Espanhóis protestam em 60 cidades contra reformas e austeridade
Milhares de pessoas participam de manifestações contra cortes no orçamento e mudanças recém aprovadas na legislação trabalhista
Os protestos são a primeira demonstração da força dos sindicatos antes de uma greve geral, em 29 de março, contra as reformas e as medidas de austeridade recentemente aprovadas.
Foto: APAmpliar
Espanhóis protestam em Madri contra as medidas do governo para tentar conter os efeitos da crise econômica e o alto índice de desemprego no país, atualmente em 23%
A maior parte das manifestações está sendo precedida por cerimônias que marcam o oitavo aniversário dos atentados de 11 de março de 2004 contra quatro comboios da rede ferroviária de Madri, que deixaram 191 mortos, no pior ataque terrorista islâmico já ocorrido na Europa.
As reformas trabalhistas, aprovadas por um decreto em fevereiro e confirmadas pelo parlamento espanhol na quinta-feira, reduzem os custos com as demissão de trabalhadores e facilitam as condições para que as empresas possam fazê-las.
"Esta é uma reforma que não vai criar postos de trabalho, por isso não se justifica", disse a manifestante Marta Lois, de 39 anos, acrescentando que "eles estão cortando os nossos direitos como nunca antes."
Antes de aprovar as reformas em curso, o primeiro-ministro Mariano Rajoy comunicou aos demais líderes da União Europeia, em Bruxelas, que as medidas que tinha em mente lhe custariam uma greve geral.
Rajoy defende que a revisão do mercado de trabalho visa revitalizar uma economia doente que sofre a taxa de desemprego mais elevada da zona euro, atualmente em cerca de 23%.
Rajoy reconheceu a taxa de desemprego deve subir além de 24% este ano, apesar das reformas. O primeiro ministro espanhol está determinado a provar aos investidores internacionais que a Espanha, apesar das dificuldades econômicas, não vai precisar um resgate como Grécia, Irlanda e Portugal.
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