Por Antonio Denti
PORTO SANTO STEFANO, 14 Jan (Reuters) - Pelo menos três pessoas
morreram depois que um navio italiano de cruzeiro encalhou e tombou com mais de
4 mil pessoas a bordo. As equipes de resgate continuavam procurando outras
vítimas.
A operação de resgate envolvendo botes salva-vidas, navios e
helicópteros prosseguia horas depois de o navio Costa Concordia, de 114.500
toneladas, ter se chocado contra um banco de areia perto da ilha de Giglio na
noite de sexta-feira. Fotos mostram um enorme rombo numa parte lateral.
"No momento temos cerca de 40 homens no trabalho e aguardamos a
chegada de equipes especializadas em mergulho para checar todo o interior do
navio", disse o porta-voz da corporação de bombeiros, Luca Cari.
"Não descartamos a possibilidade de que mais pessoas estejam
desaparecidas. Isto é difícil porque o navio é enorme", declarou Cari,
acrescentando que a embarcação estava tombada para um lado sobre o banco de
areia e provavelmente não vai afundar mais do que isso.
Os passageiros disseram que o acidente ocorreu durante o
horário do jantar.
PÂNICO
"Estávamos sentados para jantar e ouvimos aquele grande
estrondo. Acho que ele bateu em algumas rochas. Houve muito pânico, as mesas
viraram, os copos voaram para todos os lados e nós corremos para os decks onde
colocamos nossos coletes salva-vidas", relatou a passageira Maria Parmegiano
Alfonsi à TV italiana Sky.
Segundo a emissora, a polícia e passageiros disseram que
algumas pessoas saltaram do navio, que tem 290 metros de comprimento.
O luxuoso navio de vários andares submergiu parcialmente a
apenas centenas de metros da costa. As autoridades não quiseram levantar
hipóteses sobre as causas do acidente.
"Certamente haverá uma investigação, mas neste estágio é
impossível determinar exatamente o que aconteceu", disse Italo Spalvieri, de uma
corporação da polícia no vizinho porto de Livorno.
Muitos dos 3.200 passageiros e 1.023 tripulantes foram levados
para o porto de Santo Stefano, no continente, onde estavam abrigados em escolas,
igrejas e outros edifícios públicos.
O website da operadora do cruzeiro, a Costa Crociere, com sede
em Gênova, aparentemente entrou em colapso diante do volume de acessos, mas a
empresa pôs à disposição uma linha telefônica para responder aos pedidos de
informação. A Costa informou que vai cooperar plenamente com as autoridades.
Não há informações sobre a identidade das vítimas. Acredita-se
que, na maioria, os passageiros sejam italianos, mas também haveria pessoas de
muitas outras nacionalidades a bordo.
(Reportagem adicional de Philip Pullella e James Mackenzie em
Roma e Ognibene em Florença)