segunda-feira, 25 de julho de 2011

Investimentos - Comil

Governo gaúcho tenta convencer a Comil a investir no Estado
Fabricante de ônibus projeta construção de nova planta

Patrícia Comunello
FREDY VIEIRA/JC
Calegaro ressalta preferência pela  instalação na região Sudeste
Calegaro ressalta preferência pela instalação na região Sudeste
 
A área de desenvolvimento do governo gaúcho tenta convencer os donos da Comil, fabricante de ônibus com sede em Erechim, a instalar sua nova unidade no Estado. A intenção de fazer o investimento foi admitida no começo deste ano pelo diretor-geral Sílvio Calegaro, e já teve o aval do Conselho de Administração da companhia. Por isso, a empreitada governista promete não ser nada fácil. A empresa foca a expansão, que significaria a primeira planta fora do Rio Grande do Sul. O destino mais certo admitido por Calegaro é o Sudeste, devido à proximidade dos fornecedores e do mercado-alvo, o transporte urbano.

O projeto não teve valor divulgado. A expectativa é que a Comil anuncie a decisão sobre a localização em breve. A assessoria de imprensa do grupo informou que a direção não se manifesta sobre o tema e nem a respeito das investidas de interlocutores do governo estadual e da prefeitura do município. Na operação para remover o obstáculo logístico (distância do centro de consumo), o titular da Secretaria do Desenvolvimento e Promoção ao Investimento (SPDI), Mauro Knihnik, reuniu-se com representantes da fabricante em maio passado. O encontro serviu para mapear as necessidades do empreendimento e averiguar as alternativas locais que possam equilibrar as eventuais desvantagens.

O secretário-adjunto da pasta, Junico Nunes, confirma que estão sendo feitos esforços para assegurar que a expansão ocorra na sede atual. "Tentamos convencer todas as empresas que estudam expandir fora a fazer aqui. Algumas são difíceis, mas não impossíveis", descreveu o secretário-ajunto, referindo-se a Comil. Nunes utiliza como troféu de conquistas recentes a manutenção da construção da nova fábrica da Neugebauer pelo grupo Vonpar, que será instalada em Arroio do Meio, no Vale do Taquari.

"Expansão de indústrias gaúchas é tão importante quanto atrair novos empreendimentos", pontuou Nunes. Nas conversações com a montadora de ônibus, são avaliadas possibilidades dentro dos programas de incentivos, como Fundopem e Integrar. Atualmente, as áreas de Desenvolvimento e Fazenda, além de instituições financeiras como Badesul, negociam condições para arrematar projetos milionários de conglomerados sul-coreanos, em segmentos da indústria oceânica, máquinas agrícolas, elevadores e tecnologia.

Prefeitura prepara ampliação do distrito industrial

O prefeito de Erechim, Paulo Polis (PT), juntou-se à mobilização da equipe do correligionário petista, o governador Tarso Genro. A Comil é um dos maiores empregadores e geradores de arrecadação fiscal da cidade, que registrou alta nominal de 154% no Produto Interno Bruto (PIB) entre 2000 e 2008, último dado divulgado pela Fundação de Economia e Estatística (FEE). O setor industrial representa 36% da riqueza gerada.

Polis procurou a direção da companhia tão logo soube da intenção do novo investimento. "Nossa primeira preocupação foi esclarecer se poderia haver alguma transferência da operação que está aqui", contou Polis, que obteve a garantia dos empresários de que os planos envolvem expansão e que a escolha pelo Sudeste se deve à condição de preços. A empresa comunicou que estava ampliando o volume de montagem, de 12 para 16 unidades por dia.

"Eles explicaram que necessitam reduzir custos, pois os chassis são comprados de plantas situadas em São Paulo e no Rio de Janeiro", reproduziu o chefe do Executivo, que não deposita muita esperança no sucesso da empreitada. Enquanto isso, Polis tenta dar conta da grande demanda de outras empresas que querem se instalar no seu território. Segundo o prefeito, há 126 empreendimentos esperando terrenos, com aportes de R$ 500 mil a R$ 10 milhões. Um dos trunfos da escalada recente da atividade municipal é a usina de biodiesel da Olfar.
Parte da demanda será resolvida com a expansão do distrito industrial local, hoje com 62 empreendimentos, com a aquisição de um terreno por R$ 2,8 milhões e que estreará a segunda fase da estrutura para receber fábricas.

O novo espaço abrigará apenas 30 a 40 candidatos. O administrador faz segredo sobre postulantes para não atrair a cobiça de vizinhos. "A última vez que falei sobre uma negociação, a prefeitura de Estação se atravessou e ganhou a fábrica de soro de leite da Relat (do grupo Renner Hermann)", recorda Polis, que não esquece o prejuízo já que o projeto totaliza R$ 50 milhões. Em breve, o gestor público promete anunciar o acordo com indústria gaúcha que fabrica móveis para sala de aula. (PC)

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