quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Contra a corrupção - Senador Jarbas Vasconcelos

Jarbas: Dilma tem que peitar PT e PMDB para combater corrupção

Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
A base dela (Dilma) é muito grande. Por que ela não reduz essa base?, questiona o senador Jarbas Vasconcelos
"A base dela (Dilma) é muito grande. Por que ela não reduz essa base?", questiona o senador Jarbas Vasconcelos

Claudio Leal


Membro da Frente Suprapartidária contra a Corrupção e a Impunidade, anunciada esta semana para dar apoio parlamentar à "faxina" da presidente Dilma Rousseff (PT), o senador Jarbas Vasconcelos defende que é preciso "peitar" o PT e o PMDB, seu partido, para continuar a ação contra corruptos no governo.
- Não adianta ela ter um comportamento com o ministério dos Transportes e agora titubear diante do PMDB ou qualquer outro partido. Ter um comportamento de alisar junto ao PT e ao PMDB... Se ela está incomodada com a corrupção e quer enfrentar a corrupção, tem que ter um comportamento uniforme - afirma Vasconcelos.

O peemedebista, de oposição ao governo petista, defende um comportamento duro de Dilma com o ministro da Agricultura, Wagner Rossi (PMDB), cuja pasta é alvo de denúncias de tráfico de influência e desvio de recursos. Como revelou o jornal "Correio Braziliense", Rossi também viajou num jatinho da empresa Ourofino Agronegócio, que depende de autorizações do ministério. "Ela tem que peitar isso, tem que ser clara", avalia Jarbas Vasconcelos. "Do jeito que ela foi clara no episódio dos Transportes, ela tem que ser clara em relação a todos".

A frente suprapartidária conta com nove senadores. Além do político pernambucano, integram o grupo: Pedro Simon (PMDB), Cristovam Buarque (PDT), Eduardo Suplicy (PT), Mozarildo Cavalcanti (PTB), Randolfe Rodrigues (PSOL), Ana Amélia Lemos (PP), Pedro Taques (PDT) e Ciro Miranda (PSDB).

- Essa questão da governabilidade, infelizmente, foi uma coisa pinçada, e não foi de agora, justiça se faça, há mais de dez anos. Serve de pretexto para a sem-vergonhice, a política do toma-lá-dá-cá. Não acredito nisso. A base dela (Dilma) é muito grande. Por que ela não reduz essa base? - propõe Jarbas Vasconcelos.

Terra Magazine - Como o senhor analisa a viabilidade da frente suprapartidiária contra a corrupção, em apoio à "faxina" da presidente Dilma no governo?
Jarbas Vasconcelos - A minha posição é de apoio e será mantida. É uma posição firme e uniforme. Estou vendo agora na televisão que ela está com "panos mornos" para o PMDB, que é o meu partido. Não adianta ela ter um comportamento com o ministério dos Transportes e agora titubear diante do PMDB ou qualquer outro partido. Ter um comportamento de alisar junto ao PT e ao PMDB... Isso é uma herança de Lula, que ela compartilhou também, pois foi chefe da Casa Civil e candidata a presidente. Mas o que vale é o comportamento atual. Se ela está incomodada com a corrupção e quer enfrentar a corrupção, tem que ter um comportamento uniforme. Ela não pode ter dois pesos e duas medidas. Aí ela não vai conquistar nem a opinião pública nem a mídia, e muito menos a oposição.

Por enfrentar o PMDB no ministério da Agricultura e em outros setores do governo, Dilma compromete a tal "governabilidade", como insinuam os senadores e deputados do PMDB?
Não acredito nisso, não. Tem em todos os jornais, hoje, que o PR vai deixar a base. Mas, vai sempre votar com a base, entendeu? Essa questão da governabilidade, infelizmente, foi uma coisa pinçada, e não foi de agora, justiça se faça, há mais de dez anos. Serve de pretexto para a sem-vergonhice, a política do toma-lá-dá-cá. Não acredito nisso. A base dela é muito grande. Por que ela não reduz essa base? Pra que uma base desse tamanho? O Lula praticamente dizimou a oposição. Um dia desses eu vi uma matéria de que entre as dez maiores democracias do mundo, o Brasil é a que tem a menor oposição. Isso se deve a quê? A oposição não exerceu realmente seu papel, é verdade, mas foi Lula que dizimou, que reduziu a oposição no Senado, com políticas em cima de pessoas como Tasso Jereissati, Heráclito Fortes, Mão Santa, Arthur Virgilio... Não voltaram ao Senado graças à intervenção direta de Lula.

O PMDB tem feito ameaças à presidente Dilma de que se ela continuar com essa "faxina" nos cargos do partido, pode haver retaliações no Congresso. A presidente tem condições políticas de enfrentar esse tipo de resistência do PMDB?
Tem, depende dela. Se ela é uniforme, tem um comportamento só com relação ao combate à corrupção, e o PMDB se insurge contra isso, ele vai ficar numa posição mais desconfortável do que já existe em relação a sua imagem. É uma questão de opção. Ela tem que peitar isso, tem que ser clara. Do jeito que ela foi clara no episódio dos Transportes, ela tem que ser clara em relação a todos os outros ministérios.

Como o senhor avalia a nova denúncia contra o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, de uso de jatinho de uma empresa que atua nesse setor?
Tem que levar a fundo, tem que apurar, não tem nada que fazer acordo com o PMDB de punir outras pessoas do ministério e deixar a cabeça (Rossi) aí. É um comportamento diferenciado. Já aí é a tendência de arrefecer os ânimos e a disposição com relação a essa frente parlamentar.

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