Paradoxo: seu momento de maior inspiração não é quando você pensa
Paradoxo: seu momento de maior inspiração não é quando você pensa

Pode parecer espantoso, mas as nossas melhores idéias vem quando não estamos empenhados em tê-las. A descoberta foi feita pelos pesquisadores Mareike Wieth e Rose Zack, que examinaram 428 universitários para saber em qual parte do dia cada um deles era mais produtivo no trabalho.
Segundo o estudo, 195 dos candidatos examinados eram mais ativos no período noturno, enquanto apenas 28 produziam mais na parte da manhã e tarde. O restante foi classificado como neutro. A partir dos resultados, a dupla de pesquisadores dividiu os universitários em dois grupos e entregou seis tarefas de resolução de problemas – metade composta por problemas de percepção e metade por questões analíticas.
As perguntas analíticas necessitavam de um trabalho duro para chegar à resposta, enquanto as intuitivas precisavam apenas de um momento de inspiração para serem decifradas. O resultado foi que perguntas intuitivas foram respondidas com mais eficiência quando os participantes estavam em seu período menos produtivo.
Ou seja, as melhores respostas dos noturnos foram dadas pela manhã enquanto os diurnos demonstraram melhores resultados durante a noite. De acordo com Mareike Wieth e Rose Zack, isso ocorre porque, durante as pausas na produtividade, as pessoas ficam distraídos com mais facilidade. E essas distrações podem ajudar na criatividade.
Aparentemente, o ato de não fazer nada nos deixa mais distraídos, o que estimula a parte criativa do cérebro. “Sem se preocupar com o teor das perguntas e sua complexidade, os participantes sentiam-se mais a vontade para explorar pontos que surgiam à medida que eles falavam”, disse a dupla de cientistas.
Então fica a dica: está com um problema que precisa de criatividade para ser resolvido? Pare o que está fazendo e se distraia. O ato vai cortar a sua linha de raciocínio atual e fará você iniciar outra, abrindo novas possibilidades para poder concluir a tarefa.
O estudo foi publicado originalmente no Scientific American, sob o título “Time of day effects on problem solving: When te non-optimal is optimal”. Em tradução livre: “Efeitos da hora do dia na resolução de problemas: Quando o não ideal se torna ideal".