Leilão viabiliza 21 novos parques eólicos no Estado
Volume comercializado no certame soma 285,5 milhões de MWh
Volume comercializado no certame soma 285,5 milhões de MWh
“Com esse resultado, a Eletrosul se mostra cada vez mais firme na energia eólica. Ganhamos uma disputa acirrada com uma rentabilidade excelente e agora vamos colocar esses parques em pé para que tenhamos mais energia eólica para o País”, comemorou o presidente da estatal, Eurides Mescolotto. “Desta vez, tivemos a oportunidade de ter investidores importantes e isso nos assegurou uma melhor negociação”, complementou o executivo, lembrando das parcerias com a Rio Bravo Investimentos e a Fundação Eletrosul de Previdência e Assistência Social (Elos).
Cinco dos 21 empreendimentos, somando 90 MW de potência, serão destinados à ampliação dos parques eólicos Cerro Chato I, II e III, que já estão sendo construídos em Santana do Livramento. Os demais empreendimentos somam 258 MW, em Santa Vitória do Palmar, e 144 MW no município de Chuí. A Eletrosul foi vencedora do leilão, também, com a ampliação da hidrelétrica Jirau, em 450 MW. A estatal é sócia, com 20% de participação, no empreendimento de Porto Velho.
Se a Eletrosul salienta o seu otimismo, o presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), Ricardo Simões, manifesta preocupação quanto aos baixos preços praticados no leilão para a energia eólica. “Os valores não deixam margens para eventuais variações de custos com logística, questões ambientais ou outras”, afirma Simões. O leilão A-3 foi dividido em dois produtos: o de quantidade, disputado pela expansão da hidrelétrica Jirau, do Rio Madeira (RO), e pelas Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH), e o de disponibilidade, disputado pelos parques eólicos, usinas a biomassa e as térmicas a gás natural. Os contratos por quantidade são de 30 anos e o de disponibilidade, de 20 anos. O início de suprimento dos projetos vencedores do leilão é março de 2014.
De acordo com os dados divulgados pela CCEE, 51 usinas comercializaram energia no leilão, totalizando 1,543 mil MW médios. Desse número, foram quatro térmicas a biomassa, 44 usinas eólicas, duas térmicas a gás e o projeto de expansão de Jirau. A capacidade instalada dos projetos somam 2,744 mil MW (cerca de 75% da demanda média do Rio Grande do Sul). Cada MW eólico instalado absorve um investimento de aproximadamente R$ 3,5 milhões.
A Renova Energia, que recentemente teve o ingresso da Light no seu capital social, foi a empresa que vendeu a energia do maior número de projetos. Segundo a CCEE, a empresa negociou a oferta de nove usinas eólicas a um preço de R$ 98,53/MWh, totalizando um volume de 103,6 MW médios. O projeto que vendeu a energia ao preço mais baixo foi a usina eólica Cerro Chato VI, que se trata da ampliação do parque eólico da Eletrosul, em Santana do Livramento, negociando 9,3 MW médios a um valor de R$ 96,39/MWh. O preço mais alto foi o da Petrobras, negociando 416,4 MW médios de sua térmica Baixada Fluminense ao valor de R$ 104,75/Mwh.
“Do ponto de vista do consumidor, o resultado foi o melhor possível, pois há a garantia que ele estará comprando a energia mais barata possível. Basta observar que os preços médios de venda das fontes eólica, biomassa e gás natural foram os menores entre todos os leilões já realizados até agora”, avaliou o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Mauricio Tolmasquim. Hoje, será realizado o leilão de energia reserva.
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