Brasil fica fora de tratado 'anti-corrupção'
GENEBRA - O Brasil ficou de fora do acordo de licitações
públicas, considerado pela Organização Mundial do Comércio (OMC) como um tratado
'anti-corrupção'. Países ricos assinaram nesta quinta-feira, 15, uma ampliação
do entendimento que já tinham, garantindo abertura do mercado de compras
governamentais e estabelecimento de regras para garantir a transparência nos
contratos.
'Esse acordo é um instrumento contra a corrupção' , afirmou o
diretor-geral da OMC, Pascal Lamy. Para Michel Barnier, comissário da Europa, o
acordo garantirá uma abertura de mercados de 600 bilhões de euros. Em
declarações ao 'Estado', insistiu que americanos e europeus esperam a adesão do
Brasil. 'Todos temos muito a ganhar', disse.
O chanceler Antonio Patriota, porém, insistiu que o acordo 'não
era de interesse do Brasil'. O motivo, segundo ele, é a natureza do acordo,
restrito a um grupo pequeno de países. O Brasil ainda insiste que antes de mais
nada quer abrir seu mercado de compras governamentais primeiro aos países
latino-americanos.
A reserva de mercado tem sido alvo de cobiça internacional.
Afinal, com Copa do Mundo e Jogos Olímpicos, empresas europeias e americanas
acreditam que poderiam ter fortes ganhos no Brasil.
Hillary. Patriota rejeitou a tese de que isso seria um sinal de
que o Brasil não está interessado em acordos que combatam a corrupção. 'Mais
comprometidos que estamos nisso?' questionou.
Segundo ele, a secretária de Estado norte-americana, Hillary
Clinton, virá em março ao Brasil para participar de uma reunião ministerial para
fortalecer o projeto de combate à corrupção no setor público, liderado pelos
presidentes Barack Obama e Dilma Rousseff .
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