quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Indústria automobilística prevê mercado interno mais aquecido no próximo ano

Indústria automobilística prevê mercado interno mais aquecido no próximo ano

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – As montadoras de veículos no Brasil pretendem manter, no ano que vem, a estratégia de compensar a baixa demanda no mercado internacional com o aumento da comercialização interna e, assim, continuar a obter resultados recordes de produção e de vendas. A previsão do setor para 2012 é um crescimento entre 4% a 5%, com vendas de 3,7 milhões a 3,8 milhões de unidades.

De janeiro a novembro, foram licenciados 3,284 milhões de veículos, 4,8% a mais do que foi licenciado em igual período do ano passado, e a expectativa é encerrar o ano com expansão de 3,3%, no melhor desempenho até agora.

Os números esperados para vendas internas, exportações e produção foram anunciados hoje (7) pelo presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Cledorvino Belini. “Apesar dos problemas lá fora [no exterior] e das medidas macroprudenciais [adotadas pelo governo em relação ao aperto no crédito], tivemos um bom ano”, avaliou.

Belini atribuiu o crescimento de 14,6% nas vendas internas de novembro, em relação a outubro, como consequência da posterior flexibilização das medidas macroprudenciais e redução dos juros, que baratearam o custo do financiamento.

Pela expectativa do presidente da Anfavea, as exportações deverão cair 5,5% no ano que vem, e o volume financeiro deverá ficar 3% menor com US$ 14,7 bilhões. No acumulado até novembro, as exportações atingiram US$ 14,2 bilhões, com alta de 19,9% sobre 2010. Em unidades, no entanto, o volume caiu em 3,5%.

Belini justificou essa elevação à valorização dos produtos exportados, que embutem tanto a desvalorização do real em relação ao dólar, quanto à incorporação de novos itens aos veículos vendidos ao exterior.
Na sua avaliação, o Brasil tem alternativas para driblar o impacto do desaquecimento da economia dos Estados Unidos e da crise de endividamento na zona do euro. Para Belini, há folga para baixar ainda mais a taxa básica de juros, a Selic, e, além disso, há um bom nível de reservas internas. Ele lembrou que o mercado brasileiro está tão atrativo que a indústria automobilística planeja investir, até 2015, US$ 22 bilhões.

Segundo a Anfavea, o setor tem uma participação de 23% na formação do Produto Interno Bruto (PIB) da indústria e de 5%, no PIB nacional. De acordo com balanço da entidade, o número de empregados no setor ficou praticamente estável em novembro, com 145.386 ante 145.357, em outubro. Sobre igual mês do ano passado, houve expansão de 7%.

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