Apesar da volatilidade mos mercados internacionais, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) operou no terreno positivo durante praticamente todo o dia e conseguiu fechar com ganhos, puxada principalmente pela valorização das ações da Petrobrás.

O Ibovespa encerrou em alta de 0,90%, retomando o patamar dos 59 mil pontos. Os papéis PN da Petrobrás subiram 2,62%, enquanto os ON tiveram ganho de 3,01%. O contrato futuro do petróleo para dezembro teve valorização de 1,33% em Nova York e fechou a US$ 95,52 o barril.

Nos Estados Unidos, os principais índices acionários fecharam com ganhos menos expressivos. Dow Jones subiu 0,33%, S&P 500 teve alta de 0,27% e Nasdaq, termômetro do setor de tecnologia, ficou praticamente estável (+0,08%). Mais cedo, as praças europeias encerraram no vermelho.

'O mercado doméstico operou distorcido do exterior desde a manhã devido à perspectiva de redução da taxa de juros daqui para frente. Já há um movimento de saída da renda fixa, com fluxo para renda variável', afirma Luiz Roberto Monteiro, da corretora Renascença.

O Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira prevê que a taxa básica de juros da economia, a Selic, encerre 2011 em 11% ao ano e 2012 em 10,50%. Atualmente, a taxa está em 11,50% ao ano.

'Quando há perspectiva de queda de juros, os investidores procuram papéis que estão atrasados em relação ao mercado, e o da Petrobrás é um exemplo disso', diz Monteiro. Petrobrás ON acumula queda de 17,43% no ano, enquanto o Ibovespa recua 14,58% no mesmo período.

Este fluxo para a renda variável, alerta Monteiro, pode ser atrapalhado pelo cenário externo. Após os temores com a situação política da Grécia, o foco se voltou hoje para a Itália. Nesta manhã, chegou-se a especular que o premiê italiano, Silvio Berlusconi, poderia renunciar ao cargo, mas ele já afirmou que não deixará o poder.

Na terça-feira, a agenda de eventos da Europa traz como destaque a reunião dos ministros de Finanças da União Europeia (Ecofin), que começará às 8h (de Brasília), em Bruxelas, e o potencial anúncio do nome do novo primeiro-ministro da Grécia, sem previsão de horário.