sábado, 3 de agosto de 2013

Show business religioso: o espetacular mercado da fé

Show business religioso: o espetacular mercado da fé

CDs, DVDs, livros, shows, programas de TV e até um site de namoro voltados para o público religioso integram esse segmento bilionário da economia brasileira

 
 
 
O panorama religioso do Brasil vem passando por um lento, porém profundo, processo de transformação. De um lado, as igrejas protestantes – principalmente as neopentecostais – têm ganhado bastante espaço, mais que triplicando o número de fiéis nos últimos 30 anos. Ao mesmo tempo, o percentual de católicos tem caído, de acordo com o IBGE, passando de 90% no começo dos anos 1980 para menos de 70% atualmente, reduzindo consideravelmente uma hegemonia de séculos.
Nesse campo, como em qualquer área onde o poder de influência está em jogo, a disputa por seguidores tem sido cada vez mais acirrada. Demarca-se, então, um período fortemente caracterizado pela midiatização e, consequentemente, pelo consumo em torno da fé, o que tornou o mercado de produções religiosas um dos mais sólidos do país.

Tabu para muitos e alvo constante de críticas fervorosas de todos os lados, a relação entre fé e negócios não é algo novo no mundo. No Brasil, entretanto, sua consolidação como um grande mercado é um fenômeno recente e está intimamente ligado à chegada de dois grandes movimentos por aqui: o Neopentecostalismo (evangélico) e a Renovação Carismática Católica.

Apesar das várias diferenças entre as doutrinas, os dois segmentos têm em comum o fato de terem nascido rompendo paradigmas dos eixos tradicionais de onde se originaram (o pentecostalismo e o catolicismo romano, respectivamente). Entre as revisões propostas, em ambos os lados está a valorização da experiência pessoal direta com Deus, o que na prática se dá através de louvores, adorações e pregações em celebrações animadas, com música e bastante interação entre os fiéis.

Com o crescimento dos dois movimentos, as celebrações têm assumido proporções cada vez maiores, gerando uma série de artistas populares e, consequentemente, de produtos. De acordo com uma pesquisa da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), o faturamento anual desse mercado já supera os R$ 10 bilhões no Brasil.

No segmento editorial, publicações do gênero têm lugar cativo nas listas de mais vendidos. Na TV aberta, 110 horas semanais foram dedicadas no ano passado a programas com conteúdos relacionados à religião. Já na indústria fonográfica, a lista dos 10 CDs mais vendidos em 2011 tem cinco cantores religiosos, sendo quatro padres católicos e uma cantora evangélica: Padre Marcelo Rossi (1º), Padre Robson (5º), Padre Fábio de Melo (6º), Padre Reginaldo Manzotti (7º) e Damares (9ª). Rossi, inclusive, conseguiu bater a internacionalizada Paula Fernandes e o ídolo teen Luan Santana, bem como todos os católicos deixaram para trás o fenômeno do ano, Adele.

O padre é pop

O padre Marcelo Rossi, ligado à Renovação Carismática Católica, é, sem dúvidas, o maior ícone pop do show business religioso na América Latina. Seu CD de estreia, Músicas para louvar ao Senhor, lançado pela Polygram em 1998, vendeu mais de 3,3 milhões de cópias, de acordo com dados da Associação Brasileira dos Produtores de Discos (ABPD). Até 2011, foram lançados 10 álbuns solo do padre, que resultaram em mais de 11 milhões de unidades vendidas.

Rossi também já atuou em dois filmes. Maria, mãe do filho de Deus (2003) foi assistido por 2,3 milhões de pessoas e Irmãos de fé (2004) rendeu mais de 900 mil espectadores. Na TV, além de aparecer constantemente em programas de auditório de diversas emissoras, celebra todos os domingos a Santa Missa em Seu Lar, transmitida pela TV Globo e a Rede Vida simultaneamente.

Com o mesmo título do seu último álbum, Ágape, o padre cantor lançou recentemente também um livro, que até o fechamento desta edição estava na lista dos mais vendidos da Veja há mais de 80 semanas consecutivas. O best-seller, entretanto, vinha perdendo espaço para sua versão infantil, Agapinho, que aparecia no ranking pela quarta semana seguida e já ocupava a primeira posição.

Para comportar os fãs/fiéis, o padre está construindo um megassantuário com capacidade estimada para cerca de 100 mil pessoas. O templo deverá ser maior até mesmo do que a Basílica de São Pedro, no Vaticano, que pode receber até 60 mil em celebrações internas.

Os pastores são pops

No lado dos evangélicos, o televangelismo é o grande fenômeno, em torno do qual se desenvolvem os mercados editorial, musical e, claro, do próprio broadcasting. À frente de tudo, líderes de denominações populares são verdadeiros showmen, bastante performáticos e com um imenso poder de influência.

Edir Macedo é o nome mais proeminente desse grupo. A igreja que fundou, a Universal do Reino de Deus, expandiu-se para cerca de 180 países e, segundo estimativas próprias, já conseguiu mais de oito milhões de fiéis. Tamanho sucesso na conquista de adeptos está diretamente ligado a seu potencial midiático. Hoje, estão sob a batuta do bispo-empresário a Rede Record de televisão; a rede Aleluia de rádios FM; os impressos Correio do Povo (Porto Alegre), Hoje em Dia (Minas Gerais), revista Plenitude e a Folha Universal (nacional, com tiragem semanal anunciada de mais de 2 milhões de exemplares); a Editora Gráfica Universal; a gravadora Line Records e os portais R7 e Arca Universal (oficial da IURD).

Macedo, entretanto, não é o único. Nomes como R. R. Soares (Igreja Internacional da Graça de Deus), Valdemiro Santiago (Igreja Mundial do Poder de Deus) e Silas Malafaia (Assembleia de Deus) possuem grande prestígio no televangelismo brasileiro também.

Espiritismo blockbuster

Outro nicho que tem sido bastante explorado pela indústria de entretenimento no Brasil é o de produtos ligados à doutrina espírita. No mercado literário, as obras psicografadas de Chico Xavier até hoje têm grande demanda. Mais recentemente, a médium Zíbia Gasparetto também ganhou notoriedade com suas psicografias.

Mas foi no cinema e na TV que as produções espíritas se tornaram um grande filão. Os longas Chico Xavier e Nosso Lar superaram os R$ 30 milhões em faturamento. Na rede Globo, uma série de novelas de cunho espiritualista tem sido veiculada há bastante tempo com bons índices de audiência e, nos últimos anos, elas ganharam lugar quase que cativo na programação. Amor, eterno amor, no ar atualmente no horário das seis, é um exemplo.

Namoro evangélico

Antenados nas tendências tecnológicas, mas fiéis à fé religiosa, alguns usuários evangélicos do site de namoro ParPerfeito não conseguiam ali o que queriam, e se viam constantemente em conflito com suas convicções. Atento a esse retorno, o Grupo Match, responsável pelo site, resolveu criar uma versão segmentada do canal apenas para o público evangélico. Assim nasceu, em 2009, o Divino Amor.

“Atualmente, temos 1,5 milhão de evangélicos cadastrados e uma média de dois mil novos usuários por mês. A maioria são homens, 51%, contra 49% de mulheres. No site eles podem realizar buscas pelas mais diversas características como, por exemplo, perfil, cor de olhos e cabelos, etc.”, conta Claudio Gandelman, presidente do Match na América Latina.

Garantir um ambiente adequado aos princípios do público exige acompanhamento constante. “Para garantir a segurança, realizamos o monitoramento de 100% das fotos e textos publicados. Imagens e frases inadequadas não entram no site, pois tudo passa por uma triagem, que é aprovada antes de ser publicada. Não permitimos palavrão nem fotos picantes, não existe menção a drogas e nem campo relativo ao consumo de bebida”, destaca Gandelman.

Os tradicionais

Embora os neopentecostais e os carismáticos tenham sido os responsáveis pelo boom midiático da fé nas últimas décadas, eles não inventaram esse mercado. A prática religiosa sempre esteve atrelada à atividade de divulgação e, em um país com as dimensões do Brasil, os livros, periódicos, a música, o rádio e a televisão foram e são grandes instrumentos de envangelização. Com o objetivo de viabilizar produções nesses formatos, aos poucos foram surgindo editoras, gravadoras e emissoras especializadas, ligadas ou não a igrejas.

Dois exemplos são as editoras Paulus, ligada à igreja Católica, e a Mundo Cristão, independente. “Em 1914, o Padre Tiago Alberione deu início à Escola Tipográfica Pequeno Operário, na cidade de Alba, na Itália, que mais tarde seria chamada de Pia Sociedade de São Paulo (Paulus), instituição religiosa que tem por missão evangelizar com a ajuda da imprensa e dos meios multimidiáticos. Em 1931, ela chegou ao Brasil, dando assim início à missão da Paulus no país”, conta o padre Zulmiro Caon, diretor de marketing da Paulus do Brasil.

Já a Mundo Cristão foi criada em 1968, inicialmente como uma revista mensal. No segundo ano de vida, entretanto, passou a responder pela publicação de livros religiosos. “A Mundo Cristão publica livros com temas religiosos ou não, desde que o conteúdo esteja alinhado com a cosmovisão cristã. Por exemplo, publicamos desde um dicionário de teologia até um livro de gestão, caso este tenha influência dos valores cristãos”, explica Renato Fleischner, diretor de operações da editora.

A Paulus tem uma das edições mais populares da Bíblia no Brasil e foi responsável pelo lançamento do Padre Zezinho nos anos 1970, o primeiro padre cantor a conseguir sucesso de massa no país, hoje considerado um dos maiores fenômenos da música cristã no mundo. Já a Mundo Cristão trabalha com inúmeros títulos de autores internacionais, entre os quais o pastor norte-americano Max Lucado, best-seller mundial de livros cristãos.

Administrando

Longe dos holofotes, as empresas que atuam no mercado religioso são iguais a quaisquer outras, com os mesmos desafios. Por exemplo, como manter-se no mercado de livros no Brasil, que tem um dos piores índices de leitura no mundo? “Atuamos como uma estratégia agressiva de precificação e comunicação, sustentada por tiragens elevadas que permitem maior acessibilidade do leitor ao produto. Possuímos também grande rede de distribuição de canais religiosos e não religiosos, facilitando a aquisição dos nossos livros”, explica Fleischner, da Mundo Cristão.

O executivo conta ainda que a equipe é formada por cristãos, mas que isso não basta para garantir espaço em um mercado cada vez mais disputado. “Por si só, este fato não é suficiente para compreendermos as necessidades do público. Com frequência, participamos de eventos e mantemos diálogos com os principais atores do segmento para sempre estarmos com o dedo no pulso da comunidade cristã”, conta Fleischner.

“De abril de 2011 a março de 2012, comercializamos 3,865 milhões de exemplares de livros. Esperamos concluir o ano com 4 milhões nesse número e R$ 28 milhões em faturamento”, conta o diretor. “Nossas vendas não param de aumentar”, complementa.

Na Paulus, as expectativas também são boas. “Nos últimos anos temos superado as nossas projeções. Fechamos 2011 com um crescimento de vendas entre 5% e 10%”, afirma Zulmiro Caon. “Na medida do possível, estamos nos organizando para superar essas metas este ano, sem nunca esquecer que somos uma empresa promotora de valores sociais, humanos e éticos”, conclui o diretor de marketing.

Gradiente lançará aparelho sob marca "Iphone" em outubro

Gradiente lançará aparelho sob marca "Iphone" em outubro

Em fevereiro, o INPI decidiu que o uso da marca é de direito da Gradiente, que pediu o registro do nome em 2000 e obteve a autorização oito anos depois

 
 
A IGB Eletrônica anunciou nesta segunda-feira que lançará em outubro seu novo smartphone Gradiente iPhone, modelo C600, que, segundo a empresa, chega ao mercado para concorrer com o aparelho da Apple.

Custando metade do preço que o iPhone da empresa norte-americana, o novo aparelho da Gradiente é uma atualização da versão lançada em 2012, e conta com sistema operacional Android.

A IGB Eletrônica disse na sexta-feira que daria andamento judicial na briga com a Apple pelos direitos da marca "iphone" no Brasil.

Em fevereiro, o INPI decidiu que o uso da marca é de direito da Gradiente, que pediu o registro do nome em 2000 e obteve a autorização oito anos depois.

A Apple fez o pedido de registro da marca no país em 2007, ano em que lançou a primeira versão do celular.

Santander e Endeavor vão treinar 10 mil empreendedores gratuitamente

Santander e Endeavor vão treinar 10 mil empreendedores gratuitamente

Banco firma compromisso para Semana Global do Empreendedorismo

O Banco Santander e Endeavor, por meio de uma parceria, irão treinar gratuitamente cerca de 10 mil empreendedores. A parceria consiste em oferecimento de cursos online por meio do portal Santander Empreendedor.
Os empreendedores e aqueles que têm a intenção de abrir um negócio serão capacitados em finanças, gestão, marketing, inovação entre outros temas.
“A parceria com a Endeavor é extremamente estratégica para o banco, pois alia nossa expertise como agente financeiro aos conteúdos de treinamentos e assessoria em gestão da entidade. Dessa forma, é possível que o Santander ofereça um pacote mais completo para seus clientes: com crédito adequado, apoio para aprimorar a capacidade de gestão para tocar o negócio”, explica Gilberto Abreu, diretor de Segmentos do Santander.

"Com a parceria entre Endeavor e o Santander apostamos na soma de esforços para multiplicar o impacto gerado no ambiente empreendedor. É por isso que já estamos juntos há muitos anos capacitando pequenos e médios empreendedores. Compartilhamos a crença de que o crescimento deles é o motor das mudanças sociais e econômicas do nosso país”, completa Juliano Seabra, diretor Geral da Endeavor.

No acordo, ainda estão previstos: encontros com empreendedores assessorados pela Endeavor, mais de 200 vídeos com palestras de especialistas do mercado E-Learning Endeavor e o patrocínio da Semana Global do Empreendedorismo, que, este ano, será realizada de 18 a 24 de novembro. Todo o material, se somará a oferta já disponível no Portal Santander Empreendedor – plataforma virtual para clientes e não clientes do banco, cujo objetivo é compartilhar conhecimento com os empresários brasileiros.
 
 

Apple registra patente de câmera com três lentes

Apple registra patente de câmera com três lentes

Dois sensores seriam destinados à cor e o terceiro, à luminosidade. Cada sensor também possui sua própria lente correspondente

 
 
 
A Apple registrou uma patente que sugere uma nova câmera para seus dispositivos. Descoberta pelo site AppleInsider, a patente número 8.497.897 mostra um desenho de uma câmera com três lentes e três sensores.
De acordo com o Mashable, dois sensores seriam destinados à cor e o terceiro, à luminosidade. Cada sensor também possui sua própria lente correspondente. Ao usar duas lentes destinadas à cor, o processamento de imagem será capaz de comparar os dados das duas para criar uma imagem com mais cor.

Além disso, o uso de três lentes na posição "cor-brilho-cor" evita o chamado "ponto cego", o que geralmente prejudica a qualidade final das fotos. Sendo assim, quando um sensor não for capaz de captar as cores ou a iluminação correta de uma determinada região, o outro compensaria a falha.

apple-sensor

Resumindo, tal patente promete fotografias com cores mais fiéis ao ambiente.

Enquanto a patente da câmera foi descoberta, outros rumores circulam a respeito das novidades Apple, principalmente em relação ao próximo iPhone. Ontem (30), a Apple liberou a quarta versão do iOS 7 beta. O hacker Hamza Sood investigou os arquivos internos de sistema e achou uma pasta que indicaria um leitor biométrico no botão Home.

Outra especulação recente a respeito do iPhone é que sua próxima versão seria "popular" e se chamaria iPhone 5C, fazendo relação à modelos coloridos na letra "C", do inglês "colors".

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Vídeo incrível..... A união faz.......




Manuscrito de garrafa

Manuscrito de garrafa achada em Curitiba diz que existe uma "cápsula do tempo"


Manuscrito assinado por João Turin, encontrado ao pé de estátua feita por ele em Curitiba, aponta a existência de uma cápsula do tempo


Restauradores da Fundação Cultural de Curitiba (FCC) revelaram, na manhã desta quinta-feira (1º), o que havia dentro da garrafa encontrada embaixo da estátua de Tiradentes, na praça de mesmo nome (no centro), em Curitiba, há uma semana.
  • Divulgação/Prefeitura de Curitiba
    A estátua de Tiradentes criada por João Turin
Além de uma moeda de 100 réis, com data de 1924, um manuscrito assinado por João Turin, escultor da estátua, e pelo menos outras duas pessoas, aponta a existência de uma "cápsula do tempo", que estaria escondida em outro local da mesma praça.
A mensagem, com data de 25 de janeiro de 1932, relata a mudança de posição do monumento de Tiradentes na praça e revela que a "cápsula do tempo" está na base onde a estátua se encontrava anteriormente.
A estátua foi instalada na praça Tiradentes, o marco zero da capital paranaense, em 1927, e removida do local original poucos anos depois.
Segundo o manuscrito, essa nova "cápsula do tempo" contém a primeira página do jornal "O Dia" de 21 de abril de 1927 --Dia de Tiradentes--, algumas moedas de níquel e cobre e uma ata com assinaturas de diversas autoridades.
A prefeitura afirmou que vai analisar formas de encontrar a nova garrafa, mas não apontou prazo para isso.
A revelação do conteúdo da garrafa aconteceu no Ateliê João Turin, com representantes da FCC, o gestor do projeto de restauração das obras de Turin, Maurício Appel, e o proprietário do acervo do artista, Samuel Ferrari Lago.
Agora o manuscrito e a moeda serão higienizados e ficarão em poder da FCC.
A escultura de Tiradentes, feita pelo paranaense João Turin (1878-1949), está sendo restaurada pelo escultor Elvo Benito Damo e deve retornar à praça em 60 dias.
A íntegra do manuscrito dizia: "Declaração
Aos 25 dias de janeiro do ano de 1932. Nesta cidade Coritiba, sendo Interventor interino o Dr. João Pernetta, Prefeito Municipal Cel. Joaquim Pereira de Macedo, na Praça Tiradentes, procedeu-se a remoção deste monumento da posição primitiva para a atual que dista daquela cerca de 35 metros, na direção Oeste, tendo sido encontrada uma garrafa contendo uma acta impressa com diversas assinaturas autographos, a primeira pagina do jornal 'O Dia' de 21 de Abril de 1927 e algumas moedas de nikel e cobre. A garrafa referida foi colocada na ultima camada de alvenaria bruta e debaixo do pedestal".

TAM fecha acordo sobre demissões com sindicato

TAM fecha acordo sobre demissões com sindicato; reduz cortes para 811


Manifestação pacífica, na última terça-feira, no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, contra demissões na TAM


A TAM Linhas Aéreas anunciou que reduzirá o número de demissões para 811 funcionários, depois de chegar a um acordo com o Sindicato Nacional dos Aeronautas sobre o ajuste em seu quadro de tripulantes durante reunião nesta quinta-feira (1º).
A empresa, que em 2012 concluiu o processo de fusão com a chilena LAN criando a Latam Airlines, havia anunciado na terça-feira que cortaria "menos de mil postos de trabalho", afetando principalmente pilotos, copilotos e comissários.
A TAM afirmou nesta quinta-feira que concordou em oferecer um Programa de Licença Não Remunerada (LNR) e um Programa de Demissão Voluntária (PDV), "apesar cenário adverso para o setor aéreo".
"Com a adoção desses programas, a TAM se compromete a reduzir o número de tripulantes impactados a 811", disse a empresa, em nota.
Segundo a companhia aérea, o programa de licença não-remunerada estará aberto a tripulantes de todos os equipamentos, com validade de 18 meses, prorrogáveis por outros 12. A TAM afirmou que oferecerá benefícios por seis meses para o funcionário licenciado e seus familiares diretos, como plano de saúde e bilhetes aéreos iguais aos dos funcionários ativos.

Dilma sanciona o projeto que pune empresa por atos de corrupção

Dilma sanciona o projeto que pune empresa por atos de corrupção


Em mais um lance da tentativa de consolidar uma agenda positiva em resposta às manifestações de rua, a presidente Dilma Rousseff sancionou nesta quinta-feira (1º) uma lei que endurece as regras para punição de empresas envolvidas em atos contra a administração pública.

O texto cria novos mecanismos de responsabilização de pessoas jurídicas, nas esferas civil e administrativa --mas não altera, contudo, a legislação criminal.

As normas, já chamadas pelo governo de "lei anticorrupção", também atingem empresas, fundações e associações estrangeiras.

As companhias ficam passíveis de multas de até 20% de seu faturamento bruto (ou de até R$ 60 milhões, caso o faturamento não possa ser calculado), dependendo da gravidade e dos valores envolvidos nas infrações.

A lei estabelece novos atos lesivos à administração pública, passíveis de punição direta da empresa, além das eventuais responsabilizações de seus dirigentes.

Entre eles: oferecer vantagem indevida a funcionário público ou pessoas a ele relacionada, como parentes; uso de laranjas; e fraude em licitações, incluindo acordos prévios com concorrentes.

A nova lei também cria o "acordo de leniência", uma espécie de delação premiada. Por esse acordo, a empresa que identificar outros envolvidos nas ilegalidades, e o fornecimento de documentos que ajudem a acelerar a investigação.

Caso cooperem, as empresas ficam livres da possibilidade de terem seus bens bloqueados ou mesmo de terem suas atividades suspensas. Além disso, a multa é reduzida em dois terços.

A lei cria, ainda, o Cadastro Nacional de Empresas Punidas, que dará publicidade às pessoas jurídicas enquadradas na lei.

Até o fechamento desta edição, a Presidência não havia informado os vetos de Dilma a pontos do texto aprovado pelo Congresso.

Como o projeto nasceu de iniciativa do governo, através do Ministério da Justiça e da Controladoria Geral da União, a tendência era de que eventuais vetos não alterassem a essência do texto.

IMPOSTOS

Ferramenta da NSA vê “quase tudo” que você faz na internet

Ferramenta da NSA vê “quase tudo” que você faz na internet

Edward Snowden descreve uma ferramenta de big data da NSA, o X-Keyscore, que é capaz capturar quase tudo que uma pessoa faz na internet -- inclusive no Brasil

 
Sede da NSA em Fort Meade, no estado americano de Maryland
 
 
São Paulo -- Dois meses depois de começar a divulgar segredos dos espiões da NSA americana, Edward Snowden ainda tem o que contar. O delator passou ao jornal britânico Guardian detalhes sobre o que seria uma das mais poderosas ferramentas de espionagem da NSA, o X-Keyscore, que estaria sendo usada inclusive no Brasil.
 
Uma apresentação de 32 páginas, datada de fevereiro de 2008, explica o que é o X-Keyscore, ferramenta que, aliás, é mencionada em outros documentos da NSA vazados por Snowden. Algumas das páginas foram ocultadas, supostamente por descrever detalhes das operações da NSA que Snowden preferiu não revelar.
 
As páginas restantes dão uma ideia de como trabalha o X-Keyscore. Trata-se de um sistema de análise de big data que coleta informações da internet. Ele captura todo o conteúdo que trafega na conexão interceptada para, depois, analisá-lo e extrair os dados desejados.

Como o volume de dados é muito grande, eles só são mantidos nos servidores por cerca de três dias. Já as informações extraídas são guardadas de forma mais permanente em outro banco de dados.
Segundo a descrição, o X-Keyscore pode bisbilhotar os e-mails que as pessoas enviam e recebem, suas atividades em redes sociais e seus históricos de navegação na web.

Também pode obter dados técnicos, como o endereço IP do computador ou dispositivo móvel usado pela pessoa. Além disso, a apresentação da NSA menciona filtros que detectam eventos considerados anômalos pelos arapongas americanos.

Segundo o documento, se uma pessoa emprega linguagem diferente da habitual na região onde está, faz buscas na web sobre determinados assuntos ou usa criptografia em suas comunicações pessoais, por exemplo, ela pode ser marcada como suspeita.

O sistema teria 500 ou 700 servidores (os dois números aparecem na apresentação) em 150 locais ao redor do mundo, rodando o sistema operacional Linux. Um mapa traz esses lugares assinalados. Um deles aparece na localização aproximada de Brasília, indicando que o X-Keyscore também coleta informações no Brasil.

A apresentação da NSA diz que mais de 300 terroristas haviam sido capturados até aquele momento com base em informações obtidas pelo X-Keyscore. Segundo o Guardian, funcionários da agência americana não precisam de nenhuma permissão especial para usar a ferramenta.

Esse novo vazamento explica uma declaração de Snowden que causou polêmica em junho. Durante uma entrevista, ele disse que, quando prestava serviços à NSA, sentado em sua mesa, ele podia grampear qualquer um, até o presidente da república, se tivesse algum e-mail da pessoa.

O governo americano negou que isso fosse possível. Mas a apresentação sobre o X-Keyscore sugere que ele dizia a verdade. Snowden, pelo que se sabe, continua confinado num aeroporto em Moscou enquanto espera que a Russia atenda a seu pedido de asilo temporário.

Se o asilo for concedido, o delator terá tempo para organizar sua fuga para um dos países latino-americanos que ofereceram refúgio permanente a ele.

Uruguai fica a um passo de legalizar maconha

Uruguai fica a um passo de legalizar maconha após aprovação dos deputados

 
 
Uruguai fica a um passo de legalizar maconha após aprovação dos deputados
 
 
Montevidéu, 31 jul (EFE).- O inovador projeto antidrogas impulsionado pelo presidente do Uruguai, José Mujica, que pretende legalizar a maconha e entregar o controle de sua circulação ao Estado, foi aprovada nesta quarta-feira pela Câmara dos Deputados e ficou a um passo de ser transformado em lei, faltando apenas um sinal verde do Senado.

Assim como ocorreu nos últimos meses com o aborto e o casamento homossexual, o bloco governista Frente Ampla (FA) conseguiu impor sua maioria parlamentar, embora tenha tido um pequeno susto de última hora por causa de um legislador, que confessou rejeitar a iniciativa, mas acabou votando a favor por lealdade a seu partido.

Cadastro Positivo

Cadastro Positivo começa para valer; mas é vantajoso?

A partir de hoje, bancos passam a fornecer informações de crédito para o cadastro positivo dos clientes que autorizarem; mas vale a pena para o consumidor?

 
atendimento em banco
 
 
São Paulo – A partir desta quinta-feira, as instituições financeiras, como bancos e financeiras, estarão aptas a alimentar os cadastros positivos com as informações de crédito de seus clientes quando estes assim autorizarem. Também conhecido como cadastro dos bons pagadores, o Cadastro Positivo passou a existir no início deste ano, por força de Lei, mas as instituições financeiras tiveram até o começo deste mês para se adequar.
 
Assim como os cadastros de inadimplentes, o Cadastro Positivo é mantido por birôs de crédito como Serasa Experian, SPC Brasil e Boa Vista Serviços. Até agora, era possível para os consumidores abrirem seu cadastro positivo diretamente nos sites dessas instituições. Mas a partir desta quinta é que a coisa vai começar a funcionar de verdade: o histórico de crédito dos consumidores que aderirem será montado a partir das operações de crédito existentes hoje.
 
Para isso, é preciso que o consumidor autorize a abertura de seu cadastro positivo, se já não tiver um aberto, assim como o compartilhamento das informações constantes nele. Isso porque, ao abrir um cadastro positivo, o consumidor permite que empresas e bancos o consultem a fim de saber se ele é realmente um bom pagador.

Empresas de varejo que concedem crediário e concessionárias de serviços públicos também estarão aptas a fornecer dados sobre pagamentos de obrigações dos clientes com cadastro positivo aberto. Em tese, o Cadastro Positivo deverá possibilitar aos bons pagadores obter taxas de juros menores e prazos maiores em empréstimos e financiamentos.

Que tipo de informação pode constar no Cadastro Positivo

A adesão ao Cadastro Positivo é totalmente voluntária. De acordo com Resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN), podem constar no Cadastro Positivo apenas as seguintes informações financeiras:

- A data da concessão do empréstimo ou financiamento, ou da assunção da obrigação ou compromisso de pagamento;

- O valor original total do empréstimo ou financiamento concedido, ou da obrigação ou compromisso assumido;

- Os valores das prestações de empréstimo ou financiamento, ou das parcelas das obrigações ou compromissos, indicadas as datas de vencimento;

- Os valores pagos, mesmo que parciais, das prestações de empréstimo ou financiamento, ou das parcelas das obrigações ou compromissos, indicadas as datas de pagamento.

Ou seja, outros dados, como a renda do consumidor ou o motivo de ele ter contraído aquele empréstimo não constarão no cadastro. Contudo, para abrir um Cadastro Positivo, o consumidor precisa fornecer dados pessoais como CPF, nome da mãe, data de nascimento e endereço residencial.

Governo não renovará aumento no Imposto de Importação

Governo não renovará aumento no Imposto de Importação

Decisão é voltada para diminuir a pressão sobre a inflação em um momento em que o dólar encostou em 2,30 reais

 
Exportações e importações: containers em porto
 
 
Brasília - O governo anunciará na quinta-feira que não renovará o aumento da alíquota de Imposto de Importação para 100 itens, definido no ano passado, uma decisão voltada para diminuir a pressão sobre a inflação em um momento em que o dólar encostou em 2,30 reais, afirmou uma fonte próxima da equipe econômica à Reuters.
 
As alíquotas maiores, que variam conforme o produto, têm validade até o fim de setembro e o governo decidiu antecipar o anúncio da medida para ajudar na formação das expectativas de inflação que, apesar de dar sinais de melhora, ainda continua em patamares elevados.
 
Assim, apesar de o imposto permanecer em patamar elevado por mais dois meses, o setor produtivo já fica informado de que ele será reduzido.

"A medida está sendo adotada para ajudar a mitigar os efeitos da valorização do dólar sobre a inflação", afirmou a fonte, acrescentando que a maior parte dessa lista é formada por insumos industriais, como aço e resina.

Em setembro do ano passado, o governo anunciou a elevação da alíquota do Imposto de Importação de 100 produtos, incluindo siderúrgicos e petroquímicos, a fim de estimular o setor industrial a enfrentar a concorrência dos produtos estrangeiros. Naquele momento, as alíquotas foram elevadas para em média 25 por cento.

De maio para cá, o dólar já subiu 14 por cento ante o real, sendo mais um fator de pressão sobre a inflação. O próprio Banco Central já informou que esse movimento é inflacionário e que serão mitigados com a adoção de uma política monetária adequada.

Em abril, o BC começou um ciclo de aperto que já elevou a Selic a 8,50 por cento ao ano, dando indicações de que vai continuar essa trajetória.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Fox busca acordo de US$1 bi para licenciar "Os Simpsons"

Fox busca acordo de US$1 bi para licenciar "Os Simpsons"

Twentieth Television planeja comercializar reprises da série animada para outras emissoras e canais a cabo


Seriado Simpsons


A Twentieth Television, uma unidade da 21st Century Fox, do magnata da mídia Rupert Murdoch, planeja comercializar reprises da série animada "Os Simpsons" e busca um pacote de até 1 bilhão de dólares, disse uma fonte com conhecimento desses planos nesta segunda-feira.
O estúdio distribuiu pela primeira vez o programa sobre a família de Homer e Bart Simpson em 1998. O novo acordo pode licenciar reprises do programa para emissoras e canais a cabo ao mesmo tempo, disse a fonte.
Entrando em sua 25ª temporada, "Os Simpsons" tem 530 episódios, número que vai aumentar com a entrada em vigor deste novo acordo de licenciamento. O criador da série Matt Groening vai receber parte do dinheiro.
Um porta-voz da Fox não comentou o assunto.

Como o Oppenheimer comprou uma briga de US$ 75 mi com o JBS

Como o Oppenheimer comprou uma briga de US$ 75 mi com o JBS

Fundo processa JBS alegando que empresa incorporou na prática a Frangosul sem assumir dívidas


Frango


São Paulo - Desde que ofereceu seu primeiro fundo para o público em 1959, o Oppenheimer Funds já gerenciou montanhas de dinheiro – atualmente, eles tomam conta de 208 bilhões de dólares em ativos de 12 milhões de clientes. Nesta semana, o fundo entrou em uma briga com o acordo que fez a brasileira JBS, maior processadora de carne bovina do mundo, se tornar também líder em carne de frango.
Tudo começou com a produtora francesa de aves e carne de frango processada Doux, dona da marca Frangosul no Brasil, que deu um calote e entrou em acordo com seus credores – entre eles, três fundos da Oppenheimer com uma dívida de 75 milhões de dólares (a dívida total é estimada em 1 bilhão de dólares).
Entre as garantias dadas para o fundo, ainda em 2008, estava a alienação fiduciária da planta de Passo Fundo, que não poderia ser transferida ou vendida. O problema é que em maio de 2012, pouco antes da Doux ser declarada definitivamente insolvente, a JBS anunciou o arrendamento por dez anos de todas as unidades da Frangosul. A opção de compra foi dada, mas não realizada. Os fundos ficaram revoltados.
Além da conta
“O contrato de arrendamento de planta industrial é muito comum no brasil – o que não é nada comum é o locatário arrendar todas as plantas, incorporar todos os funcionários, tomar posse de todas as marcas e comercializar para todos os clientes. Isso não é um contrato de locação, é de incorporação”, diz Fernando Ferreira, advogado do fundo em São Paulo.
No final de junho, a Oppenheimer entrou na Justiça contra a Doux no estado de Nova York, e nesta semana, confirmou uma ação na Justiça brasileira contra o JBS. O fundo afirma que é a primeira vez que tem que lidar com uma “violação explícita da alienação fiduciária” e que não recebeu um centavo do aluguel de Passo Fundo até hoje.
O Oppenheimer diz que tentou negociar novos termos, sem sucesso, e que o objetivo agora é que a JBS seja declarada como sucessora legal da Frangosul para todos os efeitos. Procurada por EXAME.com, a JBS diz que não vai se manifestar pois o assunto está sendo tratado na esfera judicial.
Não é a primeira vez que a JBS é acusada de incorporar empresas na prática através de contratos de leasing sem assumir passivos. Em junho do ano passado, o canadense Maple Trade Finance acusou a JBS de incorporar os ativos da insolvente Xinguleder sem recompensar seus credores. No final de 2012, a empresa foi condenada em primeira instância por fazer o mesmo com a BMZ Couros.
Todas estas disputas servem como teste das regras aprovadas pela nova Lei de Falências de 2006. O caso da Petrópolis, que está sendo cobrada judicialmente pelo HSBC, Credit Suisse e ING para assumir uma dívida de 530 milhões de reais da Imcopa, é outro exemplo recente.

Google lança Color+City, projeto para "colorir as cidades"

Google lança Color+City, projeto para "colorir as cidades"

Na página da iniciativa, além de participar, o usuário também pode visualizar uma galeria com as artes e também postagens relacionadas sobre o Color+City


Google lança Color+City, projeto para "colorir as cidades"


São Paulo - O Google acaba de lançar, há alguns dias, o Color+City, projeto que promete "colorir as cidades". Para tanto, a companhia conectou pintores, grafiteiros e artistas com donos de muros que querem ter seu espaço renovado.

O contato de ambas as partes é feito por meio do Google+, rede social da empresa. Caso a pessoa queira emprestar um muro para a arte, ela pode clicar em "doar um espaço" e colocar fotos do local.

Já os pintores, por sua vez, escolhem um lugar e reservam o espaço. Cada artista só pode reservar um local por vez e tem até 35 dias para fazer a pintura.

Na página da iniciativa, além de participar, o usuário também pode visualizar uma galeria com as artes e também postagens relacionadas sobre o Color+City.
Confira abaixo um vídeo do projeto:

Jornada Mundial da Juventude consagra Papa

Jornada Mundial da Juventude consagra Papa como elo entre a Igreja e os fiéis

Evento na praia de Copacabana atraiu maior número de participantes já vistos no Brasil

 
Jornada Mundial da Juventude consagra Papa como elo entre a Igreja e os fiéis ALEXANDRE BRUM/Estadão Conteúdo
 
 
O papa Francisco se despediu na noite deste domingo do Brasil após celebrar uma missa para mais de 3 milhões de pessoas nas areias de Copacabana e protagonizar, durante uma semana histórica, o maior evento que o país já sediou.

O público que se reuniu pela manhã na missa de encerramento da Jornada Mundial da Juventude espremia-se desde a beira do mar, onde era encontrado pelas ondas, até a linha dos prédios, no outro lado da Avenida Atlântica, em uma extensão de quase quatro quilômetros. O Ministério do Turismo estimou em 2 milhões os turistas que desembarcaram no Rio, mais de três vezes o esperado para a Copa de 2014.

— Neste momento, parto com a alma cheia de recordações felizes. Neste momento, já começo a sentir saudade. Saudade do Brasil, deste povo tão grande e de grande coração. Saudade deste povo tão amoroso — disse o Papa em seu discurso de despedida, na Base Aérea do Galeão, minutos antes de embarcar para Roma.

A celebração da manhã foi o ápice de quatro eventos na praia. Na quinta-feira, Francisco atraiu cerca de 700 mil pessoas à areia. No dia seguinte, 1,5 milhão. O número chegou a 3 milhões no sábado — equivalente a duas vezes a população de Porto Alegre — a ultrapassou neste domingo. É como se Copacabana tivesse abrigado quatro festas de Réveillon consecutivas.

Além da multidão que se estendia como um tapete sobre a areia e o asfalto, fiéis do mundo inteiro brotavam em cima de telhados, árvores e caixas d'água para acompanhar a última missa do Papa na Jornada. A movimentação havia começado ainda na manhã de sábado, quando jovens de 175 países iniciaram a peregrinação até Copacabana, para a vigília da noite. Eles passariam a madrugada em milhares de barracas, cangas e sacos de dormir na praia.

Quando amanheceu, mal havia espaço para se mexer. Muita gente não enxergava sequer os telões espalhados ao longo da orla. Em plena Avenida Atlântica, fiéis recém-acordados espreguiçavam-se, colocavam desodorante, escovavam os dentes. A mongol Geretee (na Mongólia não se usam sobrenomes) estava embasbacada com a quantidade de companheiros de fé. A jovem de 26 anos contou que a Igreja Católica chegou a seu país há apenas duas décadas e conquistou, até agora, apenas 900 fiéis.

— Sou a única católica da minha família. É incrível estar no meio de tanta gente da Igreja, que sabe como louvar a Deus — disse.

Papa critica "globalização da indiferença"

Papa critica "globalização da indiferença" em entrevista ao programa Fantástico, da Rede Globo

Pontífice lamentou que a queda da Bolsa seja notícia, e não as pessoas que passam fome e frio

 
Papa critica "globalização da indiferença" em entrevista ao programa Fantástico, da Rede Globo Evaristo Sá/AFP
 
 
Em entrevista exclusiva ao programa Fantástico, da Rede Globo, concedida na quinta-feira após o almoço e exibida na noite deste domingo, o papa Francisco pediu maior proximidade entre as pessoas e o fim da "globalização da indiferença". O Papa lamentou que existam "descartados" nas "extremidades" da sociedade atual: os idosos, considerados improdutivos, e os jovens, que padecem no desemprego. A ideia se somou ao discurso do Papa contra a "política mundial muito impregnada pelo dinheiro". Confira trechos da entrevista:
Rivalidade Brasil x Argentina
"O povo brasileiro tem um grande coração. Quanto à rivalidade, creio que já está totalmente superada. Porque negociamos bem: o Papa é argentino, e Deus é brasileiro."

Segurança
"Eu não sinto medo. Sei que ninguém morre de véspera. Quando acontecer, o que Deus permitir, será. Eu não poderia vir ver este povo, que tem um coração tão grande, detrás de uma caixa de vidro. As duas seguranças (do Vaticano e do Brasil) trabalharam muito bem. Mas ambas sabem que sou um indisciplinado nesse aspecto."

Simplicidade
"Nosso povo exige a pobreza de nossos sacerdotes. O povo sente seu coração magoado quando nós, as pessoas consagradas, estamos apegadas a dinheiro. Realmente não é um bom exemplo que um sacerdote tenha um carro de último tipo, de marca. É necessário que o padre tenha um carro, mas tem de ser um carro modesto. O carro que estou usando aqui é muito parecido com o que eu uso em Roma. Simples, do tipo que qualquer um pode ter. Penso que temos que dar testemunho de uma certa simplicidade — eu diria, inclusive, de pobreza."

A moradia do Papa
"Quanto à decisão de viver em Santa Marta, não foi tanto por razões de simplicidade. Porque o apartamento papal é grande, mas não é luxuoso. Mas a minha decisão de ficar em Santa Marta tem a ver com o meu modo de ser. Não consigo viver só, não posso viver fechado. Preciso de contato com as pessoas, então, fiquei em Santa Marta por razões psiquiátricas. Para não ter de estar sofrendo essa solidão que não me faz bem. É para estar com as pessoas. Santa Marta é uma casa de hóspedes em que vivem uns 40 bispos e sacerdotes que trabalham na Santa Sé. Tem uns 130 cômodos, mais ou menos. Sacerdotes, bispos, cardeais e leigos que se hospedam em Roma ficam lá. Eu como no refeitório com todos. E a gente sempre encontra gente diferente, e isso me faz bem."

Perda de fiéis
"Não saberia explicar esse fenômeno. Vou levantar uma hipótese. Para mim é fundamental a proximidade da Igreja. Porque a Igreja é mãe, e nem você nem eu conhecemos uma mãe por correspondência. A mãe... dá carinho, toca, beija, ama. Quando a Igreja, ocupada com mil coisas, se descuida dessa proximidade, se descuida disso e só se comunica com documentos, é como uma mãe que se comunica com seu filho por carta. Não sei se foi isso o que aconteceu no Brasil. Não sei, mas sei que em alguns lugares da Argentina que conheço isso aconteceu."

Corrupção no Vaticano
"Agora mesmo temos um escândalo de transferência de 10 ou 20 milhões de dólares de um monsenhor. Belo favor faz esse senhor à Igreja, não é? Mas é preciso reconhecer que ele agiu mal, e a Igreja tem de dar a ele a punição que merece, pois agiu mal. No momento do conclave, antes temos o que chamamos congregações gerais — uma semana de reuniões dos cardeais. Naquela ocasião, falamos claramente dos problemas. Falamos de tudo. Porque estávamos sozinhos, e para saber qual era a realidade e traçar o perfil do novo Papa. E dali saíram problemas sérios, derivados em parte de tudo o que vocês conhecem: do Vatileaks e assim por diante. Havia problemas de escândalos. Mas também havia os santos. Esses homens que deram sua vida para trabalhar pela Igreja de maneira silenciosa no Conselho Apostólico."

Protestos dos jovens
"Com toda a franqueza lhe digo: não sei bem por que os jovens estão protestando. Esse é o primeiro ponto. Segundo ponto: um jovem que não protesta não me agrada. Porque o jovem tem a ilusão da utopia, e a utopia não é sempre ruim. A utopia é respirar e olhar adiante. O jovem é mais espontâneo, não tem tanta experiência de vida, é verdade. Mas às vezes a experiência nos freia. E ele tem mais energia para defender suas ideias. O jovem é essencialmente um inconformista. E isso é muito lindo! É preciso ouvir os jovens, dar-lhes lugares para se expressar, e cuidar para que não sejam manipulados."

Idolatria do dinheiro
"Esse mundo atual em que vivemos tinha caído na feroz idolatria do dinheiro. E há uma política mundial muito impregnada pelo protagonismo do dinheiro. Quem manda, hoje, é o dinheiro, e isso significa uma política mundial economicista, sem qualquer controle ético. Um economicismo autossuficiente que vai arrumando os grupos sociais de acordo com essa conveniência."

Descarte de jovens e idosos
"Quando reina esse mundo da feroz idolatria do dinheiro, se concentra muito no centro, e as pontas da sociedade, os extremos, são mal atendidos, não são cuidados e são descartados. Vimos muito claramente como se descartam os idosos. Não servem, não produzem. Os jovens também não produzem muito. É uma ponta em vias de ser descartada. O alto percentual de desemprego entre os jovens na Europa é alarmante. Para sustentar esse modelo político mundial, estamos descartando os extremos: os que são promessa para o futuro e os idosos, que precisam transferir sabedoria para aos jovens. Descartando os dois, o mundo desaba."

Globalização da indiferença
"Hoje em dia há crianças que não têm o que comer no mundo. Crianças que morrem de fome, de desnutrição. Há doentes que não têm acesso a tratamento. Há homens e mulheres que são mendigos de rua e morrem de frio no inverno. Há crianças que não têm educação. Nada disso é notícia. Mas quando as bolsas de algumas capitais caem três ou quatro pontos, isso é tratado como uma grande catástrofe mundial. Esse é o drama do humanismo desumano que estamos vivendo. Por isso, é preciso recuperar crianças e jovens, e não cair numa globalização da indiferença."

Diferentes religiões
"Creio que é preciso estimular uma cultura do encontro em todo o mundo. Acho que é importante que todos trabalhemos pelos outros, podar o egoísmo. Um trabalho pelos outros segundo os valores de sua fé. Cada religião tem suas crenças. Se há uma criança que tem fome, que não tem educação, o que deve nos mobilizar é que deixe de ter fome e que tenha educação. Se essa educação virá dos católicos, dos protestantes, dos ortodoxos ou dos judeus, não importa. O que me importa é que o eduquem e que saciem a sua fome. Temos de chegar a um acordo quanto a isso. Hoje a urgência é de tal ordem que não podemos brigar entre nós à custa do sofrimento alheio. Sobretudo, hoje em dia, urge a proximidade."

Impacto do dólar na economia brasileira ganha força

Impacto do dólar na economia brasileira ganha força

O avanço da moeda americana começou tímido no fim de abril, mas ganhou força em maio após o ministro da Fazenda, Guido Mantega, minimizar a importância do câmbio no combate à inflação

 
Impacto do dólar na economia brasileira ganha força  Jefferson Botega/Agencia RBS
 
 
Três meses após as primeiras altas, o que era uma sensação se transformou em certeza: o dólar acima de R$ 2 veio para ficar.

Os efeitos do preço mais caro da moeda — antes sentidos apenas pela indústria — já chegaram ao bolso do consumidor brasileiro, e o impacto não é pequeno.

O avanço da moeda americana começou tímido no fim de abril, mas ganhou força em maio após o ministro da Fazenda, Guido Mantega, minimizar a importância do câmbio no combate à inflação. A variação, que já chega a 12,69% no período, obrigou o Banco Central (BC) a rever a sua posição sobre a influência do câmbio nos preços.

Os alimentos derivados do trigo são os mais afetados até o momento. O pãozinho subiu quase 4% entre maio e junho e a variação pode chegar a 20% em julho.

Impactados pela decisão do governo argentino de suspender a exportação do cereal —para atender o mercado interno e evitar ainda mais a inflação —, os panificadores gaúchos se viram obrigados a importar de países mais distantes, como Estados Unidos e Canadá. O frete e o dólar mais caro impulsionaram o preço da tonelada: era R$ 450 um ano atrás e saltou para R$ 1 mil.

— A expectativa é de que só voltemos a comprar da Argentina em janeiro de 2014. Enquanto isso, o preço vai continuar nas alturas. Vários moinhos no interior do Estado estão parados devido ao custo alto de produção. Se o dólar valorizar mais, a situação pode ficar ainda mais complicada — alerta Arildo Bennech Oliveira, presidente do Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria e de Massas Alimentícias e Biscoitos do Rio Grande do Sul (Sindipan/RS).

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