FMI questiona índice de inflação da Argentina
O Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou que nos próximos
dias vai avaliar o índice de inflação elaborado pelo Instituto Nacional de
Estatísticas e Censos (Indec) da Argentina. Há suspeitas de que os governos do
ex-presidente Néstor Kirchner (2003-2007) e de sua mulher e sucessora, Cristina
Kirchner, manipulam o indicador.
O organismo destacou que 'não serão aplicadas sanções contra a
Argentina'. No entanto, também indicou que não descarta a avaliação de 'medidas
baseadas nas recomendações que farão os integrantes da diretoria (do
Fundo)'.
Nos últimos anos, o Fundo fez várias críticas ao sistema do
Indec. Mas, em julho passado, o governo Kirchner - representado pelo então
ministro da Economia, Amado Boudou, atual vice-presidente -, comprometeu-se com
representantes do FMI a 'melhorar' e 'normalizar' as estatísticas, especialmente
as relativas à inflação.
O prazo de 180 dias dado pelo Fundo para que o governo
argentino comece a aplicar as recomendações dadas por duas missões técnicas do
Fundo venceu ontem. Nesse período, o governo Kirchner não apresentou nenhuma
medida para a 'normalização' dos índices.
Ao longo de 2011, o governo da presidente Cristina deixou de
lado o tom de confronto utilizado durante anos com o FMI. No ano passado, quando
foi reeleita, Cristina Kirchner - pela primeira vez desde que o kirchnerismo
chegou ao poder em 2003 - não utilizou slogans contra o FMI numa campanha
eleitoral. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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