Vazamento de óleo em Tramandaí pode ser o maior no Estado nos últimos 10 anos
Ibama ainda não sabe a quantidade de petróleo vazado da monoboia da Transpetro, mas já estuda multar a empresa
Mancha percorreu seis quilômetros e chegou à praia de Tramandaí na tarde de quinta-feira Foto: Lauro Alves / Agencia RBS
André Mags
O vazamento de petróleo em uma monoboia da Transpetro, da Petrobras, em Tramandaí pode ser um dos maiores registrados no Estado nos últimos 10 anos, conforme o superintendente regional do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), João Pessoa Riograndense Moreira Junior.
O derramamento levou a Brigada Militar a evacuar a orla devido ao risco para os banhistas.
— A praia de Tramandaí está bem impactada. Vai levar dias para limpar. O ideal é que não se use essa faixa de praia — alertou o técnico da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), Diego Hoffmeister.
O pior acidente até a quinta-feira nos últimos anos aconteceu em 2000, quando manchas de petróleo foram vistas à beira-mar entre Tramandaí e Cidreira. Na oportunidade, 18 mil litros de óleo poluíram o mar.
A quantidade exata de petróleo vazado ainda não é conhecida, mas o analista ambiental do Ibama que sobrevoou a área atingida, o biólogo Kuriakin Toscan, considerou que a quantidade era muito grande.
A constatação faz crer que a operação para remover a totalidade do material da areia deve se estender por dias. Por enquanto, o veraneio está comprometido entre a plataforma de Tramandaí e a barra do Rio Tramandaí, em Imbé (3,5 quilômetros).
O defeito que causou o acidente ocorreu na ligação entre a mangueira de um navio e a monoboia 602 da Transpetro, localizada a seis quilômetros da orla. A embarcação foi identificada pela BM como o petroleiro de bandeira grega Elka Aristotle, e estaria a serviço da Transpetro. Ele despejava o óleo na monoboia, que conduziria o produto até o terminal da empresa em Osório por uma tubulação.
Quando chegou à costa, às 17h, o piche se colou à areia e causou forte mau cheiro. As equipes da Transpetro usaram ferramentas, como enxadas, para tirar a substância do solo. Os danos ambientais são desconhecidos, porém certamente haverá impacto na vida marinha, de acordo com Toscan. Ele analisará a possibilidade de multa à empresa.
— É passível de autuação. Agora não se trabalha com essa perspectiva porque nosso foco é na limpeza, mas será avaliada — disse o biólogo.
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