quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Energia limpa - Parques eólicos

Leilão viabiliza 21 novos parques eólicos no Estado
Volume comercializado no certame soma 285,5 milhões de MWh

Foi concluído ontem à noite o primeiro leilão de energia de 2011, que contratou a demanda do mercado das distribuidoras em 2014 (A-3). A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) informou que o leilão negociou 285,509 milhões de MWh, movimentando R$ 29,14 bilhões. O preço médio final da licitação foi de R$ 102,07/MWh. Somente o Rio Grande do Sul viabilizou a construção de 21 usinas eólicas que somam capacidade de 492 MW. Deste total, 402 MW são projetos desenvolvidos pela Renobrax, que pretende instalar um cluster eólico no Estado. Todos os complexos serão construídos em Santa Vitória do Palmar, Chuí e Santana do Livramento e administrados pela Eletrosul.



“Com esse resultado, a Eletrosul se mostra cada vez mais firme na energia eólica. Ganhamos uma disputa acirrada com uma rentabilidade excelente e agora vamos colocar esses parques em pé para que tenhamos mais energia eólica para o País”, comemorou o presidente da estatal, Eurides Mescolotto. “Desta vez, tivemos a oportunidade de ter investidores importantes e isso nos assegurou uma melhor negociação”, complementou o executivo, lembrando das parcerias com a Rio Bravo Investimentos e a Fundação Eletrosul de Previdência e Assistência Social (Elos).

Cinco dos 21 empreendimentos, somando 90 MW de potência, serão destinados à ampliação dos parques eólicos Cerro Chato I, II e III, que já estão sendo construídos em Santana do Livramento. Os demais empreendimentos somam 258 MW, em Santa Vitória do Palmar, e 144 MW no município de Chuí. A Eletrosul foi vencedora do leilão, também, com a ampliação da hidrelétrica Jirau, em 450 MW. A estatal é sócia, com 20% de participação, no empreendimento de Porto Velho.

Se a Eletrosul salienta o seu otimismo, o presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), Ricardo Simões, manifesta preocupação quanto aos baixos preços praticados no leilão para a energia eólica. “Os valores não deixam margens para eventuais variações de custos com logística, questões ambientais ou outras”, afirma Simões. O leilão A-3 foi dividido em dois produtos: o de quantidade, disputado pela expansão da hidrelétrica Jirau, do Rio Madeira (RO), e pelas Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH), e o de disponibilidade, disputado pelos parques eólicos, usinas a biomassa e as térmicas a gás natural. Os contratos por quantidade são de 30 anos e o de disponibilidade, de 20 anos. O início de suprimento dos projetos vencedores do leilão é março de 2014.

De acordo com os dados divulgados pela CCEE, 51 usinas comercializaram energia no leilão, totalizando 1,543 mil MW médios. Desse número, foram quatro térmicas a biomassa, 44 usinas eólicas, duas térmicas a gás e o projeto de expansão de Jirau. A capacidade instalada dos projetos somam 2,744 mil MW (cerca de 75% da demanda média do Rio Grande do Sul). Cada MW eólico instalado absorve um investimento de aproximadamente R$ 3,5 milhões.

A Renova Energia, que recentemente teve o ingresso da Light no seu capital social, foi a empresa que vendeu a energia do maior número de projetos. Segundo a CCEE, a empresa negociou a oferta de nove usinas eólicas a um preço de R$ 98,53/MWh, totalizando um volume de 103,6 MW médios. O projeto que vendeu a energia ao preço mais baixo foi a usina eólica Cerro Chato VI, que se trata da ampliação do parque eólico da Eletrosul, em Santana do Livramento, negociando 9,3 MW médios a um valor de R$ 96,39/MWh. O preço mais alto foi o da Petrobras, negociando 416,4 MW médios de sua térmica Baixada Fluminense ao valor de R$ 104,75/Mwh.

“Do ponto de vista do consumidor, o resultado foi o melhor possível, pois há a garantia que ele estará comprando a energia mais barata possível. Basta observar que os preços médios de venda das fontes eólica, biomassa e gás natural foram os menores entre todos os leilões já realizados até agora”, avaliou o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Mauricio Tolmasquim. Hoje, será realizado o leilão de energia reserva.

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