sábado, 17 de dezembro de 2011

Governo tem munição para manter oferta de crédito, diz Mantega

Governo tem munição para manter oferta de crédito, diz Mantega

Governo poderá usar recursos de depósito compulsório, de R$ 430 bilhões, para irrigar mercado se for preciso

AE

Foto: AE Ampliar
Mantega: "Temos que estabelecer limites para valorização (da moeda) não prejudicar o País"

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse na sexta-feira que é preciso estabelecer limites para que a valorização do real não prejudique o País. O ministro disse que o Brasil se tornou mais sólido ao longo dos anos e que a valorização da moeda foi uma consequência natural disso. "Mas temos que estabelecer limites para essa valorização não prejudicar o País" , afirmou.
Mantega assegurou que não faltará munição do governo caso haja falta de dólares e crédito no mercado. "Um importante instrumento do Banco Central é o depósito compulsório. Temos R$ 430 bilhões, caso haja falta de crédito", disse, citando que esse foi um expediente que o País já usou na crise iniciada em 2008.
O ministro reiterou também que as reservas internacionais são hoje superiores ao endividamento externo do País. "Se faltar crédito em dólar no País, podemos gerar uma oferta de dólares para o mercado interno."
Mantega disse ainda que o País já cumpriu 93% da meta do superávit primário de janeiro a outubro deste ano e deve atingir a meta cheia até novembro. "A economia brasileira está muito sólida para enfrentar a crise, mesmo que ela se agrave, e o governo dispõe dos instrumentos necessários para neutralizar os efeitos negativos de forma que possamos manter um crescimento sustentável", disse.
O ministro acrescentou que o governo, após retirar parte as medidas macroprudenciais e reduzir o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) da linha branca, estuda novas medidas para fomentar a indústria. O setor cresceu menos que o esperado em 2011, disse o ministro. Ele não adiantou quais seriam as medidas para a indústria, nem quando pretende adotá-las.
Mantega estimou que o País vai crescer "pouco mais de 3%" neste ano. Segundo ele, o País já está respondendo aos estímulos, cresceu mais em novembro e deve continuar nessa trajetória em dezembro, comparativamente aos meses de setembro e outubro. "A contração monetária que colocamos desde o fim de 2010, com o aumento dos compulsórios, acabou causando uma desaceleração da economia principalmente no terceiro trimestre", afirmou.
"Agora, estamos na posição inversa e devemos continuar com uma política de flexibilização monetária." De acordo com o ministro da Fazenda, o salário mínimo deve injetar mais de R$ 23 bilhões na economia, e somado às desonerações tributárias e aos investimentos públicos, vai ajudar o País a crescer "pelo menos 4% em 2012".
Mantega disse também que é contra o protecionismo e a favor do livre mercado, mas disse que o Brasil não pode ficar "desprevenido, enquanto outros países fazem o diabo para exportar". Um dos exemplos citados por ele foi o aumento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para veículos importados. Segundo ele, essa é uma forma de garantir que as empresas instaladas no País façam mais investimentos.

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