SÃO PAULO – As vendas de veículos caíram 10,2% em outubro, e o aumento do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para veículos importados deve afetar ainda mais o segmento nos próximos meses.

De acordo com o presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Cledorvino Belini, a incidência maior do IPI deve começar a afetar os negócios nesse segmento a partir da segunda quinzena de dezembro, quando estiverem esgotados os estoques reguladores.

Um dos motivos para a queda nas vendas também é a mudança no comportamento do consumidor, que, de acordo com Belini, tem se revelado mais cauteloso, comportamento que ele atribui às notícias de crescimento mais modesto na economia norte-americana e das turbulências em torno da dívida externa da Grécia.

Indústria

De acordo com a Agência Brasil, apesar da estimativa de queda nos negócios, Belini considera ser um momento tranquilo para os empresários. Segundo ele, nem mesmo o resultado negativo das vendas internas de outubro deve ser visto como preocupante.

O presidente espera que, em novembro e dezembro, haja um aquecimento nos negócios do setor. No entanto, ele destaca que não houve mudança na projeção de fechamento das vendas internas, que é de aumento em torno de 5%, passando de 3,515 milhões para 3,690 milhões de veículos. Para isso, ele diz que são necessárias a expansão do crédito e a queda dos juros.

Além disso, a Anfavea também manteve a previsão de produzir neste ano 1% mais veículos do que em igual período do ano passado, quando saíram das linhas de montagem 3,381 milhões de unidades.

Revisão das metas

Ao anunciar a revisão, Belini ressaltou que o mercado interno também está com bom desempenho. “Completamos na última sexta-feira (4) a marca de 3 milhões de unidades vendidas, o que mostra a força do mercado brasileiro”, disse Belini, lembrando que, em outubro, as vendas de veículos nacionais e importados no mercado doméstico recuaram 10% em relação ao mês anterior e 7,5% sobre igual período do ano passado.

A revisão apresentada pela indústria automobilística aumentou as projeções de vendas externas de automóveis, caminhões e ônibus. No acumulado de janeiro a dezembro deste ano, as unidades embarcadas deverão superar em 7,6% o montante de 2010, totalizando 540 mil veículos.

As novas metas são bem diferentes das apresentadas anteriormente, quando se estimava queda de 3,4%, com a comercialização de 485 mil unidades. De janeiro a outubro, as exportações somaram 438,2 mil veículos, com alta de 17% sobre o mesmo período do ano passado e valores totais de US$ 12,7 bilhões.