terça-feira, 11 de março de 2014

Em ano de Copa, Adidas e Nike disputam supremacia no futebol

Em ano de Copa, Adidas e Nike disputam supremacia no futebol

As chuteiras Nike do goleiro Jens Lehmann e as chuteiras Adidas dos outros jogadores da equipe alemã durante um treino da seleção do país em Stuttgart. Faltando apenas três meses para a Copa do Mundo, a Adidas e a Nike estão se armando para uma batalha de marketing que em nada ficará a dever à tradicional rivalidade dentro de campo entre nações como Brasil e Argentina. 31/08/2006 REUTERS/Alex Grimm


Por Keith Weir e Emma Thomasson
LONDRES/BERLIM, 10 Mar (Reuters) - Faltando apenas três meses para a Copa do Mundo, a Adidas e a Nike estão se armando para uma batalha de marketing que em nada ficará a dever à tradicional rivalidade dentro de campo entre nações como Brasil e Argentina.
 
Os dois gigantes do vestuário esportivo dominam um setor, o dos uniformes e equipamentos para futebol, que movimenta mais de 5 bilhões de dólares por ano no mundo todo. Seu alvo nessa luta são os torcedores que se inspiram em craques como o argentino Messi, que veste Adidas, e o brasileiro Neymar, que vai de Nike.
Patrocinadora da Copa e fabricante de chuteiras desde a década de 1950, a alemã Adidas vê o futebol como seu domínio, e espera não ser superada pela Nike, rival norte-americana maior e mais jovem, que já lidera em outros esportes.
"Esqueça tudo o que você pode ter ouvido ou escrito sobre um desempenho fraco da Adidas no futebol em 2013. Estamos liderando esta categoria que é tão próxima do DNA da Adidas", disse na semana passada o executivo-chefe Herbert Hainer.
"2014 é um ano do futebol, e será um ano do futebol da Adidas", acrescentou ele, revelando que a meta de faturamento da empresa com artigos futebolístico neste ano é de 2 bilhões de euros (2,8 bilhões de dólares).
Mas Hainer admitiu que a concorrência é feroz, já que as duas marcas dividem entre si mais de 80 por cento do mercado de uniformes e acessórios para o futebol.
A Nike só começou a se envolver fortemente com esse esporte há 20 anos, quando a Copa foi realizada nos EUA. O futebol gera para a marca um faturamento anual em torno de 2 bilhões de dólares, e a Nike se diz líder nesse mercado.
A empresa com logotipo em forma de asa fornecerá material para 10 dos 32 países participantes da Copa, inclusive o anfitrião Brasil. Superará, assim, a Adidas e a Puma.

Trevor Edwards, presidente da marca Nike, disse que as vendas devem ter um aumento excepcional neste ano pelo fato de a Copa acontecer no Brasil, "lar espiritual" do bom futebol. "Não poderíamos estar mais animados com o fato de a Copa ser no Brasil. Isso irá ecoar no mundo todo", afirmou.
Na semana passada, a Nike lançou sua nova chuteira Magista, baseada na tecnologia já usada em tênis para basquete e desenvolvida com a ajuda dos jogadores Andrés Iniesta, da seleção espanhola, e Mario Goetze, da Alemanha. Custa 275 dólares.
Mas há um limite nas inovações, e os novos produtos da Adidas e Puma também usam tecnologia e ideias que não diferem radicalmente da abordagem da Nike.
A Adidas já lançou versões coloridas das suas quatro principais chuteiras, batizadas com o nome "Samba", e em meados de março apresentará sua primeira chuteira "trançada". Hainer disse que a tecnologia tem o potencial para revolucionar como e onde a Adidas fabrica chuteiras.
A Puma, que tem sede na mesma cidade que a Adidas, a pequena Herzogenaurach, na Baviera, espera que a Copa marque uma volta à preocupação com o desempenho esportivo, em detrimento da moda. Para isso, a empresa lançou um modelo justo e brilhante, chamado evoPower, na cor laranja com detalhes em amarelo.
"Foi inspirada no futebol descalço jogado nas praias do Brasil", disse à Reuters o executivo Torsten Hochstetter, diretor global de criação da Puma.
A tecnologia está sendo usada também no design das camisas.
A Adidas diz que suas camisas para esta Copa serão 50 por cento mais leves do que em edições anteriores. Oito equipes as vestirão - incluindo Argentina, Alemanha e Espanha, a atual campeã.
A Puma lançou na semana passada as camisas que serão usadas por outras oito seleções, incluindo Itália, Suíça e quatro times da África. Com corte justo, elas incorporam tiras destinadas a estimular a musculatura do atleta. "Isso se baseia nas fitas usadas por fisioterapeutas para oferecer compressão e estimulação", disse Hochstetter.
Assim como os treinadores, as grifes esportivas também adotam várias táticas dentro de campo. A Nike, por exemplo, usou um amistoso do Brasil contra a África do Sul, na semana passada, para apresentar dois novos modelos. No primeiro tempo, a seleção jogou com a tradicional camisa "canarinha", e no segundo tempo entrou de camisa azul.
A Adidas salienta a importância das redes sociais na campanha de marketing. Num sinal dos tempos, a Brazuca, bola oficial da Copa, tem sua própria conta no Twitter, oferecendo pensamentos em inglês e português. Por mais estranho que pareça, a bola já tem mais de 100 mil seguidores.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Vai sair de linha em 2019

Vai sair de linha!  Confira quais carros serão retirados do mercado em 2019 Listamos sete automóveis que deverão sair do mercado ou ganha...