Seis marcas são investigadas por exploração de mão de obra escrava
Segundo a procuradora Fabíola Zani, os auditores encontraram etiquetas das marcas Ecko, Gregory, Tyrol, Billabong, Brooksfield e Cobra d'Água
São Paulo - O Ministério Público do Trabalho de Campinas investiga seis marcas que teriam comprado peças de roupa de empresas que utilizam mão de obra em regime análogo à escravidão, após uma operação ter resultado na punição da grife espanhola Zara.
De acordo com Fabíola, citada em reportagem do portal "G1", os auditores encontraram etiquetas das marcas Ecko, Gregory, Tyrol, Billabong, Brooksfield e Cobra d'Água.
No entanto, a procuradora acrescentou que 50% da produção encontrada durante as operações era destinada à Zara.
"Vamos chamar todas as marcas que tiveram etiquetas encontradas para que ajustem a conduta de toda a cadeia produtiva, para que não se encontre trabalho degradante", explicou.
Fabíola revelou que os auditores encontraram espaços improvisados, que serviam também como residência, com alto risco de incêndio, instalações elétricas sem segurança, além de botijões de gás instalados dentro dos quartos e banheiros coletivos.
O responsável pelo desenvolvimento dos produtos da Brooksfield, Bruno Minelli, negou que a grife disponha de fornecedores no município de Americana e declarou não ter recebido nenhuma notificação do Ministério Público, acrescentando que a marca enfrenta constantes casos de falsificação de suas peças.
Por outro lado, reconheceu que a Brooksfield não dispõe de fabricação própria e que se abastece com cerca de 30 "fornecedores tradicionais".
A Gregory adotou uma linha similar e afirmou que apesar de não produzir nenhuma de suas peças, não conta com fornecedores em Americana.
O anúncio da investigação foi feito um dia depois que fontes oficiais confirmaram à Agência Efe que o Ministério do Trabalho emitiu 52 autos de infração contra a Zara após inspecionar várias fábricas de São Paulo que vendem peças a uma fornecedora da marca espanhola.
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