Espanhóis vão “combater a crise”, promete Rajoy após vencer eleições
Líder do Partido Conservador ressalva que “não há como fazer milagres”
O líder e candidato do conservador Partido Popular (PP), Mariano Rajoy, afirmou este domingo, após vencer as eleições gerais na Espanha com ampla maioria absoluta, que os espanhóis "vão combater a crise". Ele anunciou um "esforço solidário para todos", assegurando que "não haverá milagres".
"A Espanha é uma grande nação e o melhor que tem são os espanhóis, 46 milhões de espanhóis que vão combater a crise", afirmou Rajoy, antes de advertir: "Governarei a serviço da Espanha e de todos os espanhóis, procurando que em circunstância alguma alguém se sinta excluído da tarefa comum", discursou. Rajoy ainda ressaltou o desejo de começar a trabalhar o quanto antes para tentar superar a crise, que deixou quase 5 milhões de desempregados na Espanha. "De minha parte não vão faltar nem a vontade, nem entusiasmo, nem o trabalho, nem o compromisso", mas "não haverá milagres. Não prometemos isso", acrescentou o futuro chefe de governo espanhol. Concentrado na difícil situação na qual assumirá o comando do país, o líder conservador se referiu à União Europeia (UE) para dizer que a Espanha será "o mais leal, mas também o mais exigente dos sócios". "Deixaremos de ser um problema para voltarmos a fazer parte da solução", insistiu Rajoy, que pôs entre suas prioridades a luta contra "o desemprego, o déficit, o endividamento excessivo, a paralisação econômica e tudo aquilo que mantém este país nestas circunstâncias críticas". "Somos uma grande nação, entre outras coisas porque nossa diversidade é fonte de grandeza e nos enriquece", ressaltou o líder do Partido Popular, em alusão às diferentes regiões do país, voltando várias vezes a mencionar a necessidade de se fazer um esforço compartilhado: "Essa diversidade tem que se atar com força a um princípio solidário". Resultado histórico nas eleições Vencedor na terceira oportunidade em que liderou a chapa de seu partido para as legislativas, Rajoy não teve publicamente ao seu lado o ex-chefe de governo José Maria Aznar, cujo melhor resultado foi superado por três cadeiras nesta nova fase do Partido Popular. Segundo dados oficiais, após algo mais 99% dos votos contabilizados, o Partido Popular (PP), liderado por Mariano Rajoy, de 56 anos, obteve 44,59% dos votos e 186 cadeiras no Congresso dos Deputados, dos 350 que formam a Câmara baixa do Parlamento, um número superior ao recorde histórico, obtido no ano 2000 (183 deputados). O Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), ao contrário, sofreu a pior derrota da história, reduzindo seu número de cadeiras de 169 para 110, abaixo dos 118 deputados eleitos em 1977, nas primeiras eleições que disputou após sair da clandestinidade, com o fim da ditadura de Franco. O Congresso, que tem no total 350 cadeiras, saiu destas eleições com uma fragmentação parcial da representação entre vários partidos minoritários, entre eles o Amaiur, a nova esquerda separatista basca, que em sua primeira legislatura obteve sete cadeiras. Apesar da vitória esmagadora, Rajoy pediu aos partidários que não relaxem e comecem a trabalhar a partir da segunda-feira para enfrentar os "inimigos" do país, em alusão aos efeitos nefastos da crise na economia nacional. |
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