Em ano de Copa, Adidas e Nike disputam supremacia no futebol
Por Keith Weir e Emma Thomasson
LONDRES/BERLIM, 10 Mar (Reuters) -
Faltando apenas três meses para a Copa do Mundo, a Adidas e a Nike estão se
armando para uma batalha de marketing que em nada ficará a dever à tradicional
rivalidade dentro de campo entre nações como Brasil e Argentina.
Os dois gigantes do vestuário esportivo dominam um setor, o dos uniformes e
equipamentos para futebol, que movimenta mais de 5 bilhões de dólares por ano no
mundo todo. Seu alvo nessa luta são os torcedores que se inspiram em craques
como o argentino Messi, que veste Adidas, e o brasileiro Neymar, que vai de
Nike.
Patrocinadora da Copa e fabricante de chuteiras desde a década de 1950, a
alemã Adidas vê o futebol como seu domínio, e espera não ser superada pela Nike,
rival norte-americana maior e mais jovem, que já lidera em outros
esportes.
"Esqueça tudo o que você pode ter ouvido ou escrito sobre um desempenho fraco
da Adidas no futebol em 2013. Estamos liderando esta categoria que é tão próxima
do DNA da Adidas", disse na semana passada o executivo-chefe Herbert
Hainer.
"2014 é um ano do futebol, e será um ano do futebol da Adidas", acrescentou
ele, revelando que a meta de faturamento da empresa com artigos futebolístico
neste ano é de 2 bilhões de euros (2,8 bilhões de dólares).
Mas Hainer admitiu que a concorrência é feroz, já que as duas marcas dividem
entre si mais de 80 por cento do mercado de uniformes e acessórios para o
futebol.
A Nike só começou a se envolver fortemente com esse esporte há 20 anos,
quando a Copa foi realizada nos EUA. O futebol gera para a marca um faturamento
anual em torno de 2 bilhões de dólares, e a Nike se diz líder nesse
mercado.
A empresa com logotipo em forma de asa fornecerá material para 10 dos 32
países participantes da Copa, inclusive o anfitrião Brasil. Superará, assim, a
Adidas e a Puma.
Trevor Edwards, presidente da marca Nike, disse que as vendas devem ter um
aumento excepcional neste ano pelo fato de a Copa acontecer no Brasil, "lar
espiritual" do bom futebol. "Não poderíamos estar mais animados com o fato de a
Copa ser no Brasil. Isso irá ecoar no mundo todo", afirmou.
Na semana passada, a Nike lançou sua nova chuteira Magista, baseada na
tecnologia já usada em tênis para basquete e desenvolvida com a ajuda dos
jogadores Andrés Iniesta, da seleção espanhola, e Mario Goetze, da Alemanha.
Custa 275 dólares.
Mas há um limite nas inovações, e os novos produtos da Adidas e Puma também
usam tecnologia e ideias que não diferem radicalmente da abordagem da
Nike.
A Adidas já lançou versões coloridas das suas quatro principais chuteiras,
batizadas com o nome "Samba", e em meados de março apresentará sua primeira
chuteira "trançada". Hainer disse que a tecnologia tem o potencial para
revolucionar como e onde a Adidas fabrica chuteiras.
A Puma, que tem sede na mesma cidade que a Adidas, a pequena Herzogenaurach,
na Baviera, espera que a Copa marque uma volta à preocupação com o desempenho
esportivo, em detrimento da moda. Para isso, a empresa lançou um modelo justo e
brilhante, chamado evoPower, na cor laranja com detalhes em
amarelo.
"Foi inspirada no futebol descalço jogado nas praias do Brasil", disse à
Reuters o executivo Torsten Hochstetter, diretor global de criação da
Puma.
A tecnologia está sendo usada também no design das camisas.
A Adidas diz que suas camisas para esta Copa serão 50 por cento mais leves do
que em edições anteriores. Oito equipes as vestirão - incluindo Argentina,
Alemanha e Espanha, a atual campeã.
A Puma lançou na semana passada as camisas que serão usadas por outras oito
seleções, incluindo Itália, Suíça e quatro times da África. Com corte justo,
elas incorporam tiras destinadas a estimular a musculatura do atleta. "Isso se
baseia nas fitas usadas por fisioterapeutas para oferecer compressão e
estimulação", disse Hochstetter.
Assim como os treinadores, as grifes esportivas também adotam várias táticas
dentro de campo. A Nike, por exemplo, usou um amistoso do Brasil contra a África
do Sul, na semana passada, para apresentar dois novos modelos. No primeiro
tempo, a seleção jogou com a tradicional camisa "canarinha", e no segundo tempo
entrou de camisa azul.
A Adidas salienta a importância das redes sociais na campanha de marketing.
Num sinal dos tempos, a Brazuca, bola oficial da Copa, tem sua própria conta no
Twitter, oferecendo pensamentos em inglês e português. Por mais estranho que
pareça, a bola já tem mais de 100 mil seguidores.
Este blog é destinado a ajudar as pessoas com deficiência física à comprarem um carro adaptado que ajudará em seus deslocamentos, pessoas condutoras ou não, todos tem direito.
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