Guido Mantega diz que queda das bolsas pode ser passageira
Ministro da Fazenda admite que Brasil sente efeitos da crise, mas tem "instrumentos" para contorná-la
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta segunda-feira que o Brasil não está imune ao agravamento da crise econômica mundial, mas ressaltou que o País possui "instrumentos" para contornar seus efeitos. "O Brasil não está no epicentro da crise, porém nós sofremos as consequências (dela)". "O perigo não é aqui. Temos uma situação fiscal sólida e vamos continuar fortalecendo a situação fiscal", disse o ministro. "Prometo a vocês a cada mês uma surpresa em relação à situação fiscal, ou seja, a cada mês um resultado melhor". Após o fechamento em queda de 8.08% nas ações da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) que acompanhou a retração das bolsas europeias, Mantega disse que a queda pode ser passageira. "Pode ser que tudo isso acabe nesta semana", disse o ministro ao sair da reunião da coordenação política no Palácio do Planalto. Comparação com 2008 Além da contenção de gastos, o ministro disse que a equipe econômica está atenta para tomar medidas pontuais, como ocorreu em 2008, para conter os efeitos da crise no Brasil. "Armamento não falta. Haverá consequências, mas elas serão minimizadas", disse. "Estamos mais preparados porque temos muito mais reservas do que tínhamos em 2008", comparou. Ele não descartou que o País adote novos mecanismos para conter a desvalorização do dólar. "Temos instrumentos para controlar o câmbio, se houver algum exagero de desvalorização. Nós vamos atuar nos derivativos com mais força, como já estamos começando a atuar. Se faltar crédito no mercado internacional, vamos usar as reservas. Se faltar crédito no mercado interno, o sistema financeiro está muito sólido e temos os bancos públicos que outros países não têm". Adoção de medidas Adotar essas medidas, no entanto, na avaliação do governo, ainda é prematuro. "Todo isso é prematuro porque eu não acredito que haja um agravamento da crise". Mantega também defendeu uma participação mais efetiva dos países emergentes nas soluções da crise. "Se o G-7 não está dando conta, embora o problema seja europeu e está envolvendo também os Estados Unidos, é oportuno que o G-20 possa se manifestar e possa ajudar de fato". |
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