Por meio da queda da Selic, governo busca fomentar o setor imobiliário no País
SÃO PAULO - A decisão do Banco Central de reduzir em mais 0,75% a taxa Selic pode ser a gatilho para a migração dos investimentos aplicados em fundos DI para a Caderneta de Poupança, na opinião do professor de finanças da BBS Business School, Ricardo Torres.
"Com a taxa Selic a 9,75% ao ano, a caderneta de poupança já se
torna competitiva com os fundos DI que praticam uma taxa de administração de
0,5% ao ano. Caso ocorram novas reduções, a poupança definitivamente se torna
mais atrativa que o fundo DI", afirma Torres.
Fomento ao setor
imobiliário
O professor afirma que entre as estratégias do Governo com a
decisão de levar a taxa de juro a menos dois dígitos ao ano, uma delas é
fomentar o setor de construção civil. Isso porque os bancos administradores de
poupança têm a obrigatoriedade de aplicar 60% de seu capital no financiamento da
construção civil.
"A estratégia do Governo ao reduzir a taxa de juro é tornar a
poupança mais atraente e assim arrecadar mais recursos para a aplicação no setor
de construção civil, que movimenta uma quantidade enorme de empresas e empregos
diretos e indiretos", explica Torres.
O Governo denota que está interessado em manter a inflação alta
e a taxa de juro com diferenciais mais baixos, reduzindo o retorno real das
aplicações em outros fundos. A medida permite também reduzir o spread entre o
real e as moedas estrangeiras, aumentando a competitividade das exportações
brasileiras.
Sobre a
Poupança
Além de não cobrar o Imposto de Renda, o investimento na
poupança garante uma rentabilidade anual de 6% somada a TR (Taxa Referencial). A
forma de cálculo da TR sofreu algumas alterações desde a sua criação e,
atualmente, ela é calculada a partir da remuneração mensal média dos
Certificados e Recibos de Depósitos Bancários, com prazo entre 30 e 35 dias e
emitidos pelas 30 maiores instituições financeiras do país.
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