"Com a taxa Selic a 9,75% ao ano, a caderneta de poupança já se torna competitiva com os fundos DI que praticam uma taxa de administração de 0,5% ao ano. Caso ocorram novas reduções, a poupança definitivamente se torna mais atrativa que o fundo DI", afirma Torres.

Fomento ao setor imobiliário

O professor afirma que entre as estratégias do Governo com a decisão de levar a taxa de juro a menos dois dígitos ao ano, uma delas é fomentar o setor de construção civil. Isso porque os bancos administradores de poupança têm a obrigatoriedade de aplicar 60% de seu capital no financiamento da construção civil.

"A estratégia do Governo ao reduzir a taxa de juro é tornar a poupança mais atraente e assim arrecadar mais recursos para a aplicação no setor de construção civil, que movimenta uma quantidade enorme de empresas e empregos diretos e indiretos", explica Torres.

O Governo denota que está interessado em manter a inflação alta e a taxa de juro com diferenciais mais baixos, reduzindo o retorno real das aplicações em outros fundos. A medida permite também reduzir o spread entre o real e as moedas estrangeiras, aumentando a competitividade das exportações brasileiras.

Sobre a Poupança

Além de não cobrar o Imposto de Renda, o investimento na poupança garante uma rentabilidade anual de 6% somada a TR (Taxa Referencial). A forma de cálculo da TR sofreu algumas alterações desde a sua criação e, atualmente, ela é calculada a partir da remuneração mensal média dos Certificados e Recibos de Depósitos Bancários, com prazo entre 30 e 35 dias e emitidos pelas 30 maiores instituições financeiras do país.