Modelos sustentáveis transformam resíduos em energia e lucros
Empresas exploram modelos lucrativos de agroenergia pensando na sustentabilidade e em bons negócios
Nas últimas décadas, houve uma ampla mobilização entre os países por práticas e soluções que pudessem melhorar a relação do ser humano com o meio ambiente. Desde reuniões, como as realizadas em Copenhague, e até assinaturas de termos, como o protocolo de Kioto, boa parte das nações começou a pensar sobre como será o futuro ambiental do nosso planeta.
No mundo empresarial, o tema também começou a fazer parte da agenda de muitas organizações. Diversos empreendimentos começaram a pensar sobre a sustentabilidade e associar sua imagem a ações voltadas para a responsabilidade socioambiental. Bancos, indústrias, estatais e companhias de diferentes segmentos aderiram a essa prática. Como resultado, o tema tornou-se papo presente entre empresas e consumidores, configurando-se num posicionamento de ética e transparência para quem o adota.
No entanto, se antes o intuito era apenas transmitir a imagem de "politicamente correto", hoje, as questões de responsabilidade sócio/ambiental estão mostrando ser uma necessidade eminente sendo, inclusive, muito lucrativas para quem as utiliza. Uma dessas vertentes que está crescendo é a da agroenergia – com a busca de alternativas energéticas menos poluentes e com perspectivas de renovação continuada.
Esse tipo de fonte energética ganhou força, principalmente, com o crescente aumento do preço do petróleo, a possível instabilidade de suprimento e o risco das alterações climáticas derivadas da liberação excessiva de gases causadores de efeito estufa. E há iniciativas bem interessantes nesse segmento.
Sonho juvenil
Um empresário que arregaçou as mangas e acreditou nesse tipo de energia sustentável foi o administrador Alessandro Araújo Gomes. Antes mesmo de entrar na faculdade, ele alimentava o sonho de se envolver em um projeto sustentável. "A ideia de montar um negócio surgiu há muito tempo, numa aula de ecologia, em 1989. Depois de formado em Administração, com bastante vontade, comecei a procurar algo que juntasse preservação ambiental e geração de energia, e acabei encontrando o programa nacional do biodiesel, em 2006", conta.
Em 2008, Alessandro escreveu um plano de negócios e buscou financiamento junto a amigos e parentes para montar uma usina de produção de biodiesel. Com o projeto em mãos, a Prefeitura Municipal de Cruzeiro, em São Paulo, cedeu uma área no Distrito Industrial I, possibilitando, assim, o início das atividades. Lá é reciclado o óleo de fritura usado em restaurantes, cozinhas industriais, lanchonetes e condomínios para fabricação do combustível, bem como nas indústrias de sabão, ração e resinas.
Com uma produção mensal de 10 mil litros, o empresário sabe que ainda há um grande caminho a percorrer. "Para os próximos anos, esperamos um crescimento significativo na coleta de óleo de fritura usado e gorduras residuais em função do aumento da consciência da população. Estamos ajudando a plantar um futuro melhor. Sabemos que o trabalho é difícil e demorado, mas os frutos serão bons para todos", salienta.
A união faz a força
A iniciativa de utilizar resíduos para gerar energia também movimenta grandes entidades. A Petrobras Biocombustível, por exemplo, fez uma parceria com a rede de catadores de resíduos sólidos recicláveis do Estado do Ceará e implementou, em dezembro de 2011, uma Estação de Tratamento Primário de Óleo e Gorduras Residuais (OGR) na Usina de Quixadá, na cidade de Fortaleza.
A unidade tem capacidade de filtrar 30 mil litros/mês de óleo de cozinha e contribui para o desenvolvimento do programa Cuidar, voltado à coleta e ao beneficiamento desse óleo destinado à produção de biodiesel. De acordo com Silvano Cavalcante, gerente de suprimento da usina, a implantação dessa unidade vem ajudar toda a região metropolitana. "Com esse avanço, aumenta a possibilidade de reaproveitamento desse óleo e diminui seus impactos ambientais e sociais, gerando postos de trabalho e agregando valor e renda a uma atividade já realizada pelos catadores", destaca.
A parceria da Petrobras Biocombustível com a cooperativa de catadores já se estende para outros locais como Bahia e Minas Gerais - estados onde estão localizadas suas usinas de biodiesel. Apesar de essas iniciativas serem realizadas em localidades específicas, as ações criam perspectivas de um mundo de possibilidades, em que a utilização dos recursos da natureza podem garantir não apenas um ecossistema no futuro, mas uma nova forma de fazer negócios.
No mundo empresarial, o tema também começou a fazer parte da agenda de muitas organizações. Diversos empreendimentos começaram a pensar sobre a sustentabilidade e associar sua imagem a ações voltadas para a responsabilidade socioambiental. Bancos, indústrias, estatais e companhias de diferentes segmentos aderiram a essa prática. Como resultado, o tema tornou-se papo presente entre empresas e consumidores, configurando-se num posicionamento de ética e transparência para quem o adota.
No entanto, se antes o intuito era apenas transmitir a imagem de "politicamente correto", hoje, as questões de responsabilidade sócio/ambiental estão mostrando ser uma necessidade eminente sendo, inclusive, muito lucrativas para quem as utiliza. Uma dessas vertentes que está crescendo é a da agroenergia – com a busca de alternativas energéticas menos poluentes e com perspectivas de renovação continuada.
Esse tipo de fonte energética ganhou força, principalmente, com o crescente aumento do preço do petróleo, a possível instabilidade de suprimento e o risco das alterações climáticas derivadas da liberação excessiva de gases causadores de efeito estufa. E há iniciativas bem interessantes nesse segmento.
Cada vez mais surgem iniciativas relacionadas às questões ambientais (Imagem: Thinkstock) |
Sonho juvenil
Um empresário que arregaçou as mangas e acreditou nesse tipo de energia sustentável foi o administrador Alessandro Araújo Gomes. Antes mesmo de entrar na faculdade, ele alimentava o sonho de se envolver em um projeto sustentável. "A ideia de montar um negócio surgiu há muito tempo, numa aula de ecologia, em 1989. Depois de formado em Administração, com bastante vontade, comecei a procurar algo que juntasse preservação ambiental e geração de energia, e acabei encontrando o programa nacional do biodiesel, em 2006", conta.
Em 2008, Alessandro escreveu um plano de negócios e buscou financiamento junto a amigos e parentes para montar uma usina de produção de biodiesel. Com o projeto em mãos, a Prefeitura Municipal de Cruzeiro, em São Paulo, cedeu uma área no Distrito Industrial I, possibilitando, assim, o início das atividades. Lá é reciclado o óleo de fritura usado em restaurantes, cozinhas industriais, lanchonetes e condomínios para fabricação do combustível, bem como nas indústrias de sabão, ração e resinas.
Com uma produção mensal de 10 mil litros, o empresário sabe que ainda há um grande caminho a percorrer. "Para os próximos anos, esperamos um crescimento significativo na coleta de óleo de fritura usado e gorduras residuais em função do aumento da consciência da população. Estamos ajudando a plantar um futuro melhor. Sabemos que o trabalho é difícil e demorado, mas os frutos serão bons para todos", salienta.
A união faz a força
A iniciativa de utilizar resíduos para gerar energia também movimenta grandes entidades. A Petrobras Biocombustível, por exemplo, fez uma parceria com a rede de catadores de resíduos sólidos recicláveis do Estado do Ceará e implementou, em dezembro de 2011, uma Estação de Tratamento Primário de Óleo e Gorduras Residuais (OGR) na Usina de Quixadá, na cidade de Fortaleza.
A unidade tem capacidade de filtrar 30 mil litros/mês de óleo de cozinha e contribui para o desenvolvimento do programa Cuidar, voltado à coleta e ao beneficiamento desse óleo destinado à produção de biodiesel. De acordo com Silvano Cavalcante, gerente de suprimento da usina, a implantação dessa unidade vem ajudar toda a região metropolitana. "Com esse avanço, aumenta a possibilidade de reaproveitamento desse óleo e diminui seus impactos ambientais e sociais, gerando postos de trabalho e agregando valor e renda a uma atividade já realizada pelos catadores", destaca.
A Usina de Quixadá é uma das mais importantes produtoras de biodiesel no país (Imagem: Thinkstock) |
A parceria da Petrobras Biocombustível com a cooperativa de catadores já se estende para outros locais como Bahia e Minas Gerais - estados onde estão localizadas suas usinas de biodiesel. Apesar de essas iniciativas serem realizadas em localidades específicas, as ações criam perspectivas de um mundo de possibilidades, em que a utilização dos recursos da natureza podem garantir não apenas um ecossistema no futuro, mas uma nova forma de fazer negócios.
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