importadas — explica Carlos Paviani, diretor executivo do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin).

O movimento das vinícolas brasileiras, mais de 90% concentradas no Estado, gerou reação de restaurantes paulistas e cariocas - que chegaram a tirar de suas cartas de vinho rótulos nacionais.
— A questão é custo-benefício. O cliente acaba optando por um importado de melhor qualidade, que sai pelo mesmo preço de um nacional mediano — diz Jaime Marques Pinheiro, proprietário de um restaurante da Capital que tem uma adega com mais de 5 mil rótulos, a grande maioria importados.

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