O comércio exterior brasileiro deverá atingir, no primeiro semestre de 2012, a marca histórica de US$ 500 bilhões em transações. A previsão é do presidente da Associação Brasileira de Empresas de Comércio Exterior (Abece), Ivan Ramalho, que foi secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior no governo de Luiz Inácio Lula da Silva. A Abece reúne as grandes tradings. 'Meio trilhão de dólares é uma marca confortante, é um resultado muito bom', comenta.

'Eu sou do tempo em que se comemorou quando as exportações chegaram a US$ 100 bilhões', afirma Ramalho. O valor emblemático se refere à corrente de comércio, que é a soma de exportações e importações, acumulada em 12 meses. Até novembro, a corrente de comércio em 12 meses estava em US$ 478 bilhões.

Apesar disso, a balança comercial brasileira terá em 2012 um desempenho mais fraco do que o registrado este ano. 'Não será a mesma coisa', afirma Ramalho. Ele acredita que as exportações crescerão 10% no ano que vem, menos de metade dos 25% esperados para 2011. As importações também deverão continuar em alta, mas haverá desaceleração.

As vendas ao comércio exterior crescerão menos porque não é esperado que os preços dos produtos básicos subam como ocorreu este ano. Além disso, as vendas de produtos industrializados deverão encontrar um mercado mais restrito, devido à crise internacional. Em função disso, Ramalho acredita que não deverá mudar a composição das exportações brasileiras. 'Vai continuar em 50% para os básicos e 50% para os industrializados', avalia.