sexta-feira, 21 de junho de 2013

Nova semente de soja transgênica

Nova semente de soja transgênica ocupará 10% da área plantada na próxima safra

Aprovação da China deu sinal verde para Monsanto lançar tecnologia no mercado brasileiro

 
Nova semente de soja transgênica ocupará 10% da área plantada na próxima safra Fernando Gomes/Especial
 
Com o aval da China, compradora de quase 70% da soja brasileira, os produtores do país deverão cultivar 10% da área da próxima safra com a segunda geração da semente transgênica da Monsanto. Será um teste efetivo para a Intacta RR2, que pretende revolucionar as lavouras do Brasil com aumento de produtividade e imunidade às principais lagartas – uma das maiores inimigas da cultura. O resultado será derradeiro para justificar, ou não, o investimento dos agricultores na nova tecnologia.

A estimativa do percentual a ser semeado no ciclo 2013/2014, em torno de 2,5 milhões de hectares, é calculada a partir da quantidade de sementes RR2 que a empresa e seus parceiros já produziram – cerca de 3 milhões de sacas. Aprovada por 40 países, a tecnologia já estava pronta para ser lançada comercialmente em 2012. Porém, a aprovação da China não veio a tempo do cultivo. Responsável por compras de US$ 11,8 bilhões da soja em grão em 2012, o país asiático era fundamental para dar sinal verde à novidade.

Com a aprovação chinesa em mãos desde o início da semana, a Monsanto começa a distribuir a semente ao mercado. Vencida a barreira diplomática, a tecnologia terá de transpor mais dois obstáculos: preço e comprovação de rentabilidade.

– É uma nova geração biotecnológica, a primeira soja com inseticida natural. Mas o espaço que terá nas lavouras será definido pelos resultados práticos – diz Glauber Silveira, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja).

Embora a Monsanto ainda não tenha definido o valor a ser cobrado pela RR2, o preço inicial estimado em R$ 115 por hectare – quase seis vezes superior ao dos royalties da semente atual (R$ 22 por hectare) – deixa produtores receosos. A empresa justifica o valor a partir de três vantagens: aumento de produtividade, tolerância ao herbicida glifosato e controle das principais lagartas que atacam a cultura.

– Se o aumento do custo for menor do que o ganho de resultados, o produtor irá aderir. Se tiver eficiência, terá mercado – aponta Jorge Rodrigues, coordenador da comissão de grãos da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul).

A aprovação da China veio em momento oportuno. Com plantio previsto para outubro, os gaúchos normalmente começam a planejar as estratégias da próxima safra em junho.

– A partir deste mês, o agricultor começa a escolher e encomendar a semente que irá plantar. A aprovação da China dá tranquilidade ao produtor– enfatiza Rodrigues.

Procurada, a Monsanto se pronunciou por nota, afirmando que os detalhes da cobrança de royalties serão definidos nas próximas semanas.

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