Caso da carne de cavalo, um escândalo de dimensões europeias
Neste sábado, o grupo sueco Findus anunciou, através de sua subsidiária na França, que entrará com um processo contra um fornecedor não revelado
©afp.com / Andrew Yates
PARIS (AFP) - A descoberta de carne de cavalo em lasanhas supostamente produzidas com carne bovina colocou em questão uma cadeia alimentar complexa, tomando uma dimensão europeia na forma de escândalo no Reino Unido, queixa na justiça na França, matadouros identificados na Romênia, investigações e ameaças de sanções.
Neste sábado, o grupo sueco Findus anunciou, através de sua subsidiária na França, que entrará com um processo contra um fornecedor não revelado, após a descoberta de carne de cavalo em seus produtos que deveriam ser feitos com carne exclusivamente bovina.
"Fomos enganados", declarou France Matthieu Lambeaux , CEO da Findus em um comunicado. "Há duas vítimas: a Findus e o consumidor. Apresentaremos queixa", acrescentou.
A descoberta de carne equina provocou um escândalo no Reino Unido, onde os cavalos são muito respeitados e comer sua carne é tabu. Foram retirados dos supermercados todos os produtos produzidos na França, de onde veio a carne, e na Suécia.
Enquanto isso, Spanghero, o importador de carne estabelecido no sudoeste da França também anunciou que vai processar o seu próprio fornecedor romeno.
"Compramos carne bovina de origem europeia e a revendemos. Se era carne de cavalo, vamos processar o fornecedor romeno", declarou à AFP Barthélémy Aguerre, presidente da Spanghero.
O presidente não indicou o nome do fornecedor.
Na noite de sexta-feira, outro personagem desta cadeia alimentar longa e complexa, a empresa francesa Comigel, especializada em congelados e que fornece desde 2011 lasanha de carne bovina para Findus, disse que a carne envolvida neste escândalo era proveniente da Romênia, via Spanghero.
As lasanhas foram preparadas no Luxemburgo por uma filial da Comigel. Esta fraude pode ter começado em agosto de 2012, segundo a Findus, citando uma carta do seu fornecedor Comigel.
A empresa insistiu que não estava "ciente do problema de contaminação com carne de cavalo". Enquanto isso, a Romênia começou a se defender neste sábado.
"Tenho certeza de que o importador (francês) sabia que não era vaca, já que o cavalo tem um sabor, cor e textura diferentes", disse à AFP Sorin Minea, presidente da associação Romalimenta, que reúne empresários do setor alimentício.
Segundo Minea, na Romênia há três matadouros que abatem cavalos e exportam carne para países da União Europeia, especialmente França e Itália.
"É uma operação que é legal sob as regras em vigor", ressaltou. O uso de carne de cavalo é, provavelmente, devido a razões econômicas. "O cavalo é menos caro do que o boi", considerou Sorin Minea.
Já o ministério da Agricultura romeno afirmou que estava conduzindo uma investigação sobre o caso. Na França, a direção da luta contra a fraude, vinculada ao ministério da Economia, declarou que também abriu uma investigação para identificar a origem do "engano".
"Todo o engano constitui uma fraude prejudicial à confiança depositada na indústria como um todo e deve ser severamente punido", disse o ministro francês da Agricultura, Stéphane Le Foll.
O ministro britânico do Meio Ambiente, Owen Paterson, realizou neste sábado uma reunião de emergência com as autoridades de saúde e varejistas. O ministro exigiu resultados até o final da semana que vem. Ele também pretende abordar a delicada questão da rastreabilidade, no coração de este escândalo.
Neste sábado, o grupo sueco Findus anunciou, através de sua subsidiária na França, que entrará com um processo contra um fornecedor não revelado, após a descoberta de carne de cavalo em seus produtos que deveriam ser feitos com carne exclusivamente bovina.
"Fomos enganados", declarou France Matthieu Lambeaux , CEO da Findus em um comunicado. "Há duas vítimas: a Findus e o consumidor. Apresentaremos queixa", acrescentou.
A descoberta de carne equina provocou um escândalo no Reino Unido, onde os cavalos são muito respeitados e comer sua carne é tabu. Foram retirados dos supermercados todos os produtos produzidos na França, de onde veio a carne, e na Suécia.
Enquanto isso, Spanghero, o importador de carne estabelecido no sudoeste da França também anunciou que vai processar o seu próprio fornecedor romeno.
"Compramos carne bovina de origem europeia e a revendemos. Se era carne de cavalo, vamos processar o fornecedor romeno", declarou à AFP Barthélémy Aguerre, presidente da Spanghero.
O presidente não indicou o nome do fornecedor.
Na noite de sexta-feira, outro personagem desta cadeia alimentar longa e complexa, a empresa francesa Comigel, especializada em congelados e que fornece desde 2011 lasanha de carne bovina para Findus, disse que a carne envolvida neste escândalo era proveniente da Romênia, via Spanghero.
As lasanhas foram preparadas no Luxemburgo por uma filial da Comigel. Esta fraude pode ter começado em agosto de 2012, segundo a Findus, citando uma carta do seu fornecedor Comigel.
A empresa insistiu que não estava "ciente do problema de contaminação com carne de cavalo". Enquanto isso, a Romênia começou a se defender neste sábado.
"Tenho certeza de que o importador (francês) sabia que não era vaca, já que o cavalo tem um sabor, cor e textura diferentes", disse à AFP Sorin Minea, presidente da associação Romalimenta, que reúne empresários do setor alimentício.
Segundo Minea, na Romênia há três matadouros que abatem cavalos e exportam carne para países da União Europeia, especialmente França e Itália.
"É uma operação que é legal sob as regras em vigor", ressaltou. O uso de carne de cavalo é, provavelmente, devido a razões econômicas. "O cavalo é menos caro do que o boi", considerou Sorin Minea.
Já o ministério da Agricultura romeno afirmou que estava conduzindo uma investigação sobre o caso. Na França, a direção da luta contra a fraude, vinculada ao ministério da Economia, declarou que também abriu uma investigação para identificar a origem do "engano".
"Todo o engano constitui uma fraude prejudicial à confiança depositada na indústria como um todo e deve ser severamente punido", disse o ministro francês da Agricultura, Stéphane Le Foll.
O ministro britânico do Meio Ambiente, Owen Paterson, realizou neste sábado uma reunião de emergência com as autoridades de saúde e varejistas. O ministro exigiu resultados até o final da semana que vem. Ele também pretende abordar a delicada questão da rastreabilidade, no coração de este escândalo.