Brasil critica ameaças a Assad e rejeita ideia de armar rebeldes
Ministra dos Direitos Humanos reclama na ONU da forma Ocidente pressiona regime de Damasco
Jamil Chade, correspondente
GENEBRA - O Brasil criticou nesta segunda-feira, 28, no Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) a forma como potências e países árabes têm pressionado o ditador Bashar Assad. Em discurso em Genebra, a ministra Maria do Rosário (Direitos Humanos) condenou a ideia de armar a oposição síria, bem como iniciativas diplomáticas fora do âmbito da entidade - alfinetada indireta no grupo "Amigos da Síria", formado por americanos, europeus e árabes.
A ministra afirmou que o governo Dilma Rousseff "não aceita" a entrega de armas a rebeldes e pediu que a "política ocupe espaço" na crise, sem indicar como, na prática, isso seria feito.
Sob pressão desse grupo, o CDH deve aprovar na terça uma resolução que exige a abertura de corredores humanitários para socorrer as vítimas dos 11 meses de violência na Síria. O texto ainda acusa o regime Assad de "violações sistemáticas e generalizadas" e exige o fim da violência contra a população civil.
A mobilização na sede da ONU em Genebra ocorreu enquanto, em Bruxelas, autoridades europeias decidiam impor novas sanções unilaterais contra a ditadura síria - outra medida criticada pelo Brasil. O cerco prevê o congelamento de ativos do Banco Central da Síria, na prática inviabilizando transações comerciais com Damasco, segundo explicou o chanceler francês, Alain Juppé. Sete ministros sírios tiveram bens congelados na Europa e empresas da Síria ficaram impedidas de transportar cargas ao continente.
Juppé afirmou que o bloco europeu solicitará ainda que Assad seja julgado pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) por crimes contra a humanidade. Pelo menos dez rodadas de sanções já foram adotadas, com mais de cem pessoas atingidas, entre elas o próprio Assad, e cerca de 40 empresas.
Do lado militar, o governo do Catar somou-se aos sauditas e declarou ontem que é favorável a um plano para armar a oposição. "Como fracassamos no Conselho de Segurança da ONU, temos de fazer o necessário para ajuda-los a se defender, incluindo dando armas", declarou o primeiro-ministro Hamad bin Jassim al-Thani.
Rodrigo Abd/AP
Sírios continuam protestando contra a ditadura de assad na Síria
A ministra afirmou que o governo Dilma Rousseff "não aceita" a entrega de armas a rebeldes e pediu que a "política ocupe espaço" na crise, sem indicar como, na prática, isso seria feito.
Sob pressão desse grupo, o CDH deve aprovar na terça uma resolução que exige a abertura de corredores humanitários para socorrer as vítimas dos 11 meses de violência na Síria. O texto ainda acusa o regime Assad de "violações sistemáticas e generalizadas" e exige o fim da violência contra a população civil.
A mobilização na sede da ONU em Genebra ocorreu enquanto, em Bruxelas, autoridades europeias decidiam impor novas sanções unilaterais contra a ditadura síria - outra medida criticada pelo Brasil. O cerco prevê o congelamento de ativos do Banco Central da Síria, na prática inviabilizando transações comerciais com Damasco, segundo explicou o chanceler francês, Alain Juppé. Sete ministros sírios tiveram bens congelados na Europa e empresas da Síria ficaram impedidas de transportar cargas ao continente.
Juppé afirmou que o bloco europeu solicitará ainda que Assad seja julgado pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) por crimes contra a humanidade. Pelo menos dez rodadas de sanções já foram adotadas, com mais de cem pessoas atingidas, entre elas o próprio Assad, e cerca de 40 empresas.
Do lado militar, o governo do Catar somou-se aos sauditas e declarou ontem que é favorável a um plano para armar a oposição. "Como fracassamos no Conselho de Segurança da ONU, temos de fazer o necessário para ajuda-los a se defender, incluindo dando armas", declarou o primeiro-ministro Hamad bin Jassim al-Thani.
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