Três anos após suspensão de projetos de grandes fábricas, rebrota no RS expectativa com celulose
Brasil atingiu produção anual de 14 milhões de toneladas em 2010
O agricultor Celio Mendes das Neves plantou eucalipto
em sua propriedade e espera que a Fibria cumpra com os contratos Foto: Nauro Júnior / Agencia RBS
Em pouco mais de seis anos, o Rio Grande do Sul assistiu ao avanço de uma
onda verde nos campos, formada por eucaliptos que deveriam abastecer três
grandes fábricas de celulo no Estado. Na semana passada, três anos depois da
suspensão de todos os projetos, ao menos uma unidade deu sinal de retomada. O
início do detalhamento da expansão da Celulose Riograndense, em Guaíba, fez
rebrotar expectativas. No outro extremo, fica cada vez mais claro que o Projeto
Losango dever murchar, ao menos sob controle da Fibria. O plano da finlandesa
Stora Enso deve ser definido em 2012.
- Em abril, devemos apresentar o plano ao acionista, e a expectativa é de que seja aprovado entre junho e julho. Eenquanto isso, negociamos contratos em paralelo. Depois da luz verde, vamos dar largada nas obras - avalia Walter Lídio Nunes, presidente da empresa do grupo CMPC.
Outro sinal da disposição de aplicar cerca de US$ 2,5 bilhões para quadruplicar a capacidade da planta de Guaíba são as obras viárias que já estão em curso no entorno da unidade. Só nesse ponto, o investimento chega a R$ 40 milhões. Tocada em regime de parceria público-privada com a prefeitura de Guaíba, a iniciativa nesse momento é bancada pela empresa, que recuperará o valor sob a forma de desconto em impostos municipais.
Quarto maior produtor mundial de celulose - atrás de EUA, China e Canadá -, o Brasil arrancou de uma capacidade de apenas 3 milhões de toneladas ano na década de 1980 para 14 milhões no ano passado.
Situação de parceiros é incerta
Um ponto de interrogação diante da quase oficial desistência da Fibria em tocar o Projeto Losango é a situação de cerca de 300 produtores que fizeram parceria com a empresa para desenvolver florestas. Das três empresas, foi a que firmou maior número de contratos desse tipo. Algumas dessas áreas terão eucaliptos prontos para o corte no início de 2012.
Entre os motivos da confiança, está a manutenção da assistência técnica, destaca Célio Mendes das Neves, que implantou eucaliptos em 13 hectares da propriedade onde também cria ovelhas, planta soja e desenvolve apicultura.
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