terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Brasil critica ameaças a Assad e rejeita ideia de armar rebeldes

Brasil critica ameaças a Assad e rejeita ideia de armar rebeldes

Ministra dos Direitos Humanos reclama na ONU da forma Ocidente pressiona regime de Damasco

Jamil Chade, correspondente
GENEBRA - O Brasil criticou nesta segunda-feira, 28, no Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) a forma como potências e países árabes têm pressionado o ditador Bashar Assad. Em discurso em Genebra, a ministra Maria do Rosário (Direitos Humanos) condenou a ideia de armar a oposição síria, bem como iniciativas diplomáticas fora do âmbito da entidade - alfinetada indireta no grupo "Amigos da Síria", formado por americanos, europeus e árabes.

Sírios continuam protestando contra a ditadura de assad na Síria - Rodrigo Abd/AP
Rodrigo Abd/AP
Sírios continuam protestando contra a ditadura de assad na Síria

A ministra afirmou que o governo Dilma Rousseff "não aceita" a entrega de armas a rebeldes e pediu que a "política ocupe espaço" na crise, sem indicar como, na prática, isso seria feito.

Sob pressão desse grupo, o CDH deve aprovar na terça uma resolução que exige a abertura de corredores humanitários para socorrer as vítimas dos 11 meses de violência na Síria. O texto ainda acusa o regime Assad de "violações sistemáticas e generalizadas" e exige o fim da violência contra a população civil.

A mobilização na sede da ONU em Genebra ocorreu enquanto, em Bruxelas, autoridades europeias decidiam impor novas sanções unilaterais contra a ditadura síria - outra medida criticada pelo Brasil. O cerco prevê o congelamento de ativos do Banco Central da Síria, na prática inviabilizando transações comerciais com Damasco, segundo explicou o chanceler francês, Alain Juppé. Sete ministros sírios tiveram bens congelados na Europa e empresas da Síria ficaram impedidas de transportar cargas ao continente.

Juppé afirmou que o bloco europeu solicitará ainda que Assad seja julgado pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) por crimes contra a humanidade. Pelo menos dez rodadas de sanções já foram adotadas, com mais de cem pessoas atingidas, entre elas o próprio Assad, e cerca de 40 empresas.

Do lado militar, o governo do Catar somou-se aos sauditas e declarou ontem que é favorável a um plano para armar a oposição. "Como fracassamos no Conselho de Segurança da ONU, temos de fazer o necessário para ajuda-los a se defender, incluindo dando armas", declarou o primeiro-ministro Hamad bin Jassim al-Thani.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Vai sair de linha em 2019

Vai sair de linha!  Confira quais carros serão retirados do mercado em 2019 Listamos sete automóveis que deverão sair do mercado ou ganha...