Expointer promete inovação
Megaevento marcou lançamento da feira que começa em 27 de agosto
Patrícia Comunello
FREDY VIEIRA/JC
Ao transformar em megaevento o lançamento de mais uma Expointer, o governo gaúcho estipulou como meta projetar os atributos do setor agropecuário do Estado para o mundo e aumentar a relação entre produtores e o mercado consumidor. Mais de 600 convidados participaram do banquete ontem, em um dos armazéns do Cais Mauá, em Porto Alegre, que combinou alta culinária com gastronomia campeira, música nativista com rock, no arranjo chamado de rock de galpão. "As próximas edições serão as melhores", comprometeu-se o governador Tarso Genro. O governo quer bater os R$ 1,2 bilhão de 2010 em comercialização entre todos os setores. Já os dirigentes de produtores e indústria de equipamentos consideraram satisfatório repetir o resultado.Nova marca lançada por Tarso pretende projetar atributos da agropecuaria gaúcha para o mundo.
O megaevento, cujos gastos não chegaram a ser informados pelos organizadores, mas que teriam ficado dentro dos orçamentos de outros anos (R$ 250 mil a R$ 300 mil), inaugurou a nova senha da exposição. "Qualidade e inovação para o Rio Grande crescer" foi a frase estampada nos painéis e materiais da 34a edição do evento. Tarso apontou que a intenção é retomar o espaço do rebanho local e mostrar a qualidade genética. "É inovação para conquistar e mostrar competitividade no mercado", definiu o governador, que citou o aporte de R$ 1,1 bilhão para o setor no Plano de Safra 2011 como um impulso.
O presidente da Farsul, Carlos Sperotto, aprovou a inovação e se disse aberto a novas ideias. O secretário da Agricultura, Luiz Fernando Mainardi, destacou que o programa para aumentar abates e mostrar a qualidade da carne, "que é a melhor do mundo", será uma das caras da feira de 2011, que começa em 27 de agosto e vai até 4 de setembro, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio. As inscrições apontam 5.986 exemplares, com maior plantel de equinos, somando 1.215 animais. No ano passado, os registros chegaram a 5.628, com participação nos dias da feira, de 4.361 exemplares entre ovinos, bovinos, zebuínos, bubalinos, gado de leite, suínos, caprinos e pequenos animais. O público esperado é de 600 mil visitantes, acima dos 561 mil do ano passado.
A organização manteve os valores dos ingressos, que serão de R$ 8,00 por pessoa, meia-entrada de R$ 4,00 para crianças e pessoas acima de 60 anos e R$ 20,00 para veículos. Nas melhorias do parque, foram investidos R$ 3 milhões, que incluem a ampliação de baias para equinos e melhores instalações de alojamentos e banheiros. A receita com o evento é estimada em R$ 6,5 milhões, o que, caso se realize, superará a despesa, calculada em R$ 5,5 milhões. Mainardi garantiu medidas para evitar problemas com a bilhetagem, que em 2010 implicou perda de um terço da receita.
O presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag-RS), Elton Weber, citou que os setores de grãos e carnes vivem bons e maus momentos, com preços em alta das commodities e busca de recuperação de alguns ramos. "Esperamos repetir 2010, não é um ano de crise, mas nem tudo está resolvido", explicou Weber, que apresentou uma possível elevação de fertilizantes como fator negativo. A entidade apurou aumento de 30% em um dos insumos mais usados, mesmo com câmbio em baixa. "Vamos procurar as empresas. Não tem justificativa". O presidente do Sindicato das Máquinas e Equipamentos Agrícolas do Estado (Simers), Cláudio Bier, espera demanda aquecida, com as linhas do Mais Alimentos e do Bndes, com juros de 7,5% ao ano. "Em 2010, houve recorde de vendas, pois havia a ameaça do encerramento do Finame-PSI, com juros de 5,5% ao ano, o que acabou ocorrendo", recordou o dirigente.
Bier anunciou que na Expointer devem ser assinados os primeiros contratos para exportação de tratores para a África, em um programa que o Simers e o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) desenvolvem com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), que está sendo chamado de Mais Alimentos Global. O dirigente espera que o setor fature US$ 200 milhões nos próximos anos com encomendas para países africanos.
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