PF questiona método de limpeza do vazamento de petróleo no Atlântico
EFE
PF questiona método de limpeza do vazamento de
petróleo no Atlântico
Rio de Janeiro, 19 nov (EFE).- O delegado federal Fábio Scliar,
chefe da Delefacia do Meio Ambiente e Patrimônio Histórico, questionou neste
sábado a legalidade e a idoneidade do método usado pela Chevron para limpar o
petróleo que vazou no Oceano Atlântico.
Scliar afirmou à imprensa local que a empresa americana não
está recolhendo o petróleo e limitando-se apenas a 'empurrar' o petróleo para o
fundo do mar com jatos de areia sob forte pressão, o que poderia contaminar os
corais e constituir um crime de poluição ambiental.
A Polícia pediu informalmente à empresa que mude de tática de
limpeza do petróleo, que começou a vazar há duas semanas por causa de uma
fissura no leito marinho perto de um poço a 120 quilômetros do litoral do
município de Campos, no estado do Rio de Janeiro, bacia onde fica a maior parte
das jazidas petrolíferas do país.
Cálculos da Agência Nacional de Petróleo (ANP) estimam o
derramamento no mar de 200 a 330 barris diários entre os dias 8 e 15 de
novembro, embora nos últimos dias o vazamento tenha sido estabilizado pelo
fechamento da fissura feito pela empresa.
A mancha de petróleo se reduziu e nesta sexta tinha extensão de
18 quilômetros e uma área de 11,8 quilômetros quadrados, conforme dados da
ANP.
Algumas autoridades brasileiras questionaram os números e
sugeriram que as dimensões do vazamento poderiam ser muito maiores.
O presidente da divisão brasileira da Chevron, George Buck,
admitiu na sexta-feira que a empresa subestimou a pressão de um dos
reservatórios de petróleo, o que pode ter causado o vazamento.
As fissuras pelas quais escapou o petróleo se abriram a 130
metros de uma sonda da Chevron, que estava fazendo perfurações a 1,2 mil metros
de profundidade.
A companhia americana anunciou que pretende abandonar este
poço no Campo de Frade, onde opera desde 2009. A Chevron é a operadora do
projeto e tem uma participação de 51,7%, enquanto a Petrobras tem 30% e o
restante pertence ao consórcio japonês Frade Japão Petróleo.
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