"Agora tudo depende da vontade política", diz pesquisador sobre reconstrução de estação
Segundo a presidente Dilma Rousseff, planejamento para reerguer a Estação Comandante Ferraz deve começar nesta segunda-feira
Os 41 sobreviventes do incêndio desembarcaram na madrugada desta segunda-feira na Base Aérea do Galeão, no Rio de Janeiro Foto: Lauro Alves / Agencia RBS
O planejamento da nova Estação Comandante Ferraz deve começar nesta segunda-feira, com a promessa de prioridade da presidente Dilma Rousseff, mas a situação é de desalento entre os cientistas que mantinham pesquisas na Antártica. Calcula-se que entre 35% e 40% dos estudos foram destruídos pelo incêndio de sábado. Equipamentos vitais, avaliados em milhares de dólares, também foram perdidos.
A reação imediata de Dilma, anunciando a reconstrução da base ainda no sábado, afastou o temor de interrupção no Programa Antártico Brasileiro (Proantar). Mas pairam dúvidas sobre o futuro. A obra poderá demorar dois anos para ser concluída, porque o fogo devorou 70% das instalações. No domingo, a Marinha informou que “todo o núcleo central”, onde estavam os alojamentos e parte dos laboratórios, foi arrasado.
Diretor do Centro Polar e Climático da UFRGS, Jefferson Simões observa que a reconstrução da estação dependerá da ação governamental.
— Agora tudo depende da vontade política e dos recursos a serem alocados — diz.
Veterano de expedições polares, Simões lidera um grupo de sete cientistas seniores encarregados pelo Ministério da Ciência e Tecnologia de traçar um planejamento estratégico para a Antártica.
O plano é apresentar um documento em três meses, lançando metas para os próximos cinco ou 10 anos. Simões lembra que o Proantar não paralisou com o incêndio, porque mais da metade dos estudos era realizada fora da estação, em acampamentos avançados e dentro de navios.
Os problemas de financiamento enfrentados pela estação já são conhecidos há tempos. É o que mostra o Balanço das atividades da Frente Parlamentar de Apoio ao Proantar, divulgado em dezembro de 2011.
Ao falar do financiamento, o balanço trata da importância das emendas parlamentares na composição do orçamento do programa. Porém, critica que “infelizmente, elas não têm sido liberadas, durante a execução do Orçamento”.
Em dezembro, a deputada Jô Moraes (PC do B-MG) alertou, durante pronunciamento na Câmara, para os riscos a que o Brasil estaria exposto pela não aprovação de uma emenda de R$ 20 milhões destinada ao Proantar.
Vice-presidente da frente parlamentar, ela considerou na época que o corte “deixaria extremamente debilitado o programa brasileiro”. No debate sobre a Lei Orçamentária de 2012, nenhum recurso foi acrescentado para o Proantar, a não ser a autorização para movimentar R$ 2 milhões.
A reavaliação das dimensões do Proantar vem num momento de coincidências negativas para o Brasil. Em dezembro, uma barca cheia de combustível afundou perto da Estação Comandante Ferraz. Já o Navio de Apoio Oceanográfico Ary Rongel — essencial às operações no gelo — está pifado há dois meses.
Os prejuízos com o acidente de sábado serão calculados, mas já assustam. A professora Yocie Yoneshigue Valentin, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), diz que a instituição perdeu um aparelho avaliado em US$ 120 mil (R$ 205 mil), além de outros equipamentos.
A reação imediata de Dilma, anunciando a reconstrução da base ainda no sábado, afastou o temor de interrupção no Programa Antártico Brasileiro (Proantar). Mas pairam dúvidas sobre o futuro. A obra poderá demorar dois anos para ser concluída, porque o fogo devorou 70% das instalações. No domingo, a Marinha informou que “todo o núcleo central”, onde estavam os alojamentos e parte dos laboratórios, foi arrasado.
Diretor do Centro Polar e Climático da UFRGS, Jefferson Simões observa que a reconstrução da estação dependerá da ação governamental.
— Agora tudo depende da vontade política e dos recursos a serem alocados — diz.
Veterano de expedições polares, Simões lidera um grupo de sete cientistas seniores encarregados pelo Ministério da Ciência e Tecnologia de traçar um planejamento estratégico para a Antártica.
O plano é apresentar um documento em três meses, lançando metas para os próximos cinco ou 10 anos. Simões lembra que o Proantar não paralisou com o incêndio, porque mais da metade dos estudos era realizada fora da estação, em acampamentos avançados e dentro de navios.
Os problemas de financiamento enfrentados pela estação já são conhecidos há tempos. É o que mostra o Balanço das atividades da Frente Parlamentar de Apoio ao Proantar, divulgado em dezembro de 2011.
Ao falar do financiamento, o balanço trata da importância das emendas parlamentares na composição do orçamento do programa. Porém, critica que “infelizmente, elas não têm sido liberadas, durante a execução do Orçamento”.
Em dezembro, a deputada Jô Moraes (PC do B-MG) alertou, durante pronunciamento na Câmara, para os riscos a que o Brasil estaria exposto pela não aprovação de uma emenda de R$ 20 milhões destinada ao Proantar.
Vice-presidente da frente parlamentar, ela considerou na época que o corte “deixaria extremamente debilitado o programa brasileiro”. No debate sobre a Lei Orçamentária de 2012, nenhum recurso foi acrescentado para o Proantar, a não ser a autorização para movimentar R$ 2 milhões.
A reavaliação das dimensões do Proantar vem num momento de coincidências negativas para o Brasil. Em dezembro, uma barca cheia de combustível afundou perto da Estação Comandante Ferraz. Já o Navio de Apoio Oceanográfico Ary Rongel — essencial às operações no gelo — está pifado há dois meses.
Os prejuízos com o acidente de sábado serão calculados, mas já assustam. A professora Yocie Yoneshigue Valentin, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), diz que a instituição perdeu um aparelho avaliado em US$ 120 mil (R$ 205 mil), além de outros equipamentos.
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