Mistura de raças no Brasil é "devastadora", diz atirador norueguês em manifesto
Texto divulgado poucas horas antes do ataque cita o Brasil como exemplo do "grande atraso" gerado pela miscigenação, que também estaria ligada à corrupção
Anders Behring Breivik, à esqueda: Brasil seria exemplo do "efeito devastador" da mistura de raças
São Paulo - O Brasil foi citado como exemplo do "efeito negativo da mistura de raças" em manifesto do terrorista de extrema-direita Anders Behring Breivik, o norueguês de 32 anos que assumiu a autoria dos atentados que mataram ao menos 76 pessoas em Oslo, na última sexta.
Segundo o documento de 1.500 páginas, a corrupção, a desigualdade social e uma “falta de produtividade” atribuídas ao país seriam diretamente decorrentes da miscigenação do povo brasileiro.
Diz trecho: “Os resultados são evidentes e se manifestam num alto nível de corrupção, falta de produtividade e um eterno conflito entre várias ‘culturas’ competindo, enquanto as ‘sub-tribos’ criadas (preto, mulato, mestiço, branco) paralisam qualquer esperança de sequer alcançar o mesmo nível de produtividade e igualdade de, por exemplo, Escandinávia, Alemanha, Coreia do Sul e Japão”.
A associação entre pureza racial e desenvolvimento econômico prossegue e o atirador alega que a tolerância à mistura de raças branca, negra e indígena seria “devastadora” na Europa” e “um grande atraso".
O Brasil recebeu 12 citações no documento. Nem todas são de teor racial: em uma delas, o terrorista menciona o acidente com o césio 137 em Goiânia, em 1987, como exemplo do perigo no transporte de bombas. “Seja extremamente cuidadoso quando lidar com material radiológico”, afirma.
Intitulado “A European Delaration of Independence - 2083" (Uma declaração de Independência Europeia - 2083), o manifesto foi publicado na internet apenas horas antes do massacre no país.
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