Vencedor neste domingo, socialista Hollande enfrenta presidente Sarkozy no segundo turno
Agora briga é pelos 18,27% de eleitores da representante da extrema direita, Marine Le Pen
François Hollande (foto) comemora os 28,44% dos votos, contra 27,05% de Sarkozy Foto: Jean-Pierre Muller / AFP
Afastada da presidência desde 1995, a esquerda francesa conseguiu neste domingo o primeiro sinal nas urnas para o previsto retorno ao Palácio do Eliseu, no próximo mês — mas teve a comemoração ofuscada pela volta da direita radical ao primeiro plano da política francesa com uma votação recorde.
Com mais de 90% das urnas apuradas, o socialista François Hollande conseguia 28,44% dos votos, contra 27,05% do atual presidente, Nicolas Sarkozy. Eles disputarão o segundo turno, em 6 de maio.
A briga, agora, é pelos 18,27% de eleitores da representante da extrema direita, Marine Le Pen. Encarando o terceiro lugar como uma vitória, Marine não declarou apoio a Hollande ou a Sarkozy. Disse que seus eleitores são livres para votar no segundo turno, mas que "dirá o que pensa" no dia dos Trabalhadores, 1º de maio.
Por estarem no mesmo espectro político, a derrota de Sarkozy é conveniente à Frente Nacional, de Marine, que vê na implosão da União por um Movimento Popular (UMP) a possibilidade de redistribuição de forças na direita. Neste domingo, seus partidários começaram a proclamá-la a "líder da oposição". O objetivo pode ser concretizado com a promessa de Sarkozy de se retirar da política caso seja derrotado no segundo turno.
— Somos a única oposição à esquerda ultraliberal, permissiva e libertária. Aconteça o que acontecer nos próximos 15 dias, a batalha da França apenas começa, nada será mais como antes — afirmou Marine a militantes em Paris.
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