quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Divisões internas do PT preocupam Dilma

Por Fernando Exman | De Brasília
 
A presidente Dilma Rousseff e a militância do PT têm um encontro marcado amanhã à noite, na abertura do 4º Congresso Nacional do partido. Será a primeira vez que Dilma e as principais lideranças da legenda estarão frente a frente desde a sua posse na Presidência da República. A presidente deve aproveitar a oportunidade para reforçar o pedido de apoio ao partido ao qual filiou-se em 2000 e pelo qual, devido à influência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, disputou as eleições. Já os petistas desejam cobrar uma maior interlocução com o Planalto.

Preocupa Dilma e seus auxiliares o risco de as divisões internas do PT gerarem instabilidades políticas e obstáculos à governabilidade. A presidente aproveitará também para demandar suporte às medidas de combate aos efeitos da crise financeira global anunciadas pelo governo, assim como a demanda para que o partido respalde o apelo feito à base aliada para evitar a aprovação, no Legislativo, de projetos que gerem mais despesas ao setor público.

O governo anunciou nesta semana o aumento da meta de superávit primário, medida que não é bem vista por alguns setores petistas. O ex-presidente Lula também confirmou presença na abertura do evento, o qual será realizado em Brasília e ocorrerá até domingo. "A presidenta não precisa cobrar, é a militância que defende o governo", comentou o deputado André Vargas (PR), secretário de Comunicação do PT.
Os dirigentes petistas lembram que a sigla sempre teve divisões internas, acrescentando que tal pluralismo foi institucionalizado no partido com o reconhecimento da existência de diversas tendências. Destacam, entretanto, que os filiados normalmente marcham unidos em direção aos rumos definidos pela maioria. "A responsabilidade de ser governo é sentida pela bancada [no Congresso] e pela militância", assegurou André Vargas.

A preocupação do Palácio do Planalto deve-se a fatos ocorridos num passado não muito distante. A bancada de deputados do PT rachou, por exemplo, durante as negociações sobre a indicação do partido para a eleição da presidência da Câmara. Uma ala defendeu o nome do líder do governo, Cândido Vaccarezza (SP). A maioria, entretanto, escolheu Marco Maia (RS), atual presidente da Casa.

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