Crise: seu emprego está em risco?
Em época de crise, trabalhadores temem demissões; especialistas alertam sobre possíveis cortes na indústria e em multinacionais nos próximos meses
Os próximos meses prometem mudanças nada agradáveis aos profissionais brasileiros. Afinal, tal como em 2008, uma ameaça de crise financeira global já começa a causar especulações nos trabalhadores do País - estes temem a possibilidade de ter seus nomes mencionados em uma possível lista de cortes das empresas.
“Com a entrada de mais dólares no mercado, os investidores preferem esperar que o cenário fique mais claro para voltar a investir. Com isso, o mercado sofre uma retração e os empregos caem”, explica o sócio-fundador da Alliance Coaching, Silvio Celestino.
Tal desequilíbrio no mercado financeiro também costuma afetar as relações de trabalho, já que a contratação de mão de obra interna pode se mostrar um mau negócio para o empreendedor. “O emprego gera um custo alto para as empresas. Com a supervalorização do real frente ao dólar, algumas preferem contratar trabalhos fora, em países onde a mão de obra seja mais barata”, explica Celestino. “Este é o caso, por exemplo, de empresas que possuem unidades de call center”, completa.
Setores mais afetadosCaso a crise afete o Brasil, os trabalhadores mais prejudicados serão os da indústria da construção, automobilística, têxtil e de calçados. “Os profissionais que atuam nas multinacionais também poderão sofrer impactos com as mudanças de cenário que ocorrerão até novembro”, informa o diretor presidente do Instituto de Pesquisas Fractal, Celso Grisi.
Para ele, a indústria automobilística já tem apresentado sinais do problema, com a queda no número de vendas de veículos e o alto número de profissionais em férias.
“O nível de contratações sofrerá uma forte redução em dois meses. Inicialmente as empresas oferecerão férias aos funcionários, depois, tentarão negociações de salários e ajustes de horas extras para, por último, optar pela demissão”, diz Grisi. “O governo precisará agir com vigor para que, ao invés da redução de emprego, tenhamos uma menor expansão da economia”, completa.
Trabalhadores de base sofrem maisOs trabalhadores que formam o núcleo operacional da empresa costumam ser os mais afetados em momentos de crise. E, apesar da avaliação não ter nada de racional, já que o correto seria cortar os profissionais com salários mais elevados, a atitude tem função estratégica, pois nestes momentos os altos executivos são importantes para gerenciar os negócios de uma empresa.
“Se as vendas diminuem, não se tem trânsito de mercadorias, então, a logística e o transporte são prejudicadas e, consecutivamente, os profissionais que atuam nestes segmentos. Além disso, com um menor fluxo de operações na empresa, menos computadores são utilizados e a área de infraestrutura em TI [Tecnologia da Informação] também é prejudicada”, explica Celestino.
Outros níveis que costumam ser afetados são os intermediários, sendo que os médios gerentes passam a acumular funções, responsabilizando-se, por exemplo, pelas atividades de marketing e vendas ou pelas áreas administrativa e financeira.
O que fazer?Para quem está desempregado, a hora de conseguir um emprego é agora, afinal, em pouco tempo pode ser que o mercado não esteja mais receptivo a contratações. Para quem já está trabalhando, no entanto, a recomendação é conter a ansiedade e não investir em um novo emprego, ao menos por enquanto.
“O profissional precisa ter calma e não colocar sua carreira em risco ou contrair dívidas neste período. O ideal é que aguarde até novembro, para ter uma dimensão da crise”, diz Celestino.
Ao cortar todo o endividamento e manter a liquidez, as chances de se preparar para um período mais severo e de escassez de recursos é mais favorável.
Já o presidente do Instituto Fractal recomenda que os trabalhadores iniciem alguma atividade paralela, que possa colaborar com a renda principal. “Quem possui um imóvel deve alugá-lo ou explorar o espaço como sede de um pequeno negócio”, aconselha.
“Com a entrada de mais dólares no mercado, os investidores preferem esperar que o cenário fique mais claro para voltar a investir. Com isso, o mercado sofre uma retração e os empregos caem”, explica o sócio-fundador da Alliance Coaching, Silvio Celestino.
Tal desequilíbrio no mercado financeiro também costuma afetar as relações de trabalho, já que a contratação de mão de obra interna pode se mostrar um mau negócio para o empreendedor. “O emprego gera um custo alto para as empresas. Com a supervalorização do real frente ao dólar, algumas preferem contratar trabalhos fora, em países onde a mão de obra seja mais barata”, explica Celestino. “Este é o caso, por exemplo, de empresas que possuem unidades de call center”, completa.
Setores mais afetadosCaso a crise afete o Brasil, os trabalhadores mais prejudicados serão os da indústria da construção, automobilística, têxtil e de calçados. “Os profissionais que atuam nas multinacionais também poderão sofrer impactos com as mudanças de cenário que ocorrerão até novembro”, informa o diretor presidente do Instituto de Pesquisas Fractal, Celso Grisi.
Para ele, a indústria automobilística já tem apresentado sinais do problema, com a queda no número de vendas de veículos e o alto número de profissionais em férias.
“O nível de contratações sofrerá uma forte redução em dois meses. Inicialmente as empresas oferecerão férias aos funcionários, depois, tentarão negociações de salários e ajustes de horas extras para, por último, optar pela demissão”, diz Grisi. “O governo precisará agir com vigor para que, ao invés da redução de emprego, tenhamos uma menor expansão da economia”, completa.
Trabalhadores de base sofrem maisOs trabalhadores que formam o núcleo operacional da empresa costumam ser os mais afetados em momentos de crise. E, apesar da avaliação não ter nada de racional, já que o correto seria cortar os profissionais com salários mais elevados, a atitude tem função estratégica, pois nestes momentos os altos executivos são importantes para gerenciar os negócios de uma empresa.
“Se as vendas diminuem, não se tem trânsito de mercadorias, então, a logística e o transporte são prejudicadas e, consecutivamente, os profissionais que atuam nestes segmentos. Além disso, com um menor fluxo de operações na empresa, menos computadores são utilizados e a área de infraestrutura em TI [Tecnologia da Informação] também é prejudicada”, explica Celestino.
Outros níveis que costumam ser afetados são os intermediários, sendo que os médios gerentes passam a acumular funções, responsabilizando-se, por exemplo, pelas atividades de marketing e vendas ou pelas áreas administrativa e financeira.
O que fazer?Para quem está desempregado, a hora de conseguir um emprego é agora, afinal, em pouco tempo pode ser que o mercado não esteja mais receptivo a contratações. Para quem já está trabalhando, no entanto, a recomendação é conter a ansiedade e não investir em um novo emprego, ao menos por enquanto.
“O profissional precisa ter calma e não colocar sua carreira em risco ou contrair dívidas neste período. O ideal é que aguarde até novembro, para ter uma dimensão da crise”, diz Celestino.
Ao cortar todo o endividamento e manter a liquidez, as chances de se preparar para um período mais severo e de escassez de recursos é mais favorável.
Já o presidente do Instituto Fractal recomenda que os trabalhadores iniciem alguma atividade paralela, que possa colaborar com a renda principal. “Quem possui um imóvel deve alugá-lo ou explorar o espaço como sede de um pequeno negócio”, aconselha.
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