China continua importando mais minério de Brasil e Austrália
Por David Stanway e Lucy Hornby
PEQUIM, 21 Jan (Reuters) - Durante 2011, a China diversificou
suas importações de mineral de ferro, em geral favorecendo a África do Sul, mas
não conseguiu reduzir sua dependência de seus principais provedores, Austrália e
Brasil, de acordo com dados aduaneiros divulgados neste sábado.
Por muitos anos, as autoridades chinesas disseram que o
fornecimento do insumo da Índia e de outros países poderia ajudar a romper o
domínio das três principais produtoras de mineral de ferro do mundo: as
australianas BHP Billiton e Rio Tinto e a brasileira Vale.
Mas, em 2011, a China importou 64 por cento do material desses
países, sem variação em relação ao ano anterior. As compras na Índia caíram
cerca de 24 por cento, em meio a queixas pelo declive da qualidade. As compras
da África do Sul aumentaram cerca de 22 por cento, mas a Índia continua sendo o
terceiro provedor da China, entregando o dobro dos sul-africanos.
As compras de minério de ferro gerais aumentaram 10,94 por
cento, porque a indústria siderúrgica da China continuou crescendo, frente à
desaceleração do crescimento econômico interno. A estratégia da diversificação
da China levou o país a buscar mineral de ferro em lugares como Mauritânia e
Mianmar.
O crescimento de fontes não tradicionais reflete os
fornecimentos restringidos, uma boa demanda e preços altos, mais do que uma
estratégia explícita de reduzir a dependência de Austrália e Brasil, disseram
analistas.
Espera-se que os preços do mineral de ferro fiquem em torno de
150 dólares por tonelada durante 2012, segundo uma pesquisa da Reuters realizada
em meados de dezembro, contra os 168 dólares de 2011.
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